Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 16

Eu ainda estava sem acreditar sobre o que Seth tinha feito. Um sorriso bobo se formava no canto dos meus lábios enquanto lágrimas queriam se ajuntar no canto dos meus olhos ao olhar para o anel que brilhava no meu dedo.

Parecia ser muita coisa para assimilar e eu nem sabia se tinha condições para conseguir assimilar tudo isso. Meu coração simplesmente parecia pular dentro do peito enquanto uma euforia parecia tomar conta de mim. Sorri.

— Ag. Você está fazendo isso por vontade própria, não é mesmo? — Perguntou minha mãe preocupada. — Tem nada de ninguém te ameaçando com homem bomba né? Só porque ele é rico, não quer dizer que Você precisa ficar com ele. A gente se vira. Você sai do seu trabalho. Com a experiência que Você tem, um monte de gente por aqui vai querer que Você trabalhe para eles. — Disse minha mãe e eu suspirei enquanto me posicionava ao lado da minha mãe no sofá. Tomei suas mãos sobre as minhas enquanto meus olhos voltavam-se aos seus.

Eu sabia a preocupação que minha mãe tinha comigo e acho que se eu tivesse uma filha, teria a mesma preocupação. Mas agora eu só conseguia me sentir alegre, feliz! Parecia que amar fazia isso conosco.

— Mamãe, eu também amo ele. — Segredei apertando as mãos calejadas da minha mãe. Para minha surpresa percebi que novamente estava chorando. Eu não era emotiva assim. Simplesmente não sabia o que estava acontecendo comigo, estando tão emotiva. Mas ali estava eu chorando novamente, muito embora eu soubesse que não eram lágrimas de tristeza, mas de emoção. Lágrimas de alegria.

Minha mãe retirou uma de suas mãos da minha enquanto estendia até o meu rosto tocando e me olhando. Percebi que ela também estava com lágrimas nos olhos e eu sabia muito bem que ela estava lembrando de meu pai. Do tempo que ela o amou e que tudo desmoronou. No fundo, eu sabia que a minha mãe ainda sofria por isso. Por que embora meu pai não a amasse como ela o amava, era um sentimento não correspondido. E que ela ainda sentia por ele.

— Eu fico feliz que seja correspondido, minha filha. Mas lembre-se, que, sempre, sempre, sempre Você tem a sua mãe para qualquer coisa que Você precisar. — Eu concordei enquanto em lágrimas lançava-lhe um doce sorriso enquanto dizia:

— A senhora também vai gostar da Senhora Zilena, a mãe de Seth. É como minha segunda mãe, depois da senhora. Eu não tenho palavras para dizer, mãe. Eu simplesmente sei que meu coração já é completamente dele. — E minha mãe concordou enquanto sussurrava:

— Eu vejo, Ag. Eu nunca vi Você um terço do que Você está agora com como Você agia com Matheus. — E dito isso minha mãe abriu um gatilho que eu tinha até então esquecido. Matheus. A mãe dele. A mensagem que eu tinha recebido.

Eu iria ajudá-la? Eu faria o que ela estava me pedindo? Eu precisava me decidir. Mas, no fundo, eu já tinha minha resposta.

Por pior que Matheus fosse, ele e sua mãe sempre ajudaram a minha família quando precisamos. Seja com um carona ao hospital, seja com algum dinheiro que precisávamos. Eu tinha o dever de passar por toda a dor que eu sentia e, mesmo que eu não sentisse vontade de fazer isso pelo idiota do Matheus, eu deveria fazer pela sua mãe. Ela não tinha culpa. Ela merecia ajuda com o idiota do filho que ela tinha.

— A gente precisa ver quem vai nesse avião. Ai, eu preciso contar isso para sua vó. Ela vai ficar tão feliz ao saber que Você vai se casar, Ag. — Mas a verdade é que eu já não estava prestando muita atenção no que minha mãe estava falando. Eu só conseguia pensar que precisava resolver o que precisava ser resolvido antes que todos nós fossemos para Omã. E com esse pensamento em mente eu decidi o que tinha que fazer:

"Onde e Quando?" Respondi por mensagem. Engoli em seco. No fundo, eu sentia como se tivesse fazendo algo extremamente errado. Mas eu sabia porque estava sentindo isso. Era porque eu não tinha contado para Seth. E eu sentia que deveria conta-lo, ainda mais agora que eu era noiva dele.

Mas eu sabia, no fundo, como ele se portaria se eu contasse isso para ele. Sabia como ele reagiria e que ele seria capaz de me impedir de fazer isso se fosse capaz. E ele estava já fazendo tanta coisa por mim, estando aqui no Brasil, enfrentando tudo mais que ele devia enfrentar, religião, pessoas ignorantes, repórteres, enfim, tudo! E ele estava enfrentando tudo com tanto empenho que eu não podia fazer isso por ele. Não podia conta-lo. Ele não entenderia.

"Amanhã a tarde, no Shopping Pátio Paulista, pode ser?" Pergunta a mãe dele. Bem, era um local bem aglomerado. A chance de me acontecer algo era mínima. Respirei fundo. Decidi que iria concordar.

"Blz. Marcado então."

Respondi enquanto largava o celular no canto do sofá. Preferia não pensar mais nisso. O importante é que Sophia estava ficando melhor, tudo estava ficando melhor! E era a única coisa que eu conseguia pensar.

Tudo estava ficando melhor.

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