Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 162

Sentado na poltrona de seu quarto, Victor observa Marina secando os cabelos no banheiro. Os fios loiros refletem a luz suave do ambiente, brilhando como ouro. Ela veste um vestido azul-celeste, cuja tonalidade parece feita sob medida para realçar o tom intenso de seus olhos, que ocasionalmente encontram os dele através do reflexo no espelho.

Victor a observa em silêncio, e um pequeno sorriso se forma em seus lábios. Há algo fascinante na maneira como cada movimento dela parece natural e gracioso, como se nem percebesse o impacto que tem sobre ele. Seus olhos percorrem cada detalhe: o modo como ela inclina a cabeça para secar melhor os fios, o jeito delicado com que ajeita uma mecha atrás da orelha.

Enquanto a observa, sente uma onda de satisfação e algo mais profundo, um misto de admiração e desejo. Marina era diferente de qualquer outra mulher que ele já conhecera, não apenas pela aparência angelical, mas pela forma como conseguia desarmá-lo sem sequer tentar.

Terminando de secar os cabelos, Marina desliga o secador, colocando-o sobre a pia com cuidado. Ela ergue os olhos e encara o reflexo de Victor no espelho, ainda sentado na poltrona, com os olhos fixos nela.

— O que foi? — pergunta, arqueando uma sobrancelha, enquanto um sorriso tímido surge em seus lábios.

Victor cruza os braços, inclinando-se ligeiramente para frente na poltrona, sem desviar o olhar.

— Nada. Só estou admirando a mulher mais linda que já vi — responde, de modo sincero.

Corando imediatamente, ela desvia o olhar com um pequeno riso.

— Você é tão exagerado… — murmura, tentando disfarçar o rubor que colore suas bochechas.

— Não é exagero nenhum — ele rebate, levantando-se da poltrona e caminhando até ela. Parando na porta do banheiro, observa-a por mais um instante antes de erguer a mão para tocar delicadamente seu rosto. — Possivelmente nunca me cansarei de te olhar, loirinha.

Ela sente o coração acelerar com o tom suave, mas firme, na voz dele.

— Espero que não, porque já estou me acostumando com o seu jeito, a ponto de me sentir mais à vontade com você — confessa, mordendo o lábio inferior.

Victor sorri, puxando-a delicadamente para mais perto.

— E eu adoro isso em você — sussurra, antes de encostar os lábios nos dela em um beijo lento e cheio de sentimento.

— Ei — comenta, afastando-o com um leve empurrão. — Nem inventa começar algo agora, temos que ir. Se esqueceu?

— Não, eu não me esqueci. Porém, não me importo de me atrasar um pouco — declara, enfiando a mão por baixo da saia do vestido dela.

— Nem considere isso. O hospital é rígido com o horário de visitas — comenta, se afastando.

— Tudo bem. Vamos logo, quero conhecer a sua avó.

Como havia recebido uma atualização do hospital de que sua avó havia melhorado, Marina decidiu visitá-la e apresentá-la a Victor.

— Lembre-se, se alguém perguntar, foi você quem me emprestou o dinheiro — comenta, enquanto caminham pela rua.

— Sim, eu não me esquecerei disso.

Como o hospital é perto do hotel onde Victor estava hospedado, chegaram lá rapidamente. Quando entram no quarto da idosa, encontram-na dormindo. Daniela está sentada numa poltrona ao lado da cama e, ao ver a filha e Victor entrarem, arregala os olhos. Desde que discutiu com Marina na casa dos sogros, não haviam trocado mais nenhuma palavra.

— Bom dia, mãe — diz Marina, aproximando-se da cama onde a avó estava.

— Bom dia — responde Daniela, lançando um olhar discreto para Victor.

— Bom dia, senhora. Quanto tempo — ele a cumprimenta, estendendo a mão para saudá-la.

— Mãe, por favor. Quer mesmo falar sobre isso?

— Não, eu não quero! — exclama, virando o rosto. — Só não entendo o motivo de ter escolhido esse homem. Ele parece tão frio e distante.

— Mas ele não é — rebate instantaneamente. — Não o julgue pela aparência.

— Acha mesmo que ele te levará a sério? — questiona com desdém.

— Ele já está me levando, mãe. A senhora não tem ideia do quanto o Victor é bom para mim e do quanto já fez por mim.

— Está dizendo isso por conta do dinheiro que ele te emprestou?

— Não, claro que não!

— Então, o que é? — indaga, curiosa. — Você disse naquele noite, quando saiu de casa, que apareceram várias coisas que a incriminavam, mas o Victor escolheu acreditar em você… o que queria dizer com aquilo?

— A senhora suportaria mesmo a verdade? — pergunta, olhando a mãe nos olhos. — Estaria disposta a me ouvir falar o que aconteceu?

Sentindo o peso do olhar da filha, Daniela suspira profundamente e reflete por alguns segundos.

— Se me contar toda a verdade, eu prometo te escutar — anuncia, em tom baixo. — Sem julgamentos, eu juro — acrescenta.

— Então é melhor se recostar na cadeira, porque o que vou te contar agora acabará te surpreendendo muito — declara Marina, decidida a revelar toda a verdade à mãe, sem se importar com as consequências de suas falas.

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