Ao notar a presença do filho, Xavier endireita a postura sem se abalar e dá um passo para trás, enquanto Marina, visivelmente tensa, tenta disfarçar o desconforto.
O momento é carregado de uma aura pesada e Victor não consegue conter a raiva ao imaginar o que ambos estavam fazendo ali.
— Victor, estou apenas conversando com sua assistente — responde Xavier, com um leve sorriso que, em vez de tranquilizar, só atiça ainda mais a desconfiança do filho.
As palavras do pai não trazem nenhuma confiança, então ele encara Marina, que está com a cabeça baixa, visivelmente abalada com o flagra. Victor fica frustrado com aquilo e sua irritação começa a crescer.
— Conversando? — questiona, com o sarcasmo gotejando de suas palavras. — E por que me parece que não é só uma "conversa"?
Marina levanta o olhar e percebe o quanto Victor está nervoso, porém sente a insinuação que ele faz e acaba ficando confusa.
— E o que parece então? — Questiona Xavier, dando de ombros e se afastando da moça, sem dar espaço para que ela se manifeste ali.
Victor lança um olhar duro para o pai, que o encara com um olhar confuso, fingindo estar ofendido.
— Por que estava na sala da minha assistente? — repete Victor, com uma pontada de ironia. — O que exatamente você quer com ela, pai?
Xavier mantém a calma, mas o sorriso desaparece de seus lábios.
— Eu só vim entender o motivo de sua mãe e da Valen não gostarem dela — revela. — Mas não sabia que iria ficar assim tão irritado — zomba. — Desse jeito vou pensar que a sua mãe tem razão em pensar que vocês dois estão tendo um caso.
Ao escutar aquilo, Marina encara Xavier com um olhar reprovador, e quando está prestes para falar algo, escuta a voz estrondosa de Victor.
— Saia daqui, Marina! — ordena.
Ela o encara confusa, mas faz o que o chefe acabou de ordenar.
Victor a observa deixando a sala até que o som da porta se fechando ecoe pelo ambiente. O silêncio que segue é pesado, e quando ele percebe que estão sozinhos, uma onda de raiva o domina. Seu olhar, antes contido, agora é puro fogo — seus olhos escurecem, fixos no pai, carregados de raiva. Sem pensar duas vezes, ele avança com passos firmes e rápidos, fechando a distância entre eles.
Sem hesitar, ele agarra o colarinho da camisa de Xavier com força, puxando-o para mais perto. O nervosismo entre os dois é palpável, o rosto de Victor está a poucos centímetros do de seu pai, e a fúria que ele carrega é impossível de esconder. Sua mandíbula trava, os músculos de seu rosto ficam rígidos, enquanto seus olhos faíscam, furiosos.
— O que você pensa que está fazendo? — Victor rosna, com a voz baixa, mas cheia de uma fúria reprimida que ameaça explodir a qualquer momento.
Xavier tenta manter a compostura, mas o confronto inesperado faz com que uma expressão de surpresa passe brevemente por seu rosto. Mesmo assim, ele tenta resistir ao embaraço, embora o peso da autoridade de Victor naquele momento seja inegável.
— Por que está agindo assim? — Pergunta Xavier. — Se esqueceu de que sou o seu pai?
— Não me importo quem seja, só quero que fique bem longe da Marina, está me ouvindo? — ordena Victor, com a voz firme, mas com um tom de advertência que não passa despercebido. — Há muitas mulheres por aí e, se quer continuar com essa sua vida promíscua, que o faça, mas não com a Marina... — completa, antes de perceber que está deixando seus sentimentos aflorarem mais do que deveria, traindo a racionalidade que tentava manter. Ele se cala por um segundo, sentindo o peso de suas próprias palavras.
Victor solta o colarinho do pai com um empurrão brusco, mas mantém o olhar fixo nele.
— Possivelmente entendeu tudo errado, filho — comenta Xavier, tentando manter a calma. — Acredito ser melhor conversarmos quando estiver mais calmo — pede, ajeitando a camisa e caminhando em direção à porta.
Sem olhar para o filho, Xavier abre a porta e sai dali, caminhando normalmente com a sua postura inabalável.
Ao adentrar o elevador, Xavier observa o reflexo no espelho e ajusta os cabelos grisalhos, levemente bagunçados. Com um olhar crítico, certifica-se de que sua aparência está perfeitamente apresentável. Quando se dá por satisfeito, pega o celular e cantarola uma música enquanto disca o número da amante.
Enquanto a chamada está em andamento, um leve sorriso surge em seus lábios. Astuto como sempre, nota que poderá matar dois coelhos com uma cajadada só.
Ao ouvir a voz da amante, seu coração se enche de uma satisfação que só o controle da situação lhe proporciona.
— Amor — Andressa atende com uma voz animada e suave.
— Já está pronta? — ele pergunta de forma prática, mas com um toque de expectativa.
— Ainda não, achei que você me buscaria mais tarde — responde, manhosa.
— Mudei de ideia. Tenho uma surpresa para você e quero te mostrar quanto antes — revela, apressando o passo ao sair do elevador.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...