Era difícil aceitar meu pai na minha casa. Infelizmente, eu não podia impedir Sophia de o receber. Ela queria isso com muita força e a contragosto, eu tive que aceitar. Fiquei no meu quarto olhando para o teto e pensando no passado tenebroso que um dia eu tive. Fechei meus olhos.
Eu ainda tinha muito forte na cabeça o testemunho do meu pai. Ainda assim, era muito difícil para mim aceitar que ele tinha mudado, que ele podia estar sendo uma pessoa melhor. Não era fácil dar uma segunda chance para uma pessoa que tinha feito você sofrer tanto. E meus conflitos internos não eram poucos. Eu queria fazer com que Sophia não sofresse o tanto que eu tinha sofrido, eu queria protege-la, mas ela também tinha a sua chance de escolher o que era melhor para ela mesma.
— E como vai meus irmãos? — Perguntou Sophia e meu pai riu.
— Alice está aprendendo a ler agora, mas Felipe já está aprontando cada uma... — Disse papai e Sophia sorriu.
— Eu queria tanto conhecê-los.
— Só marcar. Eu adoraria que Você conhecesse a Kátia, seus irmãos. Seria perfeito. — Disse meu pai e eu fechei os olhos enquanto apenas absorvia os dois conversando em perfeita sintonia, falando sobre fatos corriqueiros.
— Sophia, venha cá rapidinho. — Chamei e depois de alguns segundos de espera, Sophia adentrou o nosso quarto. Eu tinha tirado ela da conversa com nosso pai, mas a agonia estava me matando e eu precisava tomar uma decisão.
— Você acha que o papai parece estar mudado? — Perguntei e Sophia percebendo a gravidade da minha pergunta se sentou na minha cama balançando a cabeça.
— Acho que você deveria ver com seus próprios olhos, Ag. Mas você sabe que eu sinto as pessoas... E ele parece diferente... — Eu balancei a cabeça concordando.
Sophia sempre teve isso de sentir como as pessoas eram. Eu só sabia dizer que na maioria das vezes dava certo. Na verdade, nunca vi um momento que tivesse dado errado. Ainda assim, era verdade que mesmo confiando nesse senso da minha irmã, eu estava com medo de reatar os laços com meu pai. Como se isso pudesse estar ferindo a minha mãe de alguma forma, ou tudo o que ela passou.
— Mamãe disse que não há mal algum em falar com papai se ele parece mudado. Todas as pessoas merecem uma segunda chance. Ela já não sente mais raiva dele como sentia antes. Mamãe disse que já o perdoou, Ag. Falta só você perdoar agora também. — Disse minha querida irmã com suas sábias palavras que muito tocavam meu coração. Sorri sem ter uma reação certa. Não sabia o que dizer. Meu coração certamente doía em pensar em perdoar meu pai, mas as coisas precisavam de um primeiro passo. E foi o que eu decidi fazer.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Sheikh no Brasil
Maravilhoso, amei a história. Parabéns a autora, soube prender minha atenção com comedia, ação, drama e romance na medida certa....