Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 36

— Eu vou resolver algumas coisas no Shopping. — Disse para Seth que concordou enquanto me dava um beijo na testa.

— Tudo bem, amira. Eu vou ver com Alfred a situação da segurança. E não adianta falar nada, você sabe que não quero que aconteça nada com você. — Revirei os olhos.

— Eu sei, Seth, mas não precisa também de uma guarda pessoal para minha família. — Disse e, de fato, eu não achava que havia necessidade. A gente conseguia se proteger muito bem. Mas Seth negou.

— Não adianta discutir, Ag. Já está decidido. Vou indo lá. — E Seth piscou dando-me um beijo no canto dos lábios que fez minha pele formigar naquele exato lugar, logo em seguida sentindo falta do seu contato que se desfez em segundos. Então Seth partiu.

Meu coração estava partido não somente porque Seth estava indo embora, mas porque eu sabia que era errado mentir para ele. Não deveria fazer isso. Mas eu tentava me convencer de que Seth não entenderia que Matheus precisava de ajuda. Do jeito que ele era, era bem capaz de me proibir de fazer o que estou fazendo. E eu queria minha independência de decidir por mim mesma o que eu podia ou não fazer. E eu queria fazer esse bem.

Segui para o mesmo consultório que eu tinha ido antes. Novamente, mais uma consulta de Matheus. Entrei no consultório e Matheus estava de olhos fechados e sentado, mas, assim que sentiu que eu havia entrado no escritório, os seus olhos se abriram e o olhar frio dele me encarou por longos segundos antes que ele se levantasse, sem dizer uma palavra, e entrasse no consultório.

Laura que também estava ali suspirou ao me ver sentar ao seu lado. Ficamos alguns segundos em silencio antes que ela tomasse a palavra e começasse a falar.

— Ele se arrependeu, sabe? Do que te disse. — Fechei meus olhos. Eu preferia que Laura não tivesse entrado no assunto, pois parecia que me machucava ainda mais pensar na cena de antes ocorrida e em como eu ainda assim estava ali. Mas Laura parecia querer fazer questão de cutucar minhas feridas.

— Eu sei. Não quero falar sobre isso. — Disse seca e Laura concordou meneando a cabeça em afirmativa.

— Eu só quero agradecê-la, Agnes. Pelo que Você está fazendo. Minha família sempre será grata por Você. — E eu concordei dando de ombros. Minha última vontade era que Matheus melhorasse logo e sumisse da minha vida.

— Não tem nada. — Disse e, para minha surpresa, Laura começou a chorar. Voltei minha atenção para ela, preocupada pelo choro do nada e perguntei:

— Aconteceu algo? — E fungando Laura me respondeu:

— Não é nada. Não quero adular você. — E eu odiava que as pessoas dissessem isso. Se já havia começado, que terminasse logo de uma vez. Mas agora começar e parar do nada, só fazia o outro ficar mais preocupado e curioso.

— Pode falar. — Disse quase pisando em ovos, porque sempre que alguém chorava é óbvio que coisa boa não é. Laura fez um gesto de deixa para lá com a mão e eu decidi não insistir mais. No entanto, para minha surpresa, depois de alguns segundos que ela ficou sem falar, só fungando, ela começou a falar:

— Matheus gosta muito de você, você sabe não é Agnes? — E aquela conversa só fazia com que meu sangue gelasse, pois eu não gostava do caminho no qual a conversa se enveredava.

— Eu acho que não posso chamar o que ele sente de gostar, Laura. — Disse séria, mas a mulher deu de ombros, como se não importasse o nome.

— Ele sente muito a sua falta Agnes. Ele está desolado em saber que você vai se casar com outro que não é ele. vocês tiveram uma história juntos...

— Uma história que ele me humilhava e eu servia de saco de porradas para ele? Grande história. Olha, Senhora Laura, se você não quiser que eu vá embora ou me estoure com você, eu acho que seria bom a senhora parar. Eu costumo ter um pavio mais curto do que Você imagina. — E a mulher então parou de falar emudecendo.

Acho que a mãe de Matheus também estava ficando um pouco paranoica, precisado de um médico urgente também. Porque essa história de ficar cutucando minhas feridas não era de alguém normal.

Antes que eu pudesse continuar com os meus pensamentos, a porta do consultório foi aberta novamente e Matheus saiu de lá novamente sério. Seu olhar frio encontra o meu por alguns segundos, mas é o suficiente para sentir o ambiente ficar levemente gélido antes que Matheus vá embora me deixando sozinha com a mãe dele.

— Eu vou esperar lá embaixo. — Ele murmura para a mãe e sai deixando nós duas sozinhas no consultório.

Para minha surpresa, Laura vem ao meu encontro e me abraça e eu fico pensando quem dos dois é o mais bipolar, afinal. Não concluo o meu pensamento, pois Laura já emenda falando:

— Muito obrigada por tudo, Agnes. — E eu só consigo concordar meneando a cabeça enquanto Laura me solta e vai atrás do filho deixando um ponto de interrogação bem grande instalado na minha testa e a certeza de que ambos já não estão muito normais.

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