Jack
Puta merda é ele ali! Tá bom, Jack! Limpa a baba que está escorrendo pelo canto da boca. Saber que ele é meu cliente me deixou chocada! Eu estava surtando, só podia, ou melhor, delirando. Como eu iria imaginar que o amigo do Rafa e o Gelo eram a mesma pessoa? Pelo amor de Deus, esse homem é definitivamente um gato! Agora vendo ele assim, perto de mim, é uma tortura deliciosa, não posso tocar nele. Senhor do céu, ajude-me, pois essa não será uma missão fácil! Tudo bem, respira, seja uma menina comportada, não toque nele e não aja como uma adolescente com os hormônios à flor da pele.
Eu ainda estava em choque, o destino só podia estar de brincadeira. Se alguém me falasse que ogro delicioso do elevador seria meu futuro protegido, eu diria que aquilo era uma piada de mau gosto!
Reage, minha filha, acorda desse transe! — diz minha voz interior.
Meu corpo parecia que estava em chamas e olha que eu não era pura, e sabia muito bem o que era é sexo! Só podia ser falta, é isso! Minha respiração se acalma e resolvo voltar para casa. Nada melhor que um banho para me ajudar naquele momento. Chego em casa e sou recepcionada pela minha Estrelinha, pego-a no colo, enquanto ela me lambe.
— Meu amor, a mamãe foi beijada tão intensamente! — comento. Preciso tomar um banho para acalmar meu corpo, mas antes de tudo precisava ligar para Rafa. Não daria certo trabalhar com o Alex, ainda mais depois do beijo que trocamos. Pego o celular e ligo para ele, mas estava dando desligado. No mínimo, o Rafa deveria estar fodendo a secretária Barbie dele. Já que ele estava ocupado, vou tomar meu banho. Ao tirar a roupa, me olho no espelho, não sou nenhuma “Miss Universo”, sou cheinha em todos os lugares. Têm homens que medem de cima a baixo, querendo ficar comigo e têm outros que me olham com desprezo por eu não ter certos patrões de beleza. Fiquei com um problema sério, bem mexida com aquele beijo. Solto a trança do meu cabelo, ligo o chuveiro, vou para debaixo dele e sinto toda a tensão que passei indo embora enquanto a água cai em minhas costas, deixando-me mais relaxada! Termino de tomar meu banho e sigo para meu quarto.
Eu me troco, coloco um baby-doll confortável. Hoje eu não precisava ir para o quartel. Graças a Deus! Eu queria sozinha. Às vezes, eu me sentia muito só. Nunca fui uma mulher namoradeira, sempre fui muito tranquila. Eu sou aquela amiga que vê as amigas casando e tendo filhos e isso nunca me incomodou, mas hoje senti um pouco de inveja delas. Credo!
Será que eu estou ficando louca? Só pode. Aquele beijo maravilhoso mexeu demais comigo. Daqui a pouco estarei nos imaginando casados, vivendo o ‘felizes para sempre!’ Se bem que não acredito, ou melhor, acreditava nesse negócio de se apaixonar. Isso não era para mim. Ou era?
— Preciso comer brigadeiro! — falo sozinha, vou em direção à cozinha, onde pego uma colher na gaveta, abro a porta da geladeira, retiro a panela de brigadeiro e me acabo.
É disso que eu precisava, chocolate é um santo remédio. Eu já estava na terceira colherada quando ouço o barulho da campainha tocar. Quem interrompe minha gordice? — Penso e grito. Tenho vontade de chorar.
— Já vai. — grito e guardo a panela novamente na geladeira, jogando a colher dentro da pia, Estrelinha late como uma doida enquanto caminho em direção à porta.
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