Vingança Após o Divorcio romance Capítulo 133

NICK

Eu estava sentado no banco da igreja, vestindo meu melhor terno, enquanto assistia à cerimônia. Acreditei que seria capaz, que permaneceria ali e a veria casar-se com outro homem, contudo eu enganava a mim mesmo. O problema começou quando ela não apareceu no horário marcado. Continuei observando as câmeras de segurança de casa, esperando captá-la em alguma delas.

A ausência dela deixou-me satisfeito, pois, para mim, aquilo demonstrava que ela não desejava unir-se a outro e que ainda restava uma chance para nós. Enquanto Marcus surtava e berrava com Ethan para que ele cumprisse o maldito papel de padrinho e a encontrasse, eu permanecia tranquilo, pernas cruzadas, feliz por o desgraçado não ter vencido afinal.

Talvez ainda houvesse um caminho para mim ao lado dela, mas toda esperança desmoronou quando Ethan voltou anunciando que ela estava do lado de fora. O sorriso que surgiu no rosto dele pulverizou o que existia no meu. Meu coração se partiu naquele instante, porém continuei repetindo a mim mesmo que suportaria vê-la feliz com ele. Como eu poderia?

Ela apareceu na entrada, deslumbrante, ainda mais radiante do que no dia do nosso casamento. Iluminava o ambiente e, naquele vestido... estava perfeita. A tensão tomou-me os ombros e algo pesado instalou-se em meu peito, como se uma rocha gigantesca me comprimisse até me roubar o ar.

Eu me senti morrendo, e talvez fosse verdade, pois meu coração estava prestes a entregar-se a outro homem. Não sei em que momento me levantei para contestar o enlace. Apenas sei que o fiz a tempo. Enquanto todos enlouqueciam, meus olhos se mantiveram nela: meu fio de vida, meu amor, minha alma, o sentido de toda a minha existência.

Ela era a mulher a quem pertencia tudo o que eu era. Carregava cada fragmento de mim naquelas mãos pequenas. Ela me lançou um olhar confuso, mas eu não desviei. Conhecia-me melhor do que qualquer pessoa ali e sabia que eu não mentia. Ela ainda era minha, e eu continuava sendo dela. Juramos permanecer juntos até que a morte nos separasse, ela e eu.

E nenhum de nós estava morto. Marcus falou, gritou, insistiu, porém, meus olhos continuaram fixos nela. Minha sanidade. Minha vida. Nunca me senti tão vulnerável. Olivia, me veja. Me olhe nos olhos e me veja. Veja como estou nu diante de você, frágil, exposto... me veja.

Era isso que bradava em silêncio enquanto a fitava, esperando que ela entendesse. Mesmo no hotel, quando lhe expliquei tudo, eu estava pedindo, melhor dizendo implorando, que me visse, me escolhesse, voltasse para mim, pois eu precisava dela mais do que do próprio ar. Ela era tudo para mim.

Eu não podia perdê-la.

— Seu desgraçado! — Disse Ethan assim que estávamos seguros dentro do meu carro. Em seguida ele caiu na gargalhada. Talvez fosse engraçado para ele, mas para mim não era. Meu pequeno espetáculo na igreja podia ter-me garantido algum tempo, mas não significava que ela retornaria para mim.

— Agora entendo por que você não ligou para nada do que eu falei naquele dia no seu escritório. Você sabia que ainda estava casado com ela e que poderia interromper o casamento quando quisesse. Mas por que esperar até o último minuto?

Soltei um suspiro enquanto encarava a paisagem através da janela.

— Esse jamais foi o meu plano. Eu não pretendia interromper coisa alguma. Acreditei que suportaria, que ficaria ali e a deixaria ser feliz. Não consegui. Doeu demais vê-la escapar assim de mim. Eu simplesmente não aguentei.

Esfreguei o peito com a palma da mão quando a tensão voltou. O modo como ela olhou para Marcus quando pedi para falar com ela mostrou-me que confiava nele e o respeitava como parceiro, que não queria feri-lo.