Enquanto caminha em direção ao escritório do irmão, Victor Ferraz mantém uma expressão ainda mais séria do que a habitual. Em sua mente, o pensamento é claro: Marina precisa sofrer as consequências por ousar se achar mais esperta do que ele. Ele quer deixar claro que ninguém o engana.
Quando se aproxima da sala de Rodrigo, ele vê Katrina em sua mesa e Marina na mesa ao lado.
Katrina, ao notar sua presença, ajeita rapidamente o decote da camisa e lhe lança um sorriso malicioso. Victor está ciente das intenções dela. Embora às vezes aprecie suas insinuações, não é para isso que está ali naquele momento.
— Bom dia, Victor — cumprimenta Katrina, com a voz doce e melosa.
Nesse instante, Marina também percebe a presença dele e, com mais formalidade, levanta a cabeça.
— Bom dia, senhor Ferraz — diz ela, em tom profissional.
Victor, porém, ignora Marina deliberadamente e foca apenas em Katrina.
— Bom dia, Katrina. Meu irmão, pode me receber agora?
Katrina sorri, satisfeita com a atenção que recebe.
— Ele está com um cliente no momento, mas posso avisar que você está aqui — responde com um sorriso, notando que Victor despreza claramente Marina.
— Não precisa, eu espero — diz ele, acomodando-se na cadeira em frente à mesa de Katrina. Ele então inclina a cabeça levemente. — Como está?
— Estou bem, e você? — responde ela, corando um pouco.
— Melhor agora — diz, piscando para ela com um charme calculado, fazendo as bochechas de Katrina corarem ainda mais.
Mesmo tentando ignorar a conversa, Marina não consegue deixar de notar o flerte descarado entre os dois. Ela revira os olhos discretamente, sentindo uma mistura de irritação e desconforto.
— Que tal sairmos para tomar algo hoje à noite? — sugere Katrina, sem se importar com a presença da colega ao lado, que continua focada em seu trabalho.
— Eu adoraria — pondera por um instante, como se estivesse pensando seriamente na proposta —, mas não posso. Tenho que fazer uma pequena viagem a trabalho.
— Não me diga. — Katrina parece surpresa. — Quantos dias ficará fora?
— Uma semana — responde ele, com um ar casual.
Ao ouvir que Victor ficará fora por uma semana, Marina sente uma onda de alívio percorrer seu corpo. A ideia de passar uma semana sem lidar com sua presença opressiva é quase uma bênção. Sem que contenha a empolgação pela paz que terá durante uma semana, um pequeno sorriso escapa dos seus lábios e Victor consegue notar, mas não diz nada a respeito, sabendo que lidará com aquilo mais tarde.
— É um caso importante? — continua Katrina, com genuína curiosidade.
— Sim, bastante importante. Não posso deixar de ir — explica, deixando a sua voz ganhar um tom mais sério.
— Se precisar de ajuda, é só me avisar — diz Katrina, com um brilho de segundas intenções no olhar.
Victor sorri, agora um pouco mais provocador.
— Não se preocupe. Tenho certeza de que, quando eu voltar, vou precisar de você — responde ele, com uma voz baixa e sugestiva.
Marina, ouvindo tudo, sente o estômago revirar. Ela tenta manter a compostura, mas a interação entre os dois a deixa desconfortável. Antes que possa processar o que está sentindo, o telefone de Katrina toca, chamando-a para a sala de Rodrigo. Assim, ela se retira, deixando Victor sozinho.
Por um momento, Marina ergue os olhos para Victor, apenas para encontrá-lo já olhando para ela. Seus olhares se cruzam, e ele não perde tempo em provocar:
— O que está olhando? — pergunta ele, com uma sobrancelha erguida.
— Nada, senhor — responde ela, sentindo-se imediatamente constrangida por ser pega observando.
— Está sem trabalho? — ele pergunta, com um tom de desdém claro.
— Não, tenho muito trabalho — responde ela, mantendo a voz firme.
— Não parece. Você parece mais interessada em escutar conversas alheias — insinua, com um sorriso sarcástico brotando nos lábios.
Marina sente o sangue subir ao rosto, mas tenta manter a calma.
— Eu não estava escutando sua conversa. Estou apenas fazendo o meu trabalho, como sempre — replica, com voz carregada de indignação.
Percebendo que conseguiu irritá-la, Victor inclina o corpo para frente, como se quisesse confidenciar algo de maneira ameaçadora.
— Não se sinta tão confortável aqui, Marina. Muito em breve, você estará fora deste lugar — diz ele, com uma voz fria e sombria.
As palavras dele a pegam de surpresa, e a ameaça a deixa desconcertada. Marina pensava que ambos haviam feito uma trégua.
— O que foi que fiz desta vez? — pergunta ela, transparecendo decepção e frustração. — Pensei que tínhamos concordado em manter a paz.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...