Não demorou para que o momento silencioso depois da semana agitada que eu e Seth tínhamos tido fosse interrompida por Paulo, o anfitrião da festa, novamente. A escola de samba já tinha se ido e agora uma música tranquila de algum DJ tocava pelo salão. Ele se aproximou novamente com sua esposa e tal foi minha surpresa ao ele perguntar para Seth:
— O senhor me daria a honra de dançar com sua noiva? — Ao que Seth concordou enquanto Paulo emendava: — Minha esposa... — E Kátia estendeu a mão que Seth pegou para que nós seguíssemos para a passarela.
Eu realmente não estava esperando que eu fosse dançar, ainda mais eu, a pessoa mais desastrada da face da Terra, que provavelmente conseguiria tropeçar nos próprios pés se não tomasse cuidado.
Paulo me acompanhou até a pista de dança e passou a me acompanhar enquanto eu tentava prestar o máximo de atenção nos meus pés para que eu não caísse ali no meio de todos e fizesse Seth pagar vergonha, além de eu passar essa vergonha, embora passar vergonha fosse algo inerente a mim.
— Você pensa em algum preço? — Perguntou-me Paulo e eu franzi o cenho sem entender sobre o que poderia ser que ele estivesse falando, pois eu de fato não fazia ideia do que ele falava.
— Como? — Perguntei franzindo o cenho e Paulo deu uma pequena risada enquanto falava casualmente:
— Ah, para convencer o seu noivo a fechar contrato com a minha empresa, sabe. Eu sei que casando com o homem rico ele vai te dar todo o dinheiro que Você precisa, mas poderíamos, por exemplo, falar sobre um emprego de dez mil todo mês para sua mãe, por exemplo. — E eu ainda fiquei alguns segundos em delete tentando acreditar que aquele cara estava me oferecendo dinheiro para convencer Seth sobre algo que só competia a ele decidir. De fato, não era questão de país não, era questão de caráter. Por que eu poderia dizer que encontrava gente mal caráter em todo lugar do planeta Terra. Embora Paulo estivesse de parabéns com seu completo mal caratismo.
— Quem tem que decidir sobre fechar contrato com Você ou não é o meu noivo, não é. — Disse ainda tentando ser sensível e não estourar. Por que eu era dessas. Se eu não tivesse que estar fazendo de alta dama eu realmente estaria xingando o cara ali.
— Ah. Agnes, minha querida. — Disse Paulo sorrindo, como se eu fosse uma criança. Fechei a cara. — Você deve ter um preço. Afinal, Você é brasileira...
— Sou brasileira, mas não sou sem caráter não, senhor Paulo. — Disse e ameacei sair, ao que Paulo apertou minha mão entre as dele enquanto tentava sua última cartada final:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Sheikh no Brasil
Maravilhoso, amei a história. Parabéns a autora, soube prender minha atenção com comedia, ação, drama e romance na medida certa....