Volkon (Guerreiros Starianos Vol. 1) romance Capítulo 12

Volkon sentiu um cheiro invadir seu território. Ele tinha uma toalha envolta a sua cintura, uma satisfação carnal no corpo e um olfato aguçado. Sendo um bom Stariano, ele estava disposto a saber o que estava invadindo o seu espaço sem a sua permissão. A porta automática fechou atrás de si enquanto deixava com orgulho sua fêmea descansar, mas começou a ter a suspeita de que foi vigiado.

— Pryor, faça uma comunicação. — pediu o Azulado, indo em direção ao sistema de gavetários acoplados ao extremo do cômodo, notando que a voz não respondia. Seu alojamento foi invadido.

Volkon tratou de pegar o machado , ouviu sua humana cantarolar do banheiro e procurou sorrateiramente por alguém. Não havia ninguém por nenhum dos cômodos, tudo que encontrou foi a base metalizada e destruída que comportava a inteligência artificial da casa, sob um móvel decorativo da sala de interação. O pior de tudo em notar que estava sendo vigiado, foi o ciúme. Ele queria arrancar os olhos de quem viu sua humana.

— Querido, pode colocar papinha pro Dionísio? — pediu a voz da humana advinda do abafado banheiro.

Volkon não havia notado a presença do Goma, nem sequer sabia onde ele estava, quando de repente viu o ser se rastejar tranquilo em sua direção. Era como se o animal tivesse ouvido o chamado por comida e o viu lamber a própria cara numa espera tediosa. O Azulado apoiou seu machado contra o chão, abaixou mostrando as coxas grossas pelo decote do corte da toalha e pegou o animal pela pele acima da nuca.

— Qual maldita raça adota animais inúteis para chamar de filho? — resmungou, olhando para o animal que mantinha suas feições de tédio.

Volkon ainda se sentia confuso. Estava conectado com a fêmea, mas ainda sentia seu orgulho bater forte dentro de si. Lembrou dos risos e da vergonha quando ela dissera no meio de todos que ele era pai de um Goma, e sentiu absurdamente uma vontade insana de tacar o animal pelo topo da torre experimental e o vê-lo cair eternamente até se espalhafatar no chão. Ele era um capitão, não iria se rebaixar a dar papinhas para um animal de pouca importância.

— Querido, o que pensa que está fazendo? — Volkon olhou para trás, viu a miúda enrolada nas toalhas e rosnou — É pra dar papinha pro Dionísio, não pra assustar ele.

— Gomas são inúteis. Talvez sirva para um assado. — rosnou, olhou para o bicho e foi pego de surpresa quando sentiu a mão pequena bater-lhe na orelha. O que fez ele soltar o Goma no chão e se levantar às pressas, tentando entender se realmente levou um tapa.

— Para de falar isso, se não ele vai pensar que é verdade! — ralhou a pequena, pegou Dionísio no colo e foi empurrando-o para ele — Dionísio é seu filho e não se come os filhos! Vai dá papinha pra ele, e põe pouco musgo se não o cocô dele fica mole. Ah, e arruma a Pryor, acho que ela quebrou.

Volkon ficou olhando a imagem se distanciar, não fechou a porta do quarto e ficou pelada, procurando suas vestes de uma forma natural, lhe dando tapas no pé da orelha e ordens como se fosse comum. Tirando a parte em que ele não conseguia ter controle de si quando estava dentro dela, Volkon já estava odiando a merda do experimento, estava se colocando a humilhação…

— Você sabe destravar o manual da cozinha? — perguntou, sem se importar com o orgulho do Paladimus ferido — Eu estava pensando em cozinhar, mas os comandos estavam vinculados à Pryor. Pensei em solicitar um prato, e já que estou sem sono vou trabalhar. — ela se virou risonha, já estava com os óculos grandes na cara e soou sem vergonha de um jeito ridículo — A menos que queira exercitar o Smurf.

Volkon engoliu com dificuldade, como podia reagir tão facilmente a uma criatura tão esquisita? A baixinha já estava de óculos com as lupas grandes entonando os olhos gigantes, o chanelzinho mal tapava as orelhas e… puxa, como ele conseguiu caber em algo tão seco?

— Solicite um prato, precisa comer urgentemente… — rosnou, soltou o Goma e expôs o seu mau humor — O que, calamidade, é um Smurf? E não me dê ordens, humana. Você não está acima de mim para fazê-lo!

Elaine estava com uma perna arriada para cima no beiral da cama, se apoiava na outra e mostrava a ossada da coluna quando tentava vestir a calcinha, olhou para trás e conseguiu puxar a peça até a cintura quando se deu com os olhos duros do gigante azul. Sem que ele esperasse, ela se entortou de um jeito nada sexual, sorriu sem vergonha e colocou a mão sobre a curva fortalecida do membro escondido debaixo da toalha. Volkon olhou para baixo, engoliu em seco e subiu o olhar escuro pra baixinha sem vergonha.

— Smurf, querido. — ela sorriu, deu uma na porta da xereca e explicou ao parceiro — Cogumelo. Entendeu? — Volkon fechou os punhos, sentiu o membro gritar e desviou os olhos, pos foi apenas um toque e isso o deixou duro! — E pare de resmungar! — ralhou a baixinha, pegou o sutiã e começou a esconder os peitinho duros — O experimento diz que temos de ter a melhor das convivências, isso significa que vamos dividir as tarefas. Trate do Dionísio, e pare de assustar ele. Não preciso estar acima de você pra nada… só se eu for sentar… — ela pegou uma camisola de babados floridos, um objeto tão feio quanto sua existência e colocou em cima do corpo, aquilo o ajudou a se acalmar, mas quando estava pra resmungar outra vez, foi pego por uma baixinha atirada, um beijo na ponta de sua boca e a dancinha que ela fazia enquanto saia do quarto — Chame o jantar, o comunicador está quebrado. Vou pro meu estúdio, te vejo mais tarde. — ela ia atravessando a porta, mas se virou sorridente — Pede moluscos verdes, por favor? Eu gosto. Tem gosto de frango. E não esquece do Dionísio!

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