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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 93

Marina entra no elevador com passos apressados, mas assim que as portas se fecham, o nervosismo que vinha segurando se transforma em um aperto esmagador. O silêncio do elevador intensifica os pensamentos confusos que começam a circular em sua mente, tornando a sensação de desconforto ainda mais intensa. Ela tenta respirar fundo, mas a imagem de Katrina e Victor tão próximos não sai de sua cabeça.

Quando chega ao seu andar, ela caminha pelos corredores com a cabeça baixa, evitando o olhar de qualquer pessoa que cruzasse seu caminho, desesperada para chegar à sua sala. Ao entrar, fecha a porta atrás de si e, com um suspiro pesado, se senta à mesa.

Pressionando os dedos contra as têmporas, tenta acalmar a mente e entender o que está sentindo. Uma mistura de raiva, tristeza e frustração a domina, mas o que mais a assusta é o ciúme que não consegue ignorar. Por que se sentiu assim ao ver Victor e Katrina juntos?

“Vocês não têm nada, Marina, além disso, é do Sávio que você gosta”, lembra a si mesma. Mas, por mais que tente racionalizar, algo dentro dela parece profundamente abalado.

Ela tenta focar no trabalho à sua frente, abrindo documentos e papéis, mas seus pensamentos insistem em voltar àquela cena no saguão. Cada vez que a imagem de Victor e Katrina invade sua mente, o aperto em seu peito aumenta.

“Por que isso me incomoda tanto?” pensa, tentando buscar uma resposta para suas emoções. Talvez fosse o fato do contato que teve com Victor nos últimos dias, que, de alguma forma, a fazia sentir coisas que não conseguia explicar. Ou talvez fosse a sensação de que algo entre eles havia mudado ontem, mesmo que nenhum dos dois tivesse dito nada.

Com um suspiro frustrado, ela passa as mãos pelos cabelos, tentando afastar essas sensações e focar no presente. Precisa se concentrar, precisa ser profissional, mas a verdade é que o que viu a desestabilizou de uma maneira que não esperava.

“Preciso passar mais tempo com o Sávio, só assim todos esses sentimentos confusos irão sair da minha mente… e do meu coração.”

[…]

Mesmo notando a passagem de Marina, Victor se mantém paralisado, sabendo que algo naquele breve instante escapou do seu controle. Enquanto Katrina recua com um sorriso satisfeito no rosto, ele sente uma mistura de frustração e algo mais profundo, algo que o incomoda mais do que qualquer provocação de Katrina.

— Agradeço por se oferecer para me ajudar, mas nesse momento, é só de uma pessoa que preciso — responde Victor, interrompendo Katrina com um tom firme, cortando qualquer insinuação dela. — Preciso voltar ao trabalho agora. Conversamos depois.

Sem esperar uma resposta, ele se vira e sai dali, deixando Katrina para trás.

Enquanto Victor caminha em direção aos elevadores, Katrina o observa com uma expressão sombria. Seu coração é tomado por uma mistura de raiva e frustração, enquanto sente o sangue ferver em suas veias. Queria gritar, exigir que ele admitisse o que já estava óbvio para ela. Contudo, ao invés disso, engole suas palavras enquanto seus olhos brilham de raiva. Tudo o que deseja naquele momento é que Marina desapareça da empresa, para sempre.

— Eu a odeio, a odeio — murmura.

Victor chega ao andar onde trabalha com passos decididos, sua mente gira em torno do que acabara de ver e das palavras não ditas. Sem hesitar, caminha em direção à sala de Marina, ele não b**e à porta; simplesmente a abre com força, entrando de vez na sala.

O barulho repentino faz Marina saltar na cadeira e seus olhos se esbugalham com o susto.

— Que susto! — exclama ela, levando a mão instintivamente ao peito. — Achei que fosse o seu… — interrompe a frase, mas o silêncio fala por si.

— Pensou que fosse o meu pai? — questiona Victor, perceptivelmente nervoso.

— Sim… — responde hesitante. — Ele entrou desse jeito ontem.

Victor solta um suspiro pesado, mas seus olhos permanecem fixos nela.

— Por acaso ele tem um irmão gêmeo idêntico? — retruca com sarcasmo.

— Não… — Marina hesita, buscando as palavras certas. — Mas eles são muito parecidos. Tenho certeza de que você se confundiu.

Victor respira fundo e seu maxilar se contrai de frustração. Ele dá um passo para trás, passando a mão pelos cabelos em um gesto claro de irritação.

— Pelo amor de Deus, Marina! — explode, com a voz mais alta do que pretendia. — Como pode ser tão inteligente em algumas coisas e tão burra para outras?

A acusação a deixa constrangida, seu rosto cora de humilhação e raiva. Sentindo o peso das palavras de Victor, decide encerrar a conversa ali, levantando a cabeça com dignidade, mesmo que machucada por dentro.

— O que você pensa sobre mim não é da minha conta — diz, com a voz firme, mas magoada. — O Sávio me ama, nunca faria isso comigo. Confio nele.

Mesmo tentando manter a compostura, sua voz treme levemente no fim da frase. Ela se levanta, tentando se afastar de Victor, mas antes de dar um passo, olha para ele diretamente nos olhos e completa:

— Ele não é o tipo de homem que fica comigo hoje e amanhã já está com outra mulher agarrada em seu pescoço… — insinua, deixando a ferida aberta em seu peito sair por meio das palavras.

Victor, ao ouvir aquilo, se cala por um momento. Seus punhos se fecham ao lado do corpo, tentando controlar a onda de emoções que o atravessa. Ele sabe o que ela quer insinuar e aquilo o atinge diretamente, mas ao invés de responder, apenas a encara. Contudo, Marina decide ser mais enfática. Caminhando até a porta de sua sala, a abre e diz:

— Não vou deixar o meu namorado para ficar me aventurando por aí com um homem que troca de mulheres como troca de roupa. Não nasci para aventuras, Victor e sei que não está disposto a me oferecer mais do que isso, então por favor, saia! — gesticula com a mão, sugerindo para ele sair.

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