Vinte e quatro horas depois, Xavier está a poucos minutos de aterrissar em Singapura, o local que escolheu meticulosamente para dar início à sua nova vida.
— Finalmente… — murmura, ajustando o relógio no pulso.
Durante aquelas horas no ar, ele revisou seus planos, conferiu a movimentação de suas novas contas no exterior e relembrou os passos que o levariam a uma vida de anonimato e luxo. Tudo parecia exatamente como ele havia planejado.
“Singapura é perfeita”, pensa. “Ninguém me encontrará aqui, e com o dinheiro que consegui transferir, viverei muito bem.”
Após o pouso, enquanto a tripulação se movimenta, preparando-se para desembarcar, Xavier sente o celular vibrar no bolso. A mensagem que chega é de um número desconhecido. Ele hesita por um momento antes de abrir.
“Sr. Ferraz, bem-vindo a Singapura. Estamos monitorando o desembarque. Assinado, Polícia Internacional.”
Seu coração dispara. A sensação de controle absoluto que ele tinha há poucos minutos é substituída por uma onda de pânico. Olhando ao redor, ele percebe que dois homens em ternos escuros estão na parte dianteira do avião, observando cada pessoa que sai do avião.
“Não pode ser…” pensa, enquanto sua mente trabalha freneticamente para encontrar uma saída.
Tentando parecer o mais calmo possível, ele pega uma mochila de mão e caminha pelo corredor, disfarçando o nervosismo com um sorriso falso para os comissários. No entanto, assim que pisa na ponte de desembarque, é recebido por dois agentes uniformizados.
— Xavier Ferraz? — um dos agentes pergunta, com firmeza na voz, mostrando uma foto dele em um tablet.
Ele tenta negar, mas antes que possa dizer qualquer coisa, sente uma mão pesada em seu ombro.
— O senhor está preso por crimes financeiros e tentativa de homicídio — declara o outro agente em inglês, enquanto algemas são colocadas em seus pulsos.
— Isso é um engano! — protesta, tentando resistir. — Eu não fiz nada!
— Diga isso no tribunal quando retornar ao Brasil — retruca o agente, enquanto o conduz para fora, sob os olhares curiosos de alguns funcionários que estavam por ali.
— Brasil? — repete Xavier, incrédulo, enquanto tenta se livrar das algemas que o prendem. — Eu não vou voltar para aquele inferno! — grita, enquanto sua voz ecoa pela área de desembarque.
Os agentes, no entanto, permanecem impassíveis. Um deles, com tom calmo, mas firme, responde:
— É melhor o senhor colaborar. Tudo o que disser pode e será usado contra você no tribunal.
Furioso, Xavier tenta se soltar, mas a força dos agentes o mantém sob controle.
— Me soltem, seus lixos! — vocifera, empurrando um dos agentes com o ombro. — Quem vocês pensam que são? — Sua voz sobe ainda mais. — Acha que pode tocar em mim, seu porco nojento? Vocês não sabem com quem estão lidando!
Alguns funcionários que ainda estavam ali param para assistir à cena, com expressões de choque e curiosidade.
— O senhor está se complicando ainda mais — adverte o outro agente, segurando-o com firmeza. — Recomendo que pare de resistir. Já temos provas suficientes para sua extradição e prisão no Brasil.
— Provas? — Xavier ri amargamente, um sorriso cínico se forma em seus lábios. — Vocês acham que provas vão me segurar? Sou Xavier Ferraz! Tenho mais dinheiro do que todos vocês juntos! — Ele olha ao redor, como se procurasse apoio em alguém, mas não encontra.
Os agentes não dão espaço para mais protestos. Com movimentos ágeis, o arrastam para fora do terminal, enquanto Xavier continua a gritar e se debater.
— Isso não vai ficar assim! Vou destruir vocês, seus merdinhas! — ameaça, mas sua voz agora fica rouca de tanto gritar.
Mas antes que consiga formular outra pergunta, o primeiro agente desfere um soco direto em seu rosto, rápido e preciso. O impacto o faz cambalear para trás, e ele solta um grito de dor, sentindo o gosto metálico de sangue na boca.
— Isso é um absurdo! — grita Xavier, tentando se recompor. — Vocês não têm o direito de me tratar assim!
O segundo agente cruza os braços e o encara com um olhar frio e impassível.
— Você nos chamou de lixo, não foi? — pergunta, em um tom calmo, mas ameaçador. — Vamos te mostrar quem é o lixo por aqui e cá para nós, não somos conhecidos por tratar o “lixo” com delicadeza — zomba.
Xavier tenta se erguer, mas é empurrado com força contra uma cadeira que havia ali. O impacto faz sua respiração acelerar e ele sente o coração disparar, tomado por uma mistura de medo e raiva. A situação fugia completamente de seu controle, e ele sabia disso.
— Vocês estão cometendo abuso de autoridade! Vou denunciar isso! — brada, tentando soar firme, mas a hesitação em sua voz denuncia o pânico crescente.
O agente que havia desferido o soco se inclina para mais perto, com um sorriso frio e calculado estampado no rosto.
— Você acha que pode escapar disso? — questiona, com um tom gélido. — Acha que suas ameaças significam alguma coisa aqui? — Dá um passo para trás, ajustando as mangas do uniforme com a calma de quem sabe estar no controle. — Podemos facilmente dizer que o senhor resistiu à prisão, e tivemos que intervir de forma mais… enérgica.
Antes que Xavier pudesse reagir, outro soco é desferido, ainda mais forte, que o faz inclinar a cabeça para o lado.
O segundo agente puxa uma cadeira, arrastando-a ruidosamente até ficar frente a frente com Xavier. Ele se senta devagar, cruzando os braços, e o encara por longos segundos.
— Fiquei sabendo que o senhor tem um certo costume no Brasil… gosta de bater em mulheres, não é? Será que consegue ser assim com homens também? — provoca, inclinando-se levemente para frente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...