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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 98

Mais um fim de semana havia chegado, trazendo consigo a empolgação de Marina para os planos que havia feito com a amiga. No quarto, separava alguns pertences e arrumava uma pequena bolsa com tudo o que precisaria para usar no apartamento do namorado de Andressa.

Daniela passa pelo quarto da filha e a observa tão animada logo pela manhã. A curiosidade a leva a interromper a arrumação.

— Para onde vai, Mari? — pergunta, intrigada.

— Passarei o fim de semana com a Andressa — responde, sem tirar os olhos da pequena bolsa.

— Com a Andressa? E onde vocês ficarão? — questiona Daniela, interessada.

— No apartamento do namorado dela — responde de maneira casual.

Ao ouvir isso, o interesse de Daniela se aguça. Ela estreita os olhos, tentando entender melhor a situação.

— Então, você conhece o namorado dela? — indaga.

— Não, não conheço — responde. — Na verdade, nunca o vi e, provavelmente, não o verei hoje também, porque ele estará viajando.

Daniela franze o cenho, agora ligeiramente preocupada.

— Vocês ficarão sozinhas na casa dele? — insiste, com um tom de leve preocupação.

— Sim. A Andressa disse que ele não se importa — explica, com um sorriso, minimizando a inquietação da mãe.

Daniela, no entanto, ainda parece incomodada com a ideia.

— Por que não ficam aqui em casa? Não acha que seria melhor do que ficar na casa de alguém que você nem conhece? — indaga, tentando disfarçar o desconforto.

— Não precisa se preocupar com isso, mãe — responde Marina, tentando esconder a leve irritação. — A Andressa disse que foi ele quem sugeriu, e, além disso, lá tem várias coisas legais… cinema privado, piscina.

Aquilo faz com que a sua mãe balance a cabeça, ainda não convencida.

— Isso não importa, Marina. Não é certo ficar na casa de uma pessoa sem a presença do dono — comenta, cruzando os braços.

— Mãe, é o namorado dela. Não se preocupe, a Andressa sabe o que está fazendo — responde, com um tom levemente impaciente.

Percebendo que sua insistência estava irritando a filha, Daniela decide ceder, mas não sem expressar suas ressalvas. Ela observa a filha por um instante, com o semblante pensativo, antes de finalmente murmurar:

— Bom, pelo menos, se Andressa ficará na casa dele, significa que ele não é um homem casado.

— Mãe! — Marina exclama, franzindo a testa ao captar o tom venenoso em suas palavras.

— Me desculpe, Mari, mas o fato desse homem nunca ter aparecido por aqui, ou quando vem, a deixa na esquina, faz tudo parecer um tanto suspeito — argumenta, tentando justificar sua preocupação.

— Não devíamos ficar pensando nessas coisas, não é problema nosso — responde Marina, tentando encerrar a conversa. — Você realmente acha que, sendo tão bonita e inteligente, a Andressa se prestaria a um papel tão feio quanto o de ficar com um homem casado? Ela tem dignidade, mãe.

Marina defende a amiga com veemência, mostrando claramente que a sua insinuação é absurda. Daniela suspira, percebendo que já havia levado a conversa longe demais.

— Tudo bem, não vou insistir — diz, levantando as mãos em um gesto de rendição.

Mesmo assim, ela observa a filha, e uma preocupação silenciosa a invade. Desde que Marina voltara da viagem ao Rio de Janeiro, parecia mais distante, menos paciente e já não conversava com ela do mesmo jeito. Essa mudança a incomodava, mas preferiu guardar seus pensamentos para si.

— Você sabia que chamei o Sávio para jantar aqui em casa? — comenta de repente, numa tentativa de retomar uma conversa agradável. — Mas parece que você cancelou o jantar com ele, não é?

— Sim, falei com ele e ele disse estar tudo bem — confirma, voltando a verificar os itens da bolsa.

— Ele é muito compreensivo com você. Fico feliz que vocês estejam juntos, sabia? — Sua mãe sorri, parecendo satisfeita. — E quanto à viagem que vocês farão no próximo sábado? O que têm em mente?

Marina franze as sobrancelhas, confusa com a pergunta.

Marina suspira, tentando manter a calma.

— Nada mudou desde a nossa última conversa sobre isso, mãe — responde, num tom cansado. — Mesmo conhecendo o Sávio e gostando muito dele, sinto que ainda não é o momento certo para… esse tipo de coisa — admite, com sinceridade.

Daniela a observa, visivelmente mais aliviada, mas ainda com um olhar de preocupação.

— Mas vocês irão dormir no mesmo quarto, filha. E… o que cogita fazer?

Marina sorri de leve.

— Dormir, ué. Simples assim — responde, cruzando os braços, como se a resposta fosse óbvia.

Daniela olha para a filha, incerta se essa inocência era algo positivo ou preocupante.

— Você acha mesmo que vocês dois conseguirão… se controlar, estando na mesma cama? — questiona preocupada.

Marina solta um suspiro leve, mas permanece calma.

— Eu consigo me segurar e espero que ele também consiga — responde, sentando-se na beirada da cama, com um sorriso contido.

A resposta da filha soa inocente, Marina talvez ainda não entenda certas dinâmicas emocionais e físicas dos relacionamentos adultos.

— Filha, sei que esse seu pensamento parece lógico — começa suavizando a voz — mas as coisas são um pouco mais complicadas na prática. Não é simples para um homem estar na mesma cama que uma mulher e conseguir se conter para não avançar. O corpo… os instintos de um homem são diferentes.

Marina franze a testa, surpresa com a insinuação, mas permanece firme.

— Como a senhora mesma disse, ele é um homem, não um animal — declara, com calma, mas convicção. — Deverá saber me respeitar.

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