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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 17

Após sair da casa de Marina, Victor dirige em direção à mansão dos pais, mas sua mente está longe, absorta em pensamentos sobre Marina e seu comportamento durante a carona. É evidente que ela fica nervosa quando ele se aproxima e isso, de certa forma o diverte. Ele percebe que, por trás daquela fachada de mulher determinada e forte, Marina reage como qualquer outra à sua proximidade. Afinal, quem resistiria ao seu charme? Por mais prepotente que isso possa parecer, Victor está acostumado a conquistar todas as mulheres que deseja e nunca recebeu um “não” em sua vida.

Ao chegar à mansão, se depara com Joana, sua mãe, parada à porta de entrada, aguardando-o com um semblante de curiosidade e impaciência.

— Onde você estava? Por que demorou tanto? Te liguei várias vezes e seu celular estava desligado — a voz dela sai mais alterada do que ele esperava.

Victor suspira, tentando conter a irritação que sente. Não suporta ser pressionado, ainda mais por sua mãe, que ele acredita estar agindo assim por conta do estresse relacionado à possível traição do pai. Ultimamente, ela tem se tornado mais controladora e ansiosa do que o necessário.

— Pelo amor de Deus, está parecendo uma esposa ciumenta esperando o marido na porta de casa — comenta, aproximando-se dela com desdém.

— Só fiquei preocupada por você não ter vindo direto para casa depois do trabalho — explica Joana, ainda visivelmente ansiosa.

— Eu também tenho meus compromissos, mãe. Não espere que eu esteja disponível para você o tempo todo — responde, impaciente.

— Não seja rude, Victor. Eu me preocupo, é só isso.

— Já te disse que preocupação em excesso me sufoca. Não é à toa que o Rodrigo está pensando em se mudar. Ele também não suporta você, pegando no pé dele o tempo todo, pressionando-o para casar com a namorada.

Joana, claramente ofendida pela sinceridade do filho, desvia o olhar.

— Não vamos discutir sobre isso agora — diz, tentando manter a compostura.

— O que você está fazendo aqui na porta? Meu pai já foi para o encontro amoroso dele? — provoca Victor, cujo tom é carregado de sarcasmo.

— Fale baixo! — Joana adverte, olhando em volta, temendo que algum dos empregados pudesse ouvir. — Se alguém escutar isso, começarão a espalhar fofocas, e eu perderei o respeito que construí aqui.

— Não seja dramática, mãe. Nos dias de hoje, todo mundo já levou um par de chifres — zomba, entrando na casa, mas o rosto de Joana fica pálido diante da ironia do filho.

— Como ousa falar assim comigo? Sou sua mãe!

Victor para, mas não perde o tom casual.

— Não leve isso para o lado pessoal. Só estou tentando aliviar um pouco esse estresse. Sinceramente, não entendo por que você se preocupa tanto com o que ele está fazendo se não tem a intenção de agir.

Joana, indignada, responde:

— A culpa é daquela mulher que está tentando destruir o meu casamento.

Victor se j**a no sofá e solta uma gargalhada, incapaz de acreditar no que ouve.

— Francamente, mãe, eu não esperava isso de você. Falar assim, como se meu pai fosse uma vítima indefesa? Ele é um homem adulto, e é o responsável pelo casamento. Se tem alguém de quem você deve cobrar satisfações, é dele, não da outra.

— Ela sabe que ele é casado, Victor! — insiste Joana, com a voz firme. — O que esperar de uma mulher dessas?

— Claro, mas ele também sabe que é casado — rebate Victor, levantando-se. — O problema é que você está jogando toda a culpa em uma única pessoa, e isso não é justo.

— Tenho um casamento de mais de trinta anos — diz Joana, com a voz trêmula. — Tudo o que quero é salvar isso.

— Não. Acredito que algo aconteceu com a amante. Talvez ela tenha cancelado. É a única explicação para ele ter desistido de sair, já que estava pronto para ir.

Um nó se forma na garganta de Victor, e ele fecha os punhos, sentindo a raiva crescer dentro de si.

— Não pode ser… — murmura, com um tom sombrio.

— O que foi, filho? — Joana pergunta, preocupada com a mudança repentina de humor do filho.

— Não é nada — responde ele, evitando entrar em detalhes.

Deixando a mãe, se dirige ao seu quarto, tentando acalmar a tempestade de pensamentos que se formam em sua mente.

— Victor, espera! Ainda não terminamos de conversar — Joana insiste, seguindo-o.

— Preciso descansar. Conversamos depois — ele responde com frieza, batendo a porta ao entrar no quarto.

Ao se sentar na cama, visivelmente nervoso, os pensamentos dele se voltam para Marina. Ele se lembra de como ela parecia impaciente durante o jantar, o tempo todo olhando para o celular, como se quisesse que ele fosse embora.

— Não pode ser… — sussurra, levantando-se e caminhando até a mesa de trabalho.

— Ah, Marina… você é mais esperta do que eu imaginava — murmura, jogando alguns papéis no chão em um acesso de raiva. — Você conseguiu me enganar com essa sua carinha de boa moça, na frente dos seus pais — continua, sentindo o sangue ferver. — Isso não vai ficar assim, pode ter certeza!

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