No outro dia pela manhã, após tomar café com o marido, Marina se despede dele, dizendo que passaria a manhã fazendo compras com a mãe.
— Tudo bem, espero que se divirtam bastante — diz Victor, puxando-a para um abraço antes que ela saia de casa.
— Vai ficar bem sem mim, não é? — pergunta ela, em um tom divertido.
Victor sorri, apertando-a contra si.
— Confesso que a sua companhia é o que me deixa realmente feliz, mas acho que vou sobreviver até você voltar. Aliás, estou pensando em passar na casa do Rodrigo para ver a Jasmin — revela.
Marina sorri com carinho.
— Ah, que fofo! Dá um beijinho nela por mim e diz para a Valen que logo apareço por lá.
— Claro que direi, linda — responde, dando um beijo na esposa.
Já fazia algum tempo que Marina havia tirado sua CNH e, animada com a independência, decide sair dirigindo o carro novo que havia comprado há poucos dias. Assim que chega em frente à casa da mãe, aperta a buzina. Após alguns minutos, Daniela aparece na porta, sorrindo ao vê-la.
— Bom dia, querida. Como passou a noite?
— Bom dia, mãe. Não consegui dormir de ansiedade — revela, suspirando.
Daniela entra no carro e se aproxima, tocando levemente o ombro da filha.
— Não fique assim, querida. Você verá que não é nada de mais.
— É o que espero, mãe.
Dando partida no carro, dirige em direção ao hospital, onde havia marcado a tão esperada consulta médica.
Quando chega ao consultório médico, ela sente o coração acelerar. O ambiente é silencioso, com um leve som de música instrumental tocando ao fundo. Ela respira fundo e olha ao redor. Algumas mulheres aguardam suas consultas, folheando revistas ou mexendo no celular. Daniela percebe a inquietação da filha e segura sua mão com firmeza.
— Está tudo bem, querida. Logo você terá as respostas de que precisa — diz a mãe, tentando transmitir calma.
Marina força um sorriso e assente, mesmo que a ansiedade continue martelando em sua mente. Após alguns minutos, a recepcionista chama seu nome e ela se levanta com um suspiro profundo, caminhando ao lado da mãe até a sala de atendimento.
O consultório é amplo e bem iluminado. O médico, um homem de meia-idade com olhos gentis e um sorriso tranquilizador, cumprimenta ambas com um aperto de mão firme.
— Bom dia, Marina. Como posso ajudar hoje? — pergunta ele, puxando a cadeira para sentar.
Ela respira fundo antes de responder:
— Doutor, já faz alguns meses que estou tentando engravidar, mas até agora... nada aconteceu. Estou preocupada se há algo de errado comigo.
O médico ouve atentamente, assentindo de maneira compreensiva.
— Entendo, Marina. A ansiedade nesse processo é algo muito comum, mas vamos dar uma olhada para ter certeza de que está tudo certo com você.
Ele a orienta a se preparar para um exame clínico básico, enquanto sua mãe aguarda do lado de fora da sala. Marina troca de roupa, veste a bata hospitalar e deita-se na maca, sentindo um leve nervosismo percorrer seu corpo. O médico conduz os exames com delicadeza e profissionalismo, analisando cada detalhe com atenção.
— Está tudo bem até aqui, Marina — diz ele, ao final da avaliação física. — Agora vamos fazer alguns exames de sangue e ultrassonografia para termos uma visão mais completa, certo?
Ela apenas assente, sentindo-se um pouco mais tranquila ao perceber a calma do profissional.
Após os exames laboratoriais e de imagem, Marina retorna à sala do médico, desta vez acompanhada pela mãe. O médico examina os resultados em silêncio, analisando com precisão cada detalhe das imagens na tela do computador. Por alguns instantes, o coração dela parece parar, aguardando a resposta com uma mistura de medo e esperança.
Finalmente, ele se vira para ela com um sorriso encorajador.
— Marina, seus exames estão ótimos. Não há nada de anormal com você. Sua saúde reprodutiva está em perfeitas condições, e você pode engravidar sem nenhum problema.
As palavras do médico soam como um alívio imenso. Marina sente os ombros relaxarem e uma onda de emoção tomar conta dela. Ela troca um olhar com a mãe, que sorri aliviada e segura sua mão com força.
— Sim, mãe. Saber que está tudo bem comigo já me alivia bastante — responde, ligando o carro. — Mas ainda fico pensando em como contar isso para o Victor sem o deixar preocupado.
Daniela sorri suavemente.
— Você conhece o Victor melhor do que ninguém. Seja sincera com ele, e tenho certeza de que ele vai entender. Ele te ama e quer o melhor para vocês dois.
— Você tem razão, mãe. Vou esperar o momento certo para conversar com ele sobre isso.
Enquanto dirige de volta para casa, Marina sente que, pela primeira vez em meses, sua mente está um pouco mais leve. Sabe que ainda há dúvidas, mas agora sente que tem controle sobre a situação.
Ao chegar em casa, encontra Victor sentado no sofá, mexendo no celular. Ele levanta o olhar ao vê-la entrar e sorri calorosamente.
— E aí? Como foram as compras? — pergunta, se levantando para recebê-la com um beijo.
Ela sorri de volta, abraçando-o com força, sentindo-se mais segura em seus braços.
— Foi bom, eu conversei bastante com a minha mãe.
Victor a observa atentamente, percebendo algo diferente em seu semblante.
— Você parece mais tranquila... Está tudo bem?
Ela hesita por um momento, mas decide aproveitar o momento para simplesmente desfrutar da companhia dele sem pressa.
— Sim, estou bem. Só precisava de um tempinho com minha mãe.
Ele beija sua testa e sorri.
— Que bom, meu amor, agora que já teve um tempo com ela, que tal dar um pouco de atenção para o seu marido que estava morrendo de saudades de você?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...