Volkon (Guerreiros Starianos Vol. 1) romance Capítulo 13

A população Stariana tinha formas diferentes de se viver, mas não tão diferentes quanto acreditavam os humanos. Suas maiores diferenças eram os portes, seres coloridos e de raças brutas, e servir ao Lorde era sua maior graça. Volkon tinha a graça de ser um capitão, acima de seu povo, advindo dos frios solícitos do meridiano baixo de Starian. Era uma criatura de gelo, tinha a pele grossa para suportar os frios rígidos e sentia muito calor no pico do sol de Starian. De um lado só se tinha raios de sol, mas de onde vinha havia apenas um satélite noturno. Agora que adentrou o experimento, demoraria para retornar ao lar e já estava a pensar no que iria ocorrer se realmente conseguisse se reproduzir…

— Relaxa, está muito tenso. — Áries, o insuportável infeliz de seu amigo lhe mostrava as presas brancas num sorriso largo e acompanha o azulado na movimentada central de feiras. Havia vários acessos tortos durante o trajeto, barracas, lojas, bichos e até Starianos vendendo feitiços enlatados. — O general não vai permitir que isso vá muito adiante. — Áries olhou para uma loja com um logotipo colorido, bateu no braço do amigo e o induziu sorrindo. — Você já viu os feitiços que essa loja vende?

— Não são feitiços, idiota. São químicos entorpecentes para jovens Starianos sem noção. — resmungou Volkon, seguindo o amigo. — Eu tenho mais o que fazer…

— Poção quimicamente elaborada! — retrucou Áries, adentrando a loja e encontrando uma Stariana escamosa, de pele esverdeada, cabelos negros, lábios finos e muitos brincos dependurados pelo rosto — Olá, coisinha verde… — O Stariano jogou seu charme, passou a mão pelos cabelos curtos e negros, e alisou a ponta do chifres pontudos. Afinal, para um Kalliur, chifre grosso era sinal de força. E Áries, cá entre nós, tinha belos chifres.

— Bem vindos… — ela afinou os olhos, olhou para Volkon que mantinha os braços fechados, o machado acoplado nas costas e as feições sérias — Capitão Paladimus? O Capitão do experimento?

— Ele mesmo! — Áries deu um tapa no braço do amigo, tentou encorajar a atenção para si e apontou o dedo para um canto das prateleiras atrás da Stariana — Ele está pensando em dar alguma coisa incentivadora para humana dele… Você sugere um presente? — Volkon olhou para Áries, rosnou e puxou o braço, segurando a vontade de surrar o amigo por lhe usar descaradamente — Algo do tipo “eu me amarro em você”. Você tem?

— Humm…, as coisas são quentes com os humanos? — ela sorriu para ele, mas o azulado não respondeu e preferiu ignorar — Adoraria conhecer os terráqueos, mas ainda não vi nenhum circulando entre nós.

— Nem todos concordam com o que está havendo. — confessou Áries, tomando a atenção da Stariana — Para a segurança deles, ainda estão com os movimentos limitados. O que tem para me mostrar?

A jovem dourada se virou para sua prateleira, pegou três garrafas miúdas com uma identificação pendurada e colocou sobre o balcão. Ela abriu um sorriso e, por já perceber que não era para o azulado, tratou de apresentar os produtos para o vermelho à sua frente.

— O "Projeto Renascimento” é o mais falado nos noticiários, estou muito feliz que tem dois capitães na minha loja. — ela olhou para Áries e ousou ir mais para frente — Posso fazer várias bebidas de reações diferentes se quiser. Se ela estiver de mau humor, posso fazê-la rir ou…

— Ou também pode matá-la. — Volkon interrompeu a felicidade dos dois e viu Áries o olhar de um jeito curiosos — Elaine é uma pesquisadora laboratorial. Os humanos tem limitações que só os Starianos competem. Compre sua maldita poção, eu darei a ela para verificar se não vai matar um humano quando entregar isso à sua parceira. E ande logo com esta merda, não tenho o dia todo!

Volkon deu um passo para fora, enquanto os dois piscavam com a rápida explicação do Stariano e seu visível mau humor. Áries tratou logo de sorrir para a jovem, lhe deu uma piscada e pegou um pote com um líquido rosa dentro.

— Não liga para ele, ele tem inveja dos meus chifres. — ele deu uma piscada e a jovem sorriu — O que este faz?

— Ele altera a cor dos olhos, mas o efeito dura somente uma hora.

— E como isso vai me ajudar? — perguntou confuso.

— Ah bom… é… é legal. è algo que costuma ser muito divertido. — Áries começou a achar que Volkon tinha razão, a loja só vende entorpecentes ridículos para jovens que não tinha o que fazer, mas ele não pretendia decepcionar a Stariana — Bom, eu vendo bastante desse e…

— Pode embrulhar, eu vou levar. — No fundo, Áries não fazia ideia se a sua futura humana ia gostar de uma merda tão ridícula quanto aquela, mas não pretendia deixar a moça sem graça — Quanto custa?

— Meio peso Stariano. — informou educada.

— Puxa, quase nada… — a menina sorriu e o Stariano tirou um peso menor do bolso do uniforme, vendo que a esverdeada não notara sua ironia. Pois, meio peso numa merda que não valia de nada, era muito para um Kalliur como ele que, apesar de possuir bom humor, era pão duro.

— Aqui está. — ela devolveu o pacote embrulhado e sorrindo — Boa sorte com sua humana, capitão Kalliur.

Áries se limitou a um sorriso, encontrou Volkon do lado de fora, e se aproximou das costas do amigo parrudo, pouca coisa maior que ele. O vermelho fechou o semblante, bufou para o azulado e desabafou.

— Acabei de ser roubado.

— Idiota. — resmungou Volkon.

— Acha que minha humana vai querer mudar a cor dos olhos?

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