Não é necessário que alguém explique para Marina quem é aquele homem. Sua semelhança com Victor e Rodrigo é inegável, mas há algo na postura dele que a faz se sentir desconfortável. O modo como Xavier Ferraz lhe observa é estranho e assustador.
— Bom dia, senhor — cumprimenta-o com um sorriso educado, tentando não demonstrar seu nervosismo.
Xavier a observa por um momento, sem responder imediatamente, seus olhos ainda a analisam.
— Bom dia — ele finalmente responde, mantendo um tom firme, mas fazendo uma breve pausa, para estudar as feições de Marina com cuidado. Os olhos azuis da jovem, tão intensos, parecem prender sua atenção, então pensa, por um instante, que agora consegue entender por que seu filho tem agido de maneira tão diferente ultimamente.
Marina, ainda sentada em sua cadeira, se pergunta o motivo daquela visita inesperada.
— Você é a Marina, não é? — ele questiona, embora já saiba a resposta. — Sim, sou eu. Em que posso ajudá-lo? — pergunta, tentando manter a compostura, mesmo sentindo uma leve insegurança ao ver o modo como ele a analisa.
Xavier permanece em silêncio por mais alguns segundos, antes de dar um passo à frente, aproximando-se um pouco mais de sua mesa.
— Eu queria te conhecer — revela, com um tom de voz natural.
A simplicidade da frase a deixa confusa. Franzindo a testa levemente, sem entender o real motivo por trás daquele interesse, resolve questionar:
— Me conhecer? — sua voz vacila ligeiramente, mesmo assim tenta manter o tom profissional.
Xavier inclina a cabeça de leve e um pequeno sorriso surge no canto de seus lábios.
— Sim, seu nome tem sido bastante comentado lá em casa ultimamente — comenta, com um olhar enigmático. — Eu queria ver, com meus próprios olhos, o motivo de tantas especulações.
Sentindo o peso daquelas palavras, as mãos dela, que estavam repousadas sobre a mesa, começam a suar levemente. É difícil entender o que Xavier estava querendo dizer com aquilo.
— Especulações? — questiona confusa.
— Talvez não saiba, mas nos últimos dias o seu nome tem causado alguns transtornos na nossa casa — explica, como se não quisesse nada. — Minha esposa e minha nora mencionaram que não queriam que você trabalhasse com o Rodrigo e estavam contentes ao saber que ele lhe demitiria, mas daí, o Victor te trouxe para essa sala… — comenta, analisando o local ao seu redor. — É uma sala bem confortável, não é? — questiona.
— Sim, a sala é muito confortável — responde, tentando manter o tom profissional.
— Me pergunto o que fez o meu filho Victor aceitá-la aqui, já que os rumores que estão por aí dizem que vocês dois não se dão muito bem.
Cada palavra de Xavier tem um tom sarcástico, em nenhum momento ele parece querer esconder as indiretas que está disposto a soltar ali.
— Senhor Ferraz — diz Marina, com a sua paciência se esgotando ao lidar com as constantes insinuações que vêm de todos os lados. — Eu só trabalho aqui, e sinceramente, não entendo como isso pode incomodar tantas pessoas — declara, com a voz firme, tentando manter a compostura apesar do nervosismo que sente.
Xavier dá um passo à frente e seus olhos analisam cada nuance da reação dela. A expressão no rosto dele não suaviza.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...