Um Sheikh no Brasil romance Capítulo 44

Sabe a sensação que temos quando estamos sonhando e de repente dá algum tipo de vertigem e parece que estamos caindo em um desfiladeiro sem fim? E o pesadelo parece não acabar nunca, numa tortura terrível? Pois era exatamente a sensação que eu tinha naquele momento. Caindo, morrendo. Eu estava morrendo!

— Ahhhhhhhhhhhhhh... Eu vou morrer!!!! — Gritei o que fez Seth começar a rir de mim. No entanto, para minha surpresa, eu parei de cair e comecei, na verdade, a plainar no ar.

— Pode tirar a venda, Amira. — E eu rapidamente o fiz ficando com os lábios entre abertos diante da imagem que se formava na minha mente.

Não havia nada sobre o que pensar enquanto eu olhava aquilo. Havia uma praia que se estendia mais a frente e muita natureza verde que olhávamos do alto. A sensação do vento a mexer com o meu cabelo era indescritível e não havia nada que eu conseguisse dizer de tão surpresa que eu estava.

Eu realmente confiava em Seth. Sabia que ele não me levaria para o desfiladeiro da morte, ainda que quase tenha desconfiado disso no último segundo, mas não conseguia imaginar que tudo o que ele tinha feito para comigo era uma tentativa de me fazer confiar mais nele, confiar mais no meu instinto e pensar menos, o que eu confesso que eu realmente vinha fazendo em grande quantidade. Para falar a verdade, ele tinha conseguido o que planejara. Eu não conseguia pensar nada ali do alto. Nenhum pensamento em mente, só a adrenalina a percorrer o meu corpo e a sensação de plainar naquela altura tão perto do mar, que parecia uma loucura que eu nunca imaginei que viria a experimentar na minha vida.

Sorri diante de tudo. Se era para aproveitar a vista maravilhosa, o passeio maravilhoso, eu faria. Ainda mais ao lado de Seth.

E foi o que eu fiz.

*

— Viu, não é tão difícil deixar de pensar, não é mesmo Amira? — Perguntou-me Seth e eu neguei com a cabeça enquanto dava um tapa no ombro de Seth.

— Nunca mais faça isso! — Disse exasperada pela loucura que ele tinha feito. Seth ri enquanto coça a lateral da cabeça.

— Consegui deixar você sem falar ao menos por alguns minutos, já é um avanço. — Diz Seth e eu reviro os olhos tentando não dar o braço a torcer.

— Isso não se faz! Eu não confio mais em você! Queria matar a sua noiva antes do casamento! — Seth riu.

— Ei! Você tentou fazer isso primeiro naquela xícara maluca! — Ri.

— Mas não te matei!

— Nem eu! — E eu neguei com a cabeça.

— Estou com taquicardia até agora, olhe. — E dito isso puxei a mão de Seth na direção do meu coração fazendo-o ouvir o meu coração que quase saia do peito de tão agitado. Seth, no entanto, puxa a mão dele rapidamente do meu coração e eu percebo que ele está corando diante da insinuação de que meus seios estavam ali muito pertos. Dei outro tapa em Seth por ele ter me feito pensar nisso o que até então eu não tinha pensado, corando junto dele.

— Vamos, pombinhos? — Pergunta Alfred e nós dois concordamos.

Acabo dormindo no ombro de Seth quase a viagem toda. Acordo somente quando perto de casa Seth me sacude com carinho dando-me um beijo na testa e insinuando que estamos chegando. Sinto meu coração se apertar na despedida de toda a noite que fazemos, mas sei também que o dia de irmos para Omã está chegando e isso me mantém na esperança de que tudo isso vai mudar.

*

Doutora Suzana é uma médica que demora muito para atender, mas a sua demora geralmente é compensada pela atenção que ela dá para os seus pacientes, principalmente com minha irmã que ela tem um amor e um carinho tão grande como se fosse sua própria filha.

— Bom dia Sophia! Bom dia Agnes! Como vamos aqui, hã? — Pergunta Dra. Suzana e nós duas sorrimos. Sophia, no entanto, conversa com a doutora.

— Eu vim com os exames ver se está tudo bem para eu viajar, doutora! Minha irmã só está esperando por mim para casar! Eu quero ser a daminha! O Seth me prometeu que eu vou ser a daminha! Deixa? — Pergunta Sophia e Doutora Suzana dá um singelo sorriso.

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