Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 24

— Simplifique, Al. Simplifique. — Disse enquanto ele revirava os olhos diante da minha impaciência.

Não era para menos. Estávamos ali há mais de uma hora enquanto eu escolhia um terno enquanto ele me passava tudo o que tinha feito naquele meio tempo. Ele havia encontrado um sítio que parecia interessante, próximo da cidade da avó de Agnes. Ele iria precisar de um pouco mais de verba para contratar outros seguranças de meio período para que, junto dos outros já experientes, pudessem fazer a ronda do local. Além disso, ele tinha escalado ele próprio e mais dois para a segurança no Rio e estava a comentar sobre o orçamento com outros guardas em tão curto período de tempo.

— É isso, Senhor Seth. — Ele disse e eu concordei enquanto bufava e terminava de abotoar o terno. Deveria ser aquele. Aparentemente era o terno ideal.

— Al, como chefe da minha segurança pessoal, você sabe que tem completo aval para novos orçamentos e necessidades que por ventura houverem. Além disso, relaxe um pouco. Sei que deve estar sendo difícil minha segurança por aqui, mas agora, por exemplo, você pode se sentar. — Eu disse apontando para o sofá que havia na loja enquanto eu ainda estava me vestindo. Alfred suspirou e decidiu que por algum motivo da sua insistência mental chata era melhor ignorar o que eu tinha falado sobre ele se sentar.

— O senhor é alguém importante, é como um irmão que eu nunca tive para mim. — E ouvir tal comentário de Alfred, quieto, que pouco falava de sentimentos, se é que eu um dia o vi falar sobre, me fez parar imediatamente de ajeitar minhas mangas enquanto voltava a atenção para meu amigo.

Eu conhecia a história de Alfred. A mãe dele era parteira da pequena província que ele nascera e fora ela que pinçou o sangramento para que eu não sangrasse até a morte, enquanto seguíamos para o hospital mais próximo da savana. Ele era o único filho homem de uma família de sete mulheres, mais a mãe dele. Eu imaginara que a quietude dele fora por isso. Um local só com mulheres deveria ser muito difícil para falar, já que as mulheres parecem gostar muito da tarefa de falar. Assim, ouvir que Alfred me considerava o irmão que ele nunca, de fato, teve, me tocava de uma maneira que eu não conseguia sequer expressar em palavras.

— Alfred. — Disse e ele que parecia um pouco envergonhado do que tinha falado, como se tivesse cometido um erro, o que obviamente não o era, levantou a cabeça voltando sua atenção para mim. — Tu também és para mim como o irmão que nunca tive. E por isso que insisto que você tenha sempre tudo o que precisar de minha parte. Seu salário é o mais alto de todos os meus funcionários. E sei que dinheiro não paga a amizade que temos, mas sei também que boa parte do que você ganha, você doa para sua família. Por favor, eu insisto, novamente, me trate como Seth. Como irmão, como você quiser. Mas não de Senhor. — Disse, o que fez um pequeno sorriso despontar nos lábios do homem comedido.

— Panji (Irmão). — Disse Alfred em kimbundu e uma pequena e tímida risada saiu de seus lábios. Sorri.

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