Novamente luzes pareciam querer me cegar por inteiro. Seria o começo de outro pesadelo a me deixar sem ar novamente? Eu não sabia responder, mas realmente estava com medo de abrir meus olhos e encontrar outra cena nada satisfatória ou uma Desiree e Matheus a povoar meus pesadelos mais íntimos.
Mas nada acontecia e eu sabia que precisava ser corajosa e enfrentar os meus medos abrindo logo os olhos e enfrentando a realidade. Suspirei enquanto abria-os e encontrava, para meu alívio, um luz branca e um ambiente claro, limpo e branco que ao que tudo indicava era um hospital.
Havia um barulho estranho próximo de mim e algo que parecia uma agulha enfiada no meu braço. Não consegui parar de olhar para todo o ambiente enquanto tentava lembrar de como eu tinha parado ali e o que tinha acontecido. Aparentemente, minha mente tinha tido um apagão total, pois eu não conseguia lembrar do que tinha acontecido.
— Você está bem, minha filha? — Ouço minha mãe dizer enquanto abre a porta e vejo então minha irmã seguido de Seth adentrarem o meu quarto.
E então com uma surpresa instantânea a minha mente foi recuperando todas as lembranças, todas as cenas foram despertando uma a uma na minha mente e então ao voltar minha atenção para Seth percebo que temos sorte de estarmos vivos e isso parece ser um alívio para minha mente enquanto agradeço aos céus por estarmos todos bem.
— Sim, eu finalmente estou bem. — Digo aliviada. E com esse pensamento em mente dou um sorriso.
Seth vem ao meu encontro e instantaneamente eu me sento na cama para abraça-lo. Não sei o que seria de mim se ele não estivesse comigo, cuidando de mim e tomando cuidado para que nada aconteça. Seth me abraça e ficamos assim, alguns segundos sem nada dizer enquanto eu só consigo agradecer, pois se não fosse por ele, pela minha família, por todos que foram atrás de mim, certamente eu não teria saído dessa bem.
— Seth, eu tenho uma coisa para contar. Na verdade, para todos vocês. — Disse e todos então passam a me olhar curiosos esperando que eu fale logo o que tanto tenho para falar. Respiro fundo.
— Eu queria pedir perdão, pois não fui sincera com vocês como eu deveria ter sido. — Admiti e vejo Seth franzir o cenho sem compreender sobre o que exatamente estou falando.
— Eu não disse para Vocês que a mãe de Matheus, Laura, tinha me pedido ajuda com Matheus e mesmo com raiva dele, de tudo o que ele me fez passar, Laura sempre ajudou a minha família, mamãe sabe disso. Eu simplesmente não consegui dizer não. Era só ir com ela e esperar que Matheus se consultasse. Mas vejo que errei. Se Vocês soubessem disso, talvez fossem comigo, talvez soubessem mais rapidamente quem haveria de ter me capturado. O que quer que fosse. Eu errei. Eu deveria confiar mais em Vocês. Eu fiquei com medo de que vocês viessem a me proibir de fazer algo assim ou de ficarem chateados comigo. Mas eu sei que preciso ser uma pessoa mais corajosa e arcar com as consequências dos meus atos. Eu aprendi isso da pior maneira e prometo que não vou mais decepcionar Vocês nesse quesito. Se Vocês puderem me perdoar, eu prometo que não vou mais fazer isso. — E quando eu terminei de dizer isso passei a olhar os rostos dos presentes encontrando na minha mãe e em Sophia carinho e perdão, mas no rosto de Seth uma expressão fechada e pensativa.
— Você não pode deixar de falar essas coisas para mim, Agnes. Ainda mais em Omã. Você parece ser um alvo certeiro para problemas. E tenho certeza que vai continuar sendo mesmo que Você esteja em Omã. Assim sendo, se Você não passar a confiar em mim, como poderemos impedir que essas coisas te atinjam? — Pergunta Seth com a face séria.
— Eu sei. — Respondo e olho para a coberta que cobre metade do meu corpo. — Eu não farei mais isso. Sei que errei. — E de fato estou sendo sincera nas minhas palavras. Não quero mais cometer esses deslizes.
Para minha surpresa um pequeno sorriso se forma nos lábios de Seth e eu entendo isso como estou perdoada, embora eu não saiba ao certo.
— Agora descanse, minha filha. Você precisa dormir um pouco mais. — Disse mamãe com um sorriso gentil e sincero nos lábios e eu concordo meneando a cabeça.
— Até porque se Você permitir, amira, um bando de repórteres chatos estão implorando por uma coletiva de imprensa de nós dois de forma a comentar sobre o caso e sobre nossos planos para o futuro. — Diz Seth e isso só me faz arregalar os olhos sem acreditar no que ele fala. Não pode ser sério. Eu não sei falar em frente a câmeras, pessoas, gente a me julgar. Engulo em seco. Seth disse que eu tinha que me acostumar com isso. Novamente, Agnes, Você precisava lembrar. Você não está lidando com uma pessoa qualquer. Ele é famoso, ele tem dinheiro, ele é um Sheikh.
— Ok. Amanhã? — Pergunto tentando ganhar um tempo para pensar no que falar ou como agir. Seth concorda balançando a cabeça e eu dou um leve sorriso antes de me despedir da minha família, pois o horário de visitas tinha acabado.
Novamente sozinha no quarto, volto a olhar para as paredes brancas e calmas do quarto. Não consigo deixar de pensar no que Seth disse, que sou um alvo certo para problemas. Isso me incomoda um pouco. Não quero ser sempre um estorvo e uma pessoa que atrapalha sempre o Sheikh. Não vou deixar mais esse tipo de coisa acontecer. Vou contar para Seth quando algo de ruim estiver para acontecer. Pela confiança que precisamos depositar um no outro, por nosso amor. Por nós.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Sheikh no Brasil
Maravilhoso, amei a história. Parabéns a autora, soube prender minha atenção com comedia, ação, drama e romance na medida certa....