MARCUS
Soltei um palavrão abafado, tomado pela raiva. Quando falara sobre Olivia com Warren, não fora para menosprezá-la, mas para que ele ouvisse a verdade da minha boca, não de terceiros. As notícias sobre aquele incidente estavam ao alcance de qualquer curioso, e eu não desejava que parecesse que escondia algo. Contudo, aquele homem utilizara essa informação para ferir minha noiva.
Ele diminuíra Olivia e a família dela e ainda me fizera parecer um idiota diante da mulher com quem queria passar o resto da vida. Imaginara que ele tivesse mais decência, mas me enganara: revelara-se um cretino que obrigara Olivia a assinar um contrato pré-nupcial longe dos meus olhos.
— Eu já volto.
Virei-me para sair. Eu nem conseguia encarar Olivia depois do que Warren fizera. Agora entendia por que ela retornara tão reservada: estava furiosa e a responsabilidade era minha. Entrei no carro e fiz algumas ligações. Restavam três semanas até o casamento, e eu ainda lidava com parentes incapazes de reconhecer limites.
— Onde está Warren?
Telefonei para o segurança dele, sem esconder que o procurava. Warren nem se dignara a falar comigo quando chegara, consciente de que eu desaprovaria o que fizera.
— Estamos no Hotel Grande Vista do Monte
Desliguei e dirigi até o local. Qual seria o plano dele? Forçar Olivia a cancelar o casamento?
Quanto mais pensava, mais o sangue fervia. Assim que cheguei, avistei o segurança na entrada. Era evidente que Warren o enviara para me esperar. Entreguei as chaves ao manobrista e saí do veículo. Ele me cumprimentou, mas eu o ignorei.
— Onde ele está?
— Por aqui. — O homem me conduziu ao elevador e subimos ao décimo quinto andar, a cobertura. O desgraçado adorava luxo, mas cuspia na mão que o alimentava.
— Ah, sobrinho! Que bom ver você. Quer uma bebida? — Exclamou Warren, radiante, como se nada houvesse de errado.
— Por quê?
Ele franziu o cenho, fingindo não compreender. Eu jamais deveria ter dado nada a esse homem.
— Temo que você vá ter de me explicar, se quiser que eu entenda e, quem sabe, responda ao que pergunta.
Soltei um riso sarcástico. Ele devia imaginar que eu era tolo.
— Com que direito entregou um pré-nupcial à minha noiva?
— Ah, isso. — Falou como se fosse algo trivial, o que apenas intensificou minha ira. Bati no copo que ele segurava, e o líquido se espalhou pelo tapete.
— Sou dono de metade de tudo que você possui, e, se algo acontecer entre você e Olivia, eu também perco.
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