Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 30

Eu ainda estava suando frio depois da discussão que eu tivera. Sentia todo o meu corpo tremer de raiva ao lembrar das cenas ocorridas e decidi que o melhor era tomar um banho para esfriar a cabeça. Não conseguiria dormir tão cedo.

A água tocando o meu corpo pareceu fazer minhas células do corpo relaxarem enquanto toda a cena se revivia na minha mente e eu só conseguia pensar em como meu pai ia encarar tudo o que eu tinha feito. Ele sempre me considerou um inconsequente. E por muito tempo foi o que eu gostei de ser. Agora, depois da última cena que fiz, na frente de um monte de fotógrafos, já não sei mais dizer se o que fiz foi uma atitude inconsequente ou se defender a honra da minha noiva foi a melhor coisa que fiz nos últimos tempos.

Respirei fundo. Não adiantava ficar pensando, mas eu ainda sentia que se não houvesse os malditos repórteres, eu com certeza teria dado um soco no homem. Era do meu extinto. Algo que meus pais sempre reclamaram. Eu costumava atacar antes de perguntar. E novamente, ali, eu teria feito isso por Agnes.

Desliguei a água morna que caia sobre o meu corpo me enrolando na toalha do hotel. Ainda havia o problema de no Brasil eu ser quase uma mídia, o que não facilitava que eu pudesse estar com Agnes da mesma maneira que estive na Alemanha. Era tudo muito enfadonho.

A noite não foi das melhores. No fim, acabei tendo alguns cochilos e fui acordado cedo por Alfred que deu dois toques na porta e foi entrando. Sentei no colchão, já bufando em decorrência da noite mal dormida, e Alfred colocou as mãos dentro do bolso da calça que usava enquanto me dizia:

— O local já foi fechado e eu já arrumei a guarda pessoal para a viagem, Seth. Quando você quiser poderemos estar partindo para o seu noivado. — Concordei enquanto me levantava. Teríamos que partir para São Paulo também, mas eu ainda queria dar uma volta na orla da praia, mais uma vez, com Agnes.

— Ótimo. Avisarei Agnes. Sabe dizer se as moças já estão de pé? — Perguntei e Alfred revirou os olhos.

— Eu sou seu guarda pessoal Seth, não vidente. — E eu ri enquanto começava a trocar de roupa.

— Grande amigo. — Respondi e Alfred decidiu me ignorar saindo pela porta para fazer o seu trabalho. Suspirei e terminei de me vestir.

Fiquei na porta do quarto das meninas esperando que elas acordassem e saíssem para darmos uma volta antes de pegar voo para São Paulo. Felizmente, elas não demoraram a sair e foi com um grande sorriso nos lábios que eu recebi Agnes, depois do que pareciam longos séculos depois da última vez que eu a tinha visto de vestido.

E eu ainda conseguia ficar embasbacado toda vez que a olhava.

Não se tratava de estar de vestido, mas de ser ela com vestido. Afinal, eu já tinha convivido outras vezes com mulheres do ocidente e que usavam muito menos do que o vestido que Agnes usava. Assim, o problema não era o vestido. Eu estava acostumado com isso. Somente não sabia dizer com exatidão porque meu corpo simplesmente paralisava e eu só conseguia ter olhos para ela. Talvez eu já estivesse tão imerso no vício que sequer conseguia perceber mais.

Agnes estava usando um vestido florido azul e que combinava perfeitamente com sua pele quente e seus cabelos atraentes e cacheados. O tom azulado parecia acordar ainda mais os meus extintos, ou talvez fosse a perfeita combinação com a areia, a praia e o Rio de Janeiro. Fosse o que fosse, Agnes estava linda e eu não conseguia desgrudar um segundo sequer os meus olhos dela.

— Tem muito contato visual aqui. Pode parar que estou me sentindo um castiçal. — Comentou Fernanda entrando na frente de Agnes e fechando por completo o meu contato visual com Agnes. Ri.

— Mas Você sabe quebrar o clima não é mesmo? — Comentei brincando e Fernanda soltou uma longa risada.

— Olha Seth, não "to" solteira a toa não, hein? Já cortei tanto o clima que fiquei definitivamente encalhada. Mas tudo bem se tiver álcool inserido no meio. — E eu revirei os olhos enquanto Fernanda seguia diretamente ao elevador. Ela estava usando um vestido de renda por cima do que parecia um biquíni e eu fiquei me perguntando se isso não poderia ser uma dor de cabeça que chegaria em Omã.

Mas que se danasse Omã. Eu já estava ficando de saco cheio de pensar sobre quais regras seguir, o que fazer. Fernanda era só companhia de Agnes e tinha todo o direito de agir como quisesse.

Quando começamos a passear na orla da praia Agnes deu um longo sorriso para mim enquanto aproveitava que Fernanda tinha se afastado um pouco de nós para correr para falar:

— Eu estou muito curiosa sobre o que você está pensando. — Ela me disse e eu revirei os olhos.

— Eu estou muito curioso porque você está curiosa.

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