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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 94

As palavras de Marina o cortam como uma lâmina afiada. Victor sente o impacto profundo, embora sua expressão permaneça impassível. Por dentro, uma batalha silenciosa acontece, uma mistura de emoções que não consegue controlar, muito menos expressar. Ele quer dizer algo, quer reagir, mas as palavras perecem em sua garganta.

O que poderia prometer a ela? Que terminasse com Sávio e, depois disso, ele a assumiria como namorada? Não. Victor sabia que não era esse tipo de homem.

Nunca se envolveu em relacionamentos amorosos. As mulheres que entravam em sua vida eram passageiras, parte de um ciclo que ele mantinha para evitar laços emocionais. A mulher com quem ficou mais tempo permaneceu ao seu lado por duas semanas, o máximo que ele se permitiu. Esse comportamento fazia parte de sua rotina, um mecanismo que ele dominava com precisão. E agora, diante de Marina, tudo parecia mais complicado, mais profundo.

Sem saber o que dizer, e sentindo que a conversa já havia chegado a um ponto irreversível, Victor simplesmente se vira e sai da sala com sua postura rígida e controlada. A porta se fecha atrás dele, deixando um rastro de ansiedade, mas também de vazio.

Assim que Victor sai pela porta, Marina a fecha. O clique suave do trinco não é suficiente para barrar a avalanche de emoções que a invade. Seu peito dói, num peso que ela não consegue ignorar. As lágrimas começam a rolar silenciosamente por seu rosto e ela se sente sem forças para detê-las. Por alguns minutos, Mari fica ali, de costas para a porta, tentando recuperar o fôlego. O turbilhão de sentimentos que crescia dentro dela desde o início da conversa com Victor finalmente transborda. Parte dela sabia que aquilo não fazia sentido, mas outra parte não conseguia evitar o que sentia por ele.

Ainda assim, Marina decide ignorar essas emoções conflitantes. Ela limpa o rosto, respira fundo e volta para sua mesa. O trabalho precisava ser feito, e não deixaria que Victor ou qualquer outro homem a impedisse de seguir em frente. O dia passa devagar, cada segundo parece mais longo que o anterior. A dor emocional e o cansaço físico tornam o final do expediente uma espécie de alívio.

Quando a noite finalmente chega, Marina volta para casa e se acomoda em seu quarto, esperando que a familiaridade de suas próprias paredes trouxesse algum consolo. Tudo o que ela quer é apagar os vestígios de Victor de sua mente e coração, esquecer qualquer resquício daquele homem que tanto a desestabilizava. Deitada na cama, pega o celular e disca o número de Sávio. O peso da manhã ainda paira sobre ela, e sente a necessidade de se desculpar.

— Oi, Sávio — diz ela, sua voz soa hesitante.

— Oi, Mari — responde Sávio, com voz gentil e carinhosa.

— Eu queria pedir desculpas pelo jeito que agi pela manhã. Estava com tantas coisas na cabeça… — confessa, tentando não revelar tudo o que estava realmente passando por sua mente.

— Não se preocupe, amor. Te entendo — responde Sávio, sem hesitar. — Sei que tudo isso é novo para você e estou aqui, ao seu lado, para qualquer coisa.

A doçura de suas palavras atinge Marina de uma forma inesperada. Sabia que ele era uma boa pessoa, sabia que o problema não era ele. Sávio era paciente, atencioso, tudo o que uma mulher poderia querer. Mas havia algo mais, algo que não conseguia entender completamente, uma inquietação que a acompanhava.

— Obrigada por me entender, Sávio. Você é tão doce… — responde, com a voz suave agora. — Eu realmente quero te tratar do jeito que você merece.

— Temos todo o tempo do mundo, Mari — responde ele, claramente satisfeito com a reconciliação. — Estou tão feliz de ouvir isso.

— Pensei sobre a viagem — continua Marina, deixando a voz mais firme desta vez. — E decidi que quero ir com você. Quero passar mais tempo ao seu lado, aproveitar nosso namoro.

A animação de Sávio do outro lado da linha é evidente.

— Mari, como eu queria te ver agora — responde ele, cheio de entusiasmo. — É a primeira vez que te vejo tão animada desde o início do nosso namoro.

— Então por que não vem me ver? — questiona Marina, sorrindo, sentindo um leve alívio por dar esse passo. Mesmo que ainda houvesse uma confusão dentro dela, queria acreditar que passar mais tempo com Sávio ajudaria a dissipar suas incertezas.

Animado, ele desliga, prometendo estar na casa dela em breve. Marina se levanta e começa a se arrumar, optando por uma roupa casual, mas bonita. Ao terminar, vai para a frente de sua casa, sentando-se na calçada para esperar por Sávio.

O ar noturno está fresco e ela tenta se concentrar na leve brisa que acaricia seu rosto, afastando os pensamentos que insistem em voltar para Victor. Enquanto espera, um carro de aplicativo se aproxima e, de dentro dele, sai Andressa.

— Oi, Mari! — diz Andressa, se aproximando com um sorriso caloroso.

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