Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 25

Resumo de Capítulo 25 - Agnes: Um Sheikh no Brasil

Resumo de Capítulo 25 - Agnes – Uma virada em Um Sheikh no Brasil de Diana

Capítulo 25 - Agnes mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Um Sheikh no Brasil, escrito por Diana. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

Ali estava eu, de frente ao elevador que me levaria ao andar onde Matheus e Laura estavam. Não conseguia adentrar o elevador ficando apenas o encarando enquanto esperava que uma luz divina pudesse me empurrar ali para dentro.

Não sei quantos segundos fiquei encarando o elevador, apertando o botão para que ele não fechasse a porta, mas sem nenhuma vontade de subir. Por fim, sem opção alguma, acabei adentrando o elevador e esperando que eu não morresse.

Ainda me perguntava como seria encarar Matheus depois de tudo o que ocorrera. Por tanto tempo eu havia ficado com as marcas das desgraçadas mãos dele. Meu coração parecia palpitar sobre o peito a quase sair, mas não como uma sensação boa, no entanto, como se eu estivesse tendo uma taquicardia por medo.

Quando adentrei o consultório não tive sequer tempo de processar as informações ou como era o consultório, pois para minha surpresa, Matheus deu um grito de contente:

— Agnes! — E para minha surpresa, que não esperava tamanha alegria vindo dele, simplesmente acompanhei petrificada quando ele me abraçou com muita força em seguida pegando minhas mãos entre as suas e beijando as pontas dos dedos.

A sensação de repulsa se fazia presente. Eu simplesmente não conseguia ignorar lembrar daquele dia, do dia que eu quase tinha sido estuprada. De que quem olhasse Matheus agora, agindo dessa maneira tão estranha e de certa forma ingenuamente carinhosa, não imaginaria o que ele tinha sido capaz de fazer. Eu só conseguia sentir nojo. Nada mais.

As marcas, o medo, tudo veio à tona enquanto eu me sentia sufocando novamente. Parecia que eu estava novamente naquele quarto sufocante, a sensação de tentar fugir e não conseguir. Pior, Seth não estava no cômodo ao lado para me salvar. Para me ajudar com qualquer coisa que acontecesse.

Na mesma efetividade que Matheus apertou e beijou meus dedos, ele escapou para o consultório da psicóloga enquanto eu só conseguia ficar parada, olhando a porta que tinha sido acabada de bater e esperando que eu encontrasse forças na minha perna para fugir como um instinto de sobrevivência.

Fechei meus olhos enquanto sentia que lágrimas se ajuntassem no canto dos meus olhos. Eu simplesmente não conseguia mais sentir nada por Matheus, se é que um dia eu pudesse dizer que já senti algo por ele. Estava tão envolta em tudo o que ele me causava que sequer percebia o relacionamento abusivo que eu vivia com ele. Apenas ao conhecer alguém que me tratava com carinho, com amor e, de fato, com tudo o que eu merecia, era que eu percebia que tinha vivido algo ruim a minha vida toda. E agora que eu tinha experimentado o que era de fato bom, eu não queria nunca mais viver algo ruim como outrora eu tinha vivido.

— Eu disse, ele anda um pouco bipolar. — Arqueei uma sobrancelha. Um pouco bipolar? Ela estava sendo um pouco comedida com suas palavras, visto que Matheus parecia mais do que bipolar. Ainda assim, preferi nada falar enquanto esfregava os olhos tentando tirar do rosto o que poderia ser um começo de lágrimas e me sentei ao lado de Laura que suspirava.

— Ele precisa de ajuda, Agnes. — Ela disse como se eu já não tivesse percebido isso. Novamente, não sentia vontade de falar. Mas Laura continuava insistindo que eu falasse alguma coisa. — Eu acho que ele te ama muito.

Depois dessa eu não consegui e acabei soltando uma risada sarcástica. Se a intenção de Laura era que eu falasse, ela tinha conseguido isso com uma maestria incomum, porque eu não só queria falar, como queria contestar tudo o que ela falava.

— Me amar muito? — Ri novamente. — Você só pode estar de brincadeira com a minha cara, Laura. — Ela pareceu assustada com a minha atitude.

Mas eu já estava aguentando tudo calada, porque realmente queria ajudá-la, ela que, como mãe, eu pensava realmente que estava precisando de muita ajuda com seu filho. Pelo visto, não somente o filho precisava de ajuda. Novamente, respirar não estava adiantando para mim. A esquentadinha voltando com tudo.

— Ele me amar muito? Você tem noção do que você está falando? Ele então é um maluco que precisa ser internado! Pois desde quando você tenta estuprar quem você ama? Desde quando você machuca quem você ama? Quem tenta, afinal, enforcar quem ama? Mas meu Deus! Ou eu não compreendo o que é amor, ou, o que é mais sensato, na minha opinião, ele é um maluco desvairado! Por que isso não é amor, Laura! Isso é doença. — E finalmente respirei aliviada. Eu realmente estava precisando soltar aquelas palavras que estavam entaladas na minha garganta.

Laura realmente pareceu assustada com tudo o que eu falava, me olhando como se eu tivesse cometido um insulto falando aquelas poucas verdades para ela. Mas merecia. Eu não ia aceitar que ela me dissesse que ele me amava quando eu enxergava exatamente o contrário.

— É a forma dele de mostrar o amor dele por Você, Agnes. — Tentou Laura, o que me fez revirar os olhos achando graça novamente daquela desculpa de Laura. Eu realmente não levantava e ia embora, pois tinha medo que o louco do outro lado do consultório surtasse com a mãe dele caso visse que eu tinha ido embora.

— Eu peço desculpas, Laura. Mas eu não aceito esse tipo de amor e nunca vou aceitar. Isso, para mim, é doença. E deve ser tratado como igual. — Laura assentiu.

— Mas nem deve aceitar, Você está noiva de outro homem. Mesmo que ele a ame, Você é de outro agora, não é mesmo? — Alfinetou Laura. Ela estava como Matheus querendo testar minha paciência? Concordei, balançando a cabeça. Não queria mais falar sobre esse tipo de coisa.

Como num passe de mágicas, Matheus abriu a porta do consultório sorridente. Laura arregalou os olhos enquanto perguntava:

— Mas já? — A psicóloga que vinha atrás com o rosto lívido e branco como um papel concordou enquanto parecia arrumar a voz e dizer:

— Mas não é o sabor que você gosta? Ou mudou de sabor de sorvete da mesma forma que mudou de namorado? — Ele pergunta, os dentes trincando ao perguntar. Meus olhos se direcionam aos seus raivosos e eu obrigo-me a manter a visão para que ele não ache que me enxergo inferior a ele. Não vou deixar que ele aja dessa maneira comigo e ache que pode.

— É o sabor que gosto sim. Mas não estou com fome. Agora, não se intrometa onde você não foi chamado. — E Matheus continuou com os olhos voltados na minha direção. Eu sentia pelo fervilhar que ele certamente estava se segurando para não me machucar novamente e eu precisei de muita força para manter meu olhar com o dele, sem tremer na base ou sentir que eu poderia desmoronar ali diante de tamanhas lembranças dolorosas que assombravam minha mente.

— Aqui está senhor. — Disse o garçom e Matheus parou de me encarar nos olhos só para pegar a casquinha dele. O garçom se afasta e eu quase penso que terei um momento de paz enquanto Matheus saboreia sua casquinha, mas enquanto Matheus passa a língua por sob o sabor, ele decide continuar falando, distraidamente:

— Sabe, eu tenho uma coisa para falar. — Eu não queria ouvir, mas não ia adiantar falar isso para ele. A mãe dele, por sua vez, parecia um poste ali, sem se mover ou dizer qualquer coisa que fosse para impedir o filho de continuar sendo um idiota comigo. Matheus continuou: — Você está muito bonita, Agnes. Acho que posso dizer que até mais bonita do que a última vez que a vi. — E dito isso Matheus voltou sua atenção para mim, o olhar encontrando-se com o meu a pensar que eu poderia baixa-los por conta disso. — Tão bonita que eu fico a pensar, sabe... — Matheus deu uma pausa. Parecia pensar em algo.

— Tão bonita que eu fico a pensar que sinto vontade de pegá-la novamente, tal como eu fiz no hotel, sabe? Quem sabe assim a esquentadinha aprende quem é o homem dela de verdade, hã? — E depois dessa eu não aguentei. Que Laura me perdoasse, mas eu não ficaria ali ouvindo um idiota falando, querendo reviver memórias dolorosas. Eu realmente tinha tentado a ajudar, mas aquela tinha sido a gota d’água. Eu não ia mais tentar ajudar quem sequer queria ser ajudado. Que Laura tentasse sozinha, porque a minha cota de paciência já tinha se desgastado de vez.

— Licença. — Disse saindo daquela sorveteria como se estivesse emergindo para fora d’água a procura de ar. No entanto, antes que eu alcançasse a porta da sorveteria, ouvi em alto e bom som, Matheus gritar:

— Não esqueça daquele babaquinha do seu namorado, que antes de ele beijá-la, quem o fez primeiramente foi eu. Eu sou e serei sempre o seu primeiro, Agnes. — E eu decidi ignorar Matheus enquanto eu não me debulhava em lágrimas, passando a correr como se minha vida, de fato, dependesse disso. Pois agora, se dependesse de mim, eu nunca mais encontraria com Matheus.

Quando encontrei o metro e adentrei o vagão, foi com um arfar e tremendo que eu sentei esperando que a tremedeira que havia no meu corpo se afastasse de mim. Um certo misto de medo, de raiva e de tudo o mais que eu não conseguia saber o que era, parecia estar dentro de mim e, quando percebi, as primeiras lágrimas vieram enquanto eu só conseguia tentar dizer para mim mesma, para o meu corpo, que eu estava bem. Que eu estava salva. Que nada mais aconteceria comigo.

Mas conforme o vagão andava eu só conseguia pensar que eu, talvez, nunca devesse ter tentado ajudar Laura, do contrário, esse tipo de coisa nunca teria acontecido comigo. As lembranças não seriam revividas e eu poderia, enfim, respirar em paz, algo que eu finalmente conseguia fazer agora que estava dentro do metrô.

Limpei as lágrimas antes que mais pessoas continuassem me vendo chorar no metrô. Eu não cometeria mais esse erro. E foi com essa ideia na mente que eu fiz essa promessa para mim mesma. Não mais cometeria esse erro.

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