Vingança Após o Divorcio romance Capítulo 169

169 /423

DESCONHECIDO

— Escuta, a sua sobrinha vai ter que fazer exatamente o que eu mandar, se quiser passar nessa entrevista, ou então nunca mais teremos outra chance como essa. — Ela assentiu com um entusiasmo exagerado.

— Ela vai fazer tudo o que você disser, ela sabe bem o que está em jogo aqui. Mas me diga uma coisa, você tem certeza absoluta de que consegue fazer Olivia aceitar a minha sobrinha?

Eu conhecia Olivia melhor do que qualquer outra pessoa no mundo, e se existia alguém capaz de colocar uma desconhecida dentro da casa dela sem levantar suspeitas, essa pessoa certamente era eu.

— Pode deixar tudo comigo, vamos conseguir. Afinal, onde está ela agora? A entrevista é daqui a três horas e precisamos que esteja pronta até lá.

Ah, Olivia… Às vezes me pergunto o que terá passado pela sua cabeça ao imaginar que poderia ter uma vida feliz. Como ousou ser tão atrevida a ponto de acreditar merecer qualquer coisa além da mais profunda miséria? Quem você pensa que é para achar que tem direito à felicidade?

— Vou ligar para ela agora. — A mulher se levantou, saindo apressada para realizar a ligação enquanto eu permanecia sentada, esperando. Sempre dizem que a vingança é um prato servido frio, e nisso eu concordava plenamente. Por vezes, é necessário aguardar pacientemente o instante exato para atacar.

Foi exatamente o que fiz com Olivia: permiti que ela acreditasse estar vencendo, que tudo em sua vida corria como planejado. E então, quando menos esperava, surgi das sombras, atingindo-a onde mais doía. Ela realmente não fazia ideia do que eu era capaz, nem dos limites que estaria disposta a ultrapassar para alcançar os meus objetivos.

A mulher retornou sorrindo, e me bastou observar aquele sorriso confiante para saber que estávamos prontas. Poucos minutos depois, entrou a sobrinha, trajando uma saia exageradamente curta e um top que pouco escondia o decote. As mulheres hoje em dia realmente não deixam mais nada para a imaginação. Na nossa época, cobríamo-nos com elegância e ainda assim éramos bonitas, sem precisar expor tanto o corpo.

— Primeira lição: troque essa roupa imediatamente. Se você aparecer vestida assim, Olivia nem sequer vai olhar duas vezes para você. Tenho roupas ali, vá se trocar agora. — A jovem fez uma expressão contrariada, como se pretendesse protestar, porém bastou apenas um único olhar severo meu para que compreendesse que um “não” não seria tolerado. — E eu certamente não estava disposta a negociar.

A tia repreendeu-a enquanto a conduzia para o quarto, e eu fiquei ali, sentada, perguntando-me como diabos havia chegado àquele ponto: trabalhando ao lado de completas imbecis para conseguir aquilo que desejava. Contudo, por outro lado, desde cedo fora ensinada a utilizar qualquer coisa ou qualquer pessoa, desde que isso me levasse exatamente ao lugar onde desejava chegar.

Pouco tempo depois, ela retornou exatamente como eu desejava. Não parecia satisfeita com as roupas escolhidas, mas isso não me importava minimamente.

— Agora, vamos repassar o que você precisa dizer para Olivia. — Ela se sentou à minha frente, enquanto a tia permaneceu ao meu lado direito.

— Conhecendo Olivia como eu conheço, ela certamente vai te perguntar por que você quer ser barriga de aluguel. Qual será a sua resposta? — Ela sorriu, cometendo aí o seu primeiro erro grave.