Observando atentamente a expressão de Victor ao ouvir a resposta de Marina, Katrina capta como aquelas palavras o afetam. Percebe a raiva sutil que surge nos olhos dele, e, aproveitando a oportunidade, decide aprofundar a conversa, com um toque de provocação.
— Uau, que romântico! — comenta, com um brilho maldoso nos olhos. Sua voz carrega um tom levemente irônico, mas seu sorriso disfarçado faz parecer que estava sendo gentil.
Contudo, Marina percebe a intenção de Katrina e decide manter a postura calma, e responde sem hesitação e com o olhar firme.
— Sim, é bem romântico mesmo. Precisamos de um tempo só para nós e creio que a oportunidade é perfeita — diz, com uma ênfase sutil, deixando claro que o fim de semana era especial.
Sem perder a chance de alfinetar, Katrina sorri e complementa.
— Isso mesmo, Mari. Aproveite bastante o tempo com seu namorado e… não desgrude dele nem por um segundo — aconselha, enquanto um sorriso malicioso se forma em seus lábios. — Pode ficar tranquila, querida, que cuidarei muito bem do Victor para você.
Suas palavras ecoam com um tom sutilmente provocativo, deixando claro que seu comentário tinha mais intenção do que aparentava.
As palavras de Katrina parecem ser a gota d'água para Victor, que, com o rosto endurecido, fecha os punhos. Num impulso, ele dá um soco forte na mesa, fazendo o som ecoar pelo escritório. A explosão súbita de raiva deixa as duas mulheres em silêncio absoluto, e seus olhos fixos nele demonstram surpresa e até um pouco de assombro.
— Não quero ouvir conversas pessoais aqui, estão me ouvindo? — vocifera, com a voz carregada de fúria, seu tom autoritário reverbera no ambiente.
Ele se levanta, os ombros rígidos e os olhos estreitos revelam o seu nervosismo. Caminha até a porta do escritório e a abre com força. Com o olhar fixo em Katrina.
— Saia agora mesmo — ordena, a voz fria não deixa espaço para questionamentos.
Katrina, visivelmente desconcertada, engole em seco. Sua expressão desmorona e ela lança um último olhar hesitante para Victor antes de responder com um murmúrio.
— Com licença — diz, e sai apressada, tentando manter a dignidade enquanto sente o rosto queimar de vergonha.
Victor observa Katrina sair. Assim que ela cruza a soleira, ele fecha a porta com força, fazendo o som ecoar pelo escritório como um trovão. A batida ressoa pelas paredes, carregando a intensidade de sua frustração, e o ambiente fica em um silêncio pesado logo depois, como se absorvesse o impacto de sua raiva. Seu rosto está tomado pela fúria evidente e, mesmo respirando pesadamente, tenta conter a raiva.
Marina continua parada no mesmo lugar, encarando-o com um misto de surpresa e cautela. A atitude de Victor a deixa um pouco assustada, tanto que o seu coração acelera descompassadamente de ansiedade ao vê-lo descontrolado. Ele se aproxima, seus passos lentos e firmes carregam seu humor dissimulado. Quando chega perto o suficiente para mostrar o brilho furioso em seus olhos, a questiona.
— Vai mesmo viajar com aquele imbecil? — pergunta, sua voz está encharcada de ressentimento. Ele aperta a mandíbula, como se lutasse contra o que acabara de ouvir.
Marina se mantém firme, respirando fundo para controlar a raiva que começa a arder em seu peito. Ela ergue o queixo e encontra o olhar dele com uma intensidade fria, deixando claro que não cederia à pressão que tentava impor.
Os olhos azuis e vibrantes de Marina refletem toda a frustração e decepção que sente naquele momento. Victor observa-a com o olhar intenso e o incômodo cresce dentro dele; ele odeia quando Marina o encara desse jeito.
Ele se aproxima ainda mais com os olhos fixos nos dela, um sorriso contido se forma em seu rosto.
— Você não me conhece, loirinha — sussurra, com uma intensidade que faz o ar parecer mais denso. — Sim, fico com várias mulheres, mas faço isso porque sou solteiro. Se eu realmente tivesse um relacionamento, jamais trairia minha namorada — ele inclina o rosto para mais perto, quebrando a distância entre eles. O espaço agora é tão mínimo que ela sente a respiração dele contra sua pele. — Ainda mais se essa mulher fosse você — completa em um sussurro, cheio de uma sinceridade que a desarma.
As palavras dele a encontram completamente despreparada. Seu olhar, que até então era firme, vacila por um breve instante. O silêncio que se forma é tão denso que ela consegue ouvir o próprio coração acelerado, batendo descompassado. O olhar de Victor é penetrante, e pela primeira vez sente que as palavras dele carregam um peso real, uma verdade que não estava pronta para enfrentar. Como ele conseguia desestabilizá-la tão facilmente?
— Você não sabe o que está dizendo — murmura, com a voz trêmula, tentando se recompor antes que seus sentimentos a traiam. Dando um passo para trás, afasta-se dele e caminha até a porta, lutando para recuperar o controle. — Se não precisa mais de mim, vou fazer o meu trabalho — diz, tentando soar indiferente, embora o coração ainda bata acelerado.
— Marina! — Victor se aproxima rapidamente, colocando a mão na porta antes que ela possa abri-la. — Não viaje com aquele cara — pede, sua voz baixa carrega uma intensidade que faz suas palavras soarem quase como uma súplica.
Ela o encara por um segundo, surpresa com o tom de pedido em sua voz. Mas sua expressão logo se fecha e toma uma postura firme, decidida.
— Não temos nada, Victor e sei que se depender de você nunca teremos, então, não pense muito sobre o que faço ou deixo de fazer, assim como eu também não me importo com o que você faz — responde, com o olhar frio, abrindo a porta e saindo dali.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...