Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 174

Na manhã de sábado, Marina acorda com o coração batendo em um ritmo acelerado, tomado pela ansiedade. Enquanto organiza cuidadosamente a pequena mala, sua mente não para de repassar os detalhes do encontro. Cada passo, cada palavra, cada expressão que deveria usar ao estar frente a frente com Xavier Ferraz.

Ela sabe que não terá uma segunda chance para colocar Xavier em seu lugar; por isso, precisa ser bem segura no que fará. Entre uma peça de roupa e outra, murmura para si mesma que não abaixará a cabeça em momento algum para as pessoas daquela casa.

“Foco, Marina”, diz baixinho, enquanto fecha o zíper da mala. Ela respira fundo, tentando acalmar os pensamentos, mas a expectativa de tudo o que acontecerá à noite a deixa inquieta.

Antes de sair, se despede dos avós com os olhos cheios de lágrimas, prometendo que em breve irá retornar para visitá-los.

Ao chegar no aeroporto, digita uma mensagem para Victor, dizendo estar prestes a entrar no avião. Rapidamente, ele responde dizendo que mal pode esperar para vê-la.

Na mansão Ferraz, a movimentação é imensa. Empregados caminham de um lado para o outro, arrumando a decoração da casa para o jantar que acontecerá à noite. Um chefe renomado foi chamado para preparar o jantar, a pedido de Xavier, que esperava desse modo poder impressionar o filho com a sua nova namorada.

— Lembrem-se dos arranjos da mesa — diz Joana, dando ordens aos empregados, com bastante energia. Ela parecia ser a pessoa mais ansiosa daquela casa, estava louca para conhecer a mulher que havia entrado na vida de Victor, a ponto de fazê-lo esquecer Marina, a mulher que ela mais odiava naquele momento. — Não é aí que ficarão esses arranjos — grita com uma das empregadas, que está carregando um arranjo dourado. — Preste mais atenção, ou estragará o meu jantar — adverte, com uma expressão dura no rosto.

A mulher pede desculpas para a patroa e sai dali com uma expressão assustada.

— Não devia ser tão dura com os empregados — diz Victor, se aproximando da mãe.

— Essa tonta age como uma novata, já disse que irei demitir quem estragar essa noite.

Sem que a mãe perceba, Victor ergue uma sobrancelha e segura o riso, sabendo que a mãe não perde por esperar.

— Por que não me diz o nome da sua namorada? — Joana pede.

— Ela ainda não é minha namorada — confessa.

— Como não? — questiona.

— Agora que falou, percebi que não a pedi em namoro ainda.

Ao perceber que o filho finalmente está disposto a conversar sobre o assunto, Joana não deixa a oportunidade escapar. Sua voz carrega um misto de curiosidade e preocupação enquanto tenta entender mais sobre a nova pessoa na vida dele.

— Você está mesmo gostando dela? — pergunta, inclinando-se ligeiramente para frente, como se quisesse captar cada nuance da resposta.

— Sim, estou gostando muito — responde, com firmeza, mas sem olhar diretamente para a mãe.

Joana continua, querendo mais detalhes:

— Onde ela mora? Quem é a família dela?

Ele solta um suspiro, demonstrando uma leve impaciência.

Xavier suspira, inclinando-se para trás.

— Espero que sim. Não sou muito fã de atrasos, você sabe. — Ele dá um pequeno sorriso, mas seus olhos permanecem sérios, traindo sua natureza meticulosa.

— Como acham que ela é? — pergunta Joana, com um olhar curioso enquanto observa Valentina e Rodrigo, sentados no sofá oposto.

Valentina, que também está elegantemente vestida para a ocasião, ergue as sobrancelhas e responde diretamente, cruzando as pernas com a confiança de quem não teme dizer o que pensa.

— Só o fato de ela não ser aquela mulher já a torna agradável para mim — declara, cheia de desdém, deixando claro a quem se refere.

Rodrigo, sentado ao lado da noiva, observa sua resposta com um leve desconforto. Ele morde os lábios, inquieto, sentindo o peso do que está prestes a acontecer. O silêncio que se segue parece amplificar o barulho dos pensamentos em sua mente. Ele sabe que o choque de todos será imenso quando descobrirem que estão esperando por Marina.

— Deveríamos dar uma chance a ela antes de julgar — diz Rodrigo finalmente, tentando aliviar a tensão no ar. Sua voz é calma, mas há uma nota de nervosismo que não passa despercebida.

Valentina lança um olhar rápido a ele, quase desafiador, mas não diz nada. Xavier, por sua vez, permanece observando os dois, como se tentasse ler as entrelinhas de suas expressões.

— Bem, seja quem for, espero que ela esteja à altura — Joana comenta, com um sorriso que não chega aos olhos.

O som de passos e o leve ranger da porta abrindo cortam a conversa. Todos na sala se voltam para a entrada, onde a figura de Marina surge, de cabeça erguida, numa expressão de quem está pronta para enfrentar o que vier. De repente, os olhares de Xavier, Joana e Valentina se arregalam, sem acreditar no que estão vendo.

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