Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 247

Enquanto caminha desorientado pelos corredores do hospital, com a mente fervilhando de pensamentos, Rodrigo avista Valentina ao longe. Ela está ao lado de Marina, gesticulando de forma enfática, como se tentasse convencê-la de algo. Marina, ainda vestida de noiva, parece hesitante, com o olhar perdido e os braços cruzados, como se estivesse tentando se proteger do caos ao seu redor.

— Marina, você precisa descansar um pouco, ao menos beber água — Valentina insiste, segurando um copo na mão. — Não adianta ficar aqui sem se cuidar, você precisa estar forte para quando ele sair dessa.

— Eu não consigo, Valentina — Marina responde, quase num sussurro. — Como posso pensar em mim enquanto o Victor está ali, lutando pela vida?

Se aproximando lentamente, Rodrigo interrompe a conversa, sua expressão séria chama a atenção de ambas.

— O que está acontecendo aqui? — pergunta, aproximando-se com o cenho franzido e um nervosismo evidente em sua voz.

Valentina vira-se para ele, segurando uma sacola em suas mãos.

— Pedi que o meu motorista trouxesse algo para a Marina vestir — explica, apontando discretamente para o vestido de noiva que ela ainda usa. — Ela não pode ficar assim, Rodrigo. Não é adequado… está coberto de sangue e também não vai ajudá-la a se sentir melhor.

Porém, Marina balança a cabeça com determinação, seus olhos estão fixos na porta do centro cirúrgico.

— Eu não vou sair daqui — declara com firmeza. — Não importa como estou vestida, não vou sair daqui até ter notícias do Victor.

Rodrigo suspira, observando a noiva do irmão, a dor e o cansaço estão visíveis em sua expressão. Ele sente o peso da responsabilidade de cuidar dela naquele momento.

— Marina, ninguém está pedindo para você ir embora daqui — diz ele com um tom mais suave, tentando acalmá-la. — Mas talvez trocar de roupa te ajude a se sentir um pouco mais confortável. O Victor não gostaria de te ver assim, tão abatida. Além disso, com uma roupa mais confortável e apropriada, será mais fácil para você se mover rapidamente caso precisem de você.

Ela hesita, enquanto seus dedos agarram a saia do vestido como se isso a mantivesse conectada ao momento em que tudo deu errado.

— Eu só quero saber como ele está… Não quero me afastar, nem por um segundo. E se ele chamar por mim e eu não estiver aqui?

Valentina coloca a mão no ombro de Marina, tentando confortá-la.

— Você não irá demorar, Mari. O banheiro é aqui próximo. Só precisa trocar de roupa e lavar um pouco o seu rosto — sugere.

Olhando para ambas, Rodrigo nota o quanto estão assustadas com a situação.

— Marina, vou ficar aqui, do lado de fora da sala de cirurgia caso precisem de algo. Pode ir lá com a Valen, o Victor precisa de você inteira, não desmoronando — diz, num tom firme, mas empático.

Finalmente Marina parece ceder. Ela olha para Rodrigo e acena com a cabeça.

— Está bem… mas quero que me avise imediatamente se houver qualquer novidade sobre o Victor — diz, antes de começar a caminhar pelo corredor acompanhada de Valentina.

Quando entra no banheiro, começa a retirar o vestido com movimentos apressados, evidenciando sua ansiedade em voltar para a frente do centro cirúrgico. Ela veste rapidamente o conjunto que Valentina havia trazido, um traje simples e confortável, mas que contrastava enormemente com o encanto de antes. Ao terminar, ela se aproxima do espelho e encara sua própria imagem.

Seu rosto está irreconhecível: a maquiagem, que antes realçava sua expressão angelical e serena, agora está desfeita, manchada pelas lágrimas incessantes que haviam escorrido. Seus olhos estão avermelhados, o olhar perdido em um misto de preocupação e exaustão. A visão a faz suspirar fundo, tentando reunir forças para enfrentar o que quer que a aguardasse do lado de fora.

“Eu preciso ser forte”, murmura para si, enquanto passa água no rosto na tentativa de aliviar a aparência abatida.

— Vai ficar tudo bem, Mari, eu sei que o Victor é muito forte — diz Valentina, aproximando-se com um olhar compreensivo e cheio de empatia. — Você verá, isso não passará de uma lembrança ruim, um dia distante no passado.

Marina tenta conter as lágrimas enquanto balança a cabeça, concordando.

— É isso que espero, Valen. O Victor tem tanto ainda para viver… — sua voz falha por um instante. — Tenho tantos planos para nós, para a nossa vida. Seria tão injusto isso acontecer justo agora, quando tudo parecia perfeito.

Marina para bruscamente, sentindo o coração apertar no peito ao reconhecer a voz. Valentina a encara, igualmente surpresa.

— É a Joana… — sussurra Marina, quase sem acreditar.

Elas avançam mais alguns passos e têm a confirmação do que já suspeitavam. Joana está cercada por dois policiais, suas mãos estão sendo algemadas enquanto ela tenta se soltar, lutando contra a autoridade dos agentes.

— Isso é um absurdo! — Joana grita, com raiva e desespero. — Exijo falar com o meu advogado agora mesmo!

As duas mulheres trocam olhares apreensivos. Enquanto Marina se mantém imóvel, tentando processar o que está vendo, Valentina dá um passo à frente, puxando-a levemente pelo braço.

— Precisamos descobrir o que está acontecendo — Valentina diz, preocupada.

Antes que possam perguntar algo, Rodrigo aparece ao lado delas, visivelmente tenso.

— Rodrigo, o que está acontecendo? — Marina pergunta, ansiosa.

Respirando fundo, Rodrigo parece dividido entre o choque e a frustração.

— A polícia descobriu que a mamãe está envolvida no atentado ao Victor — ele revela. — O atirador foi preso e confessou que estava trabalhando a mando dela.

Marina sente as pernas fraquejarem, mas Valentina a ampara antes que ela caia.

— Ela… Ela estava por trás disso? — sussurra, incrédula. — Como ela pôde…?

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