— A última sentença a ser proferida hoje diz respeito ao réu Xavier Ferraz.
Todos os olhares convergem para Xavier, que tenta manter a postura firme, embora o peso da ocasião esteja evidente em suas mãos trêmulas sobre a mesa. Seu advogado ao lado mantém-se atento, mas sem esconder o nervosismo.
O juiz começa:
— Após análise detalhada das provas apresentadas, dos depoimentos colhidos e dos argumentos mútuos, este tribunal reconhece que o réu Xavier Ferraz cometeu os seguintes crimes. Tentativa de homicídio contra seu filho Victor Ferraz e contra Andressa Souza, desvio de fundos, ameaças reiteradas, abandono de cena de crime, abuso psicológico, difamação e conspiração para prejudicar Marina Ferreira. A gravidade dos crimes é evidente, considerando o impacto direto sobre as vítimas e a premeditação envolvida.
Ele faz uma pausa para encarar Xavier antes de continuar:
— Considerando a gravidade dos crimes e a extensão dos danos causados, este tribunal sentencia o réu Xavier Ferraz a 30 anos de reclusão em regime fechado, sem possibilidade de progressão ao semiaberto antes do cumprimento de pelo menos 15 anos. Além disso, o réu deverá restituir o valor de 100 milhões de dólares desviados da conta de sua esposa e pagar uma indenização de 1,5 milhões de reais às vítimas Victor Ferraz e Marina Ferreira, como reparação pelos danos físicos, morais e psicológicos.
Xavier encara o juiz, com a expressão dura e inabalável, mas sua respiração acelerada denuncia o impacto da sentença.
O juiz prossegue:
— Que fique registrado que o réu, mesmo sendo réu primário, agiu premeditadamente, utilizando de sua posição de privilégio e poder para cometer crimes que colocaram em risco a vida de pessoas de sua própria família. Sua postura de frieza e ausência de arrependimento também foram consideradas neste veredito. Esta decisão é final e será executada imediatamente.
Os policiais se aproximam de Xavier, que se levanta lentamente. Antes de ser escoltado para fora, ele tenta lançar um último olhar para os filhos, mas Victor e Rodrigo não retribuem. Ambos mantêm a cabeça erguida, sem demonstrar emoção.
Enquanto Xavier é levado para fora, o juiz encerra o julgamento com dureza:
— Que este caso sirva de exemplo de que a justiça é imparcial e incansável, mesmo diante de situações que envolvem pessoas de alta posição. Justiça foi feita.
Quando o juiz deixa a sala, o silêncio é quebrado por Victor, que se vira para a esposa, envolvendo-a em um abraço apertado. Ele fecha os olhos por alguns segundos, permitindo-se sentir o alívio que há tanto tempo lhe escapava. Era como se, finalmente, um peso monumental tivesse sido retirado de seus ombros.
— Finalmente… a justiça foi feita — murmura Victor, com a voz emocionada.
Marina retribui o abraço, acariciando suavemente suas costas. Ela sente o quanto ele havia sofrido durante todo o processo, e aquele momento representava não apenas o fim de uma luta, mas também o início de uma nova fase para eles.
Rodrigo, que observava a cena com os olhos marejados, se aproxima. Sem dizer nada inicialmente, ele coloca a mão no ombro do irmão, esperando que Victor se vire. Quando isso acontece, os dois se abraçam fortemente, como há muito tempo não faziam.
— Sei que não foi fácil, irmão — diz Rodrigo, rouco pela emoção contida. — Mas é o justo e agora eles vão pagar pelo que fizeram. — Victor assente, com lágrimas escorrendo silenciosamente. — E o mais importante: nós ainda estamos aqui, juntos. Agora somos nós dois. Nós e as famílias que formaremos daqui para frente — conclui sincero.
Marina, que observa ambos, sorri emocionada. Para ela, aquele momento representava não apenas o encerramento de um ciclo de dor, mas também a força de um novo começo entre todos ali presentes.
— Vocês são fortes demais — ela comenta, quebrando o silêncio.
Rodrigo a olha com gratidão ainda abraçado ao irmão, permitindo que as lágrimas fluam, não de tristeza, mas de um alívio que há muito tempo não experimentavam.
— Não se preocupe com isso — diz ele, com a voz carinhosa. — Já passou…
Marina inspira profundamente, sentindo o calor da mão dele sobre a sua.
— Eu sei, mas quando penso que quase perdi você, meu coração sangra — declara. — Aqueles dias no hospital foram os piores da minha vida e o medo de que nunca mais o veria de novo… — Seus olhos começam a lacrimejar, revivendo a cena do esposo na UTI. — Ah, Victor, você não sabe o quanto tive medo de te perder.
— Ei! — Ele usa ambas as mãos para tocar o rosto dela. — Estou aqui agora, não estou? Foque apenas nisso.
— Você tem razão — responde, balançando a cabeça insistentemente, tentando afastar o medo que ainda se esconde em seu coração. — Você está aqui e tudo aquilo acabou.
Sorrindo, Victor leva a mão dela até seus lábios, beijando-a suavemente.
— Sim, acabou. E agora estamos juntos. É isso que importa.
Com um sorriso tímido, Marina o segue para o chuveiro. A água quente escorre sobre eles, levando embora não apenas o cansaço, mas também as lembranças amargas dos últimos dias. No abraço silencioso e íntimo que compartilham, ambos encontram a força para seguir em frente, juntos.
— Eu amo você, Victor… amo como nunca imaginei que poderia amar alguém — confessa, antes de beijá-lo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...