OLIVIA
No dia seguinte, Marcus me tratou como uma autêntica soberana. Ordenou que servissem o café da manhã no quarto, preparou-me um banho perfumado e, depois, perguntou se eu ainda pretendia viajar para a nossa lua de mel como havíamos combinado. Sugeriu que chamássemos aquela escapada de pré-lua de mel, simples férias, deixando a celebração oficial para quando o casamento se consumasse. Recusei de maneira delicada; expliquei que, antes de qualquer viagem, precisava acertar as contas com Nick. Só então poderíamos casar-nos e sair pelo mundo.
Ele concordou imediatamente e ainda se ofereceu para me acompanhar ao encontro, mas insisti em ir sozinha. Agora, postada diante do espelho, já pronta, eu não sabia se realmente desejava sair. Talvez devesse ter permitido que ele me acompanhasse; aquele encontro poderia tomar rumos imprevisíveis, porque com Nick jamais se sabe o que esperar.
— Você consegue, Olivia. Lembre-se, aquele homem que diz ser seu pai pode ouvir tudo e estará por perto caso algo dê errado. Não que vá acontecer, porém é melhor prevenir.
Entoei esse discurso motivacional em voz alta, embora, no fundo, apenas quisesse alertar Luke sobre meus planos e pedir que permanecesse atento.
Eu não entendia por que me sentia tão estranha em encontrar Nick sem companhia.
Depois de quase trinta minutos de conversa comigo mesma frente ao espelho, finalmente saí. Suspeito que desejasse atrasar-me o bastante para que ele se cansasse de esperar e fosse embora; não faço ideia do que passava pela minha cabeça. Quando cheguei ao restaurante, decepcionei-me ao ser conduzida até a mesa dele, pois acreditava encontrar o lugar vazio, mas não: ele continuava ali.
Ele se levantou assim que me viu e puxou uma cadeira. Estava mais nervoso do que eu, e isso me intrigou, afinal fora ele quem marcara o encontro.
— Tomei a liberdade de pedir uma bebida para você. Espero que esteja tudo bem.
A iniciativa não poderia ter sido mais bem-vinda. Eu precisava daquela bebida. Dei um gole generoso e assenti.
— Vejo que você estava precisando tanto quanto eu.
Rimos. Era estranho como ficávamos nervosos, quase como se fosse o nosso primeiro encontro. Acho que nem naquela ocasião o ar estivera tão carregado.
— Então...
Ele suspirou.
— Acho que você sabe por que pedi este encontro, mas vou tentar explicar.
Permaneci calada; ele tomara a iniciativa, então que falasse.
— Olivia, antes de tudo, quero pedir desculpas por ter arruinado seu casamento. Eu nunca planejei isso. Imaginei que conseguiria lidar com a situação, porém simplesmente não fui capaz.
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