Não demorou para que chegássemos no hospital. Mal entrei no quarto de Sophia e percebi que ela ria muito ao lado de minha amiga, Fernanda, que tinha ido a visitar. Sorri. Aproveitaria o momento para chamar Fer para essa festa que Seth tinha falado.
— Ag! — Disse minha amiga louquinha enquanto dava um grande sorriso e me abraçava. Sorri junto de Fer que logo veio me falando:
— Estava aqui falando com a Soph, e nós duas concordamos que ela tem que ser a daminha e eu tenho que ser a madrinha. Já decidimos por Você, Ag. — Disse Fer e eu ri achando graça do que ela falava, pois eu estava tentando não pensar que agora estava noiva e que ia me casar, tal como Fer deixava bem claro.
— Acho uma boa ideia. — Disse Seth logo atrás que, por um segundo, eu tinha esquecido que ele estava ali. Fer balançou a cabeça concordando e eu aproveitei a deixa para fazer o convite.
— Não quer me acompanhar numa festa lá no Rio de Janeiro que o Seth quer que eu vá com ele? — Perguntei e Fer soltou uma risada bem sonora.
— Se eu ouço a palavra festa, é óbvio que quero saber onde e, sabendo onde é, ainda podendo ir com a minha amiga, é claro que eu respondo sim! — Disse Fer como se fosse a coisa mais óbvio que só eu não tinha pensado nisso.
— Ah, mas e eu? — Perguntou Sophia e eu sorri para ela.
— O doutor disse que você ainda está em observação Sophia, e por enquanto isso quer dizer com todas as letras, sem viagens de avião. — Disse o que fez Sophia fazer um biquinho.
— Ah, não. — Ela respondeu.
— Não se preocupe. Cuide para se recuperar, que Você vai participar como daminha de uma festa ainda melhor, a festa do casamento da sua irmã em Omã. — Disse Seth para Sophia, piscando, enquanto Sophia voltava a abrir um outro sorriso enorme, feliz com a notícia que agora recebia.
— Eba! — Disse Sophia enquanto comemorava no momento que a médica que acompanhava o caso dela adentrou o quarto sorrindo bastante.
— Vejo que Sophia vem tendo uma ótima recuperação, não é mesmo? — Disse Dra. Suzana enquanto trazia uma prancheta nas mãos e um sorriso nos lábios. Era uma mulher muito bonita, com os cabelos escuros presos num rabo de cavalo e os olhos orientais bem puxados. Era também uma médica excelente e esteve por trás de toda a cirurgia e todo o acompanhamento junto ao médico cirurgião responsável pelo caso. Eu só tinha a agradecer a ela por vir rapidamente quando Sophia precisou dela.
— Doutora, você sabia que minha irmã vai casar? — Doutora Suzana abriu um grande sorriso para mim enquanto me congratulava:
— Meus parabéns, Agnes. Fico muito feliz por Você. — Ela umedeceu os lábios, voltando sua atenção para minha irmã. — Agora preciso fazer uns check-ups em Você, Sophia e preciso, se não for pedir muito, para que a visita saia. — Concordei enquanto começava a minha tarefa máster de expulsar todos ali presentes.
— Vamos lá! Ouviram a Doutora. É hora de sair e deixar Sophia. Até mais Soph! — Disse e Sophia concordou enquanto todos nós saíamos do quarto.
— Vou esperar lá na frente enquanto isso, Ag. A gente precisa comprar um vestido para essa festa. — Disse Fernanda enquanto piscava para mim e eu concordei enquanto me aprontava para me despedir de Seth.
— Venha cá. — Disse Seth enquanto me puxava pela mão. Fiquei um pouco atônita até que Seth nos levou pelos cantos do hospital até que encontrássemos um corredor que parecia mais vazio, que dava direto a uma escada de emergência. Ele então achou que aquele era um bom lugar para dizer o que deveria, já que ele logo começou:
— Eu estou há um tempão tentando dar isso para Você, mas sem encontrar oportunidade sem que Você ache estranho. Acho que esse talvez seja o momento mais certo para isso. Isso aqui. — E dito isso, Seth tirou um cartão do bolso da calça enquanto estendia na minha direção. O meu cérebro ainda estava levemente atordoado com as informações dadas, já que eu só fiquei olhando para o cartão black esperando que alguma coisa se passasse na minha cabeça e que eu tivesse alguma reação naquele momento. — Isso aqui é um dos meus cartões, um que eu fiz para Você usar. Gaste o que for necessário para Você e a Fernanda nos vestidos e outras coisas eventuais que Vocês precisarem comprar, tudo bem? — E novamente o meu cérebro continuava desligado, mas eu precisava força-lo a funcionar. E foi o que eu fiz.
— Eu não preciso dos seus cartões, Seth. Nunca precisei. Eu ainda tenho algum dinheiro para comprar um vestido para mim. Sua família me paga muito bem. — E Seth bufou enquanto reclamava:
— Sempre teimosa, sempre teimosa...
Eu não tinha culpa se era muito bem decidida quanto a minha vida. Só porque estava noiva dele, não queria dizer que eu iria ficar sujeitada, a minha vida toda, a ficar sem fazer nada olhando para o teto sem ganhar o meu próprio dinheiro. Eu enxergava as coisas de modo diferente das que Seth via, simples assim.
— Agnes, não é isso... — Mas eu não deixei que Seth continuasse a falar.
— Não precise se preocupar. Eu vou comprar um vestido discreto e vou convencer Fernanda a se vestir mais discreta também. Pode deixar. — Digo já me virando de costas, pois sei que a única forma de convencer Seth é desistindo de ouvir qualquer desculpa que ele vai teimar em dar.
Para minha surpresa, Seth não deixou que eu continuasse falando. Sua mão tocou a minha e ele me puxou com muita agilidade em direção a porta que dava espaço para as escadas. Quando percebi, com completo delete da minha mente, o corpo de Seth estava prensado contra o meu na parede e a única coisa que eu conseguia pensar era que estávamos muito próximos. Muito próximos mesmo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Sheikh no Brasil
Maravilhoso, amei a história. Parabéns a autora, soube prender minha atenção com comedia, ação, drama e romance na medida certa....