Volkon (Guerreiros Starianos Vol. 1) romance Capítulo 14

Elaine assistia com precisão a imagem pequena do centro de sua mesa que explicava o processo reprodutivo Stariano. A sequência era algo muito semelhante a um sistema 3D quase realista, onde demonstrava as imagens biológicas do processo em que um membro sexual Stariano expelia um nervo do acesso da glande, cuspia um fio interno e fincava os nervos no acesso do órgão reprodutor feminino. Aquilo reduzia em mais de cinquenta por cento o trajeto que um espermatozóide precisava fazer para completar o ciclo de ovulação, tornando o processo eficaz demais dentro de um humano. Teoricamente falando…

O fato é que não se tratava apenas disso, pois a estrutura Stariana era demasiadamente diferente. Há espécies masculinos que até possuem tentáculos… Por isso os estudos, exames e testes frequentes.

Ela suspirou dentro de seu estúdio, com pequenas amostras por toda parte. Um lugar onde reservara para seus projetos e trabalho de forma caseira, mas tinha a grande liberdade de trabalhar nos planos de Starian, no próprio laboratório de estudo. Entretida com suas anotações, olhando e girando a imagem computadorizada com a ponta dos dedos, ela se recordou de quando Volkon segurou-a exatamente quando ela sentiu a agulhada interna. É um processo doloroso, mas envolvido ao êxtase da relação, quase não se nota a dor. Interromper o ato durante essa fase, pode resultar no sangramento e na dor das duas partes. Por isso ele a prendeu. Não era só prazer, era segurança também.

Com isso, ela digitou no comunicador avançado, algo mais além do que um computador terráqueo, todas as suas anotações. Guardou a coleta de seu próprio xixi após a relação que teve com Volkon, iniciou alguns testes e reservou outros para que pudesse ser feito com o material mais amplo, disponível no laboratório da torre. Ela adorava a facilidade e a tecnologia que tinham, apesar de terem costumes bem retrógrados em algumas partes. Era uma mistura, mas dava para conviver.

Distraída com seu trabalho, sentiu o estômago roncar de fome, no exato momento em que viu as luzes do laboratório piscarem e os aparelhos sofreram um repentino restart. Ela deduziu que podia se tratar da chegada de Volkon, onde havia pedido para o azulado restaurar Pryor e, com isso, alimentar a boa relação entre os dois. Então sorriu, se levantou, deu um passo apressado até a porta e até se esqueceu de se livrar das luvas e do jaleco, no entanto, se conteve. Elaine olhou para o dispositivo que mantinha a porta fechada e suspirou. Estava empolgada, ansiosa para vê-lo, mas sabia que era algo somente de sua parte, então respirou fundo e tentou se conter.

Quando abriu a porta, não era Volkon quem estava do outro lado.

— Quem é você? — notando que o alien tinha uma leve semelhança com a estrutura de Galak.

— O restaurador da paz e a ordem de Starian. — respondeu calmo. O alien enviou as mãos à beirada de seus ouvidos pontudos e pareceu escutar algo com atenção, para só então responder. — Não os ataquem, não seria vantajoso. Sim, eu estou com a humana.

Elaine piscou, não entendeu o que houve e nem teve tempo de entender. O Stariano elevou as mãos e tocou em sua testa com a ponta do indicador, e a mesma se desconectou deste mundo imediatamente. Da raça Impérius, a mesma de Galak, o capitão Impérius possuía dons peculiares que deveriam ser usados em prol ao legado Stariano, mas estava fazendo exatamente o contrário. Quando os olhos de Elaine se tornaram um perigoso vazio nublado e esbranquiçado, a mesma caiu. E caiu nos braços de Korbius, um dos capitães disposto a interromper o processo de reprodução antes que ele acontecesse.

(...)

Elaine conseguiu piscar, sentiu a cabeça dolorida e percebeu que conseguia enxergar normalmente, mas não fazia ideia de onde estava. Se apoiou no chão, massageou a testa, e arrumou os óculos que estavam tortos sobre seu nariz. Era uma sala branca, vazia com paredes que ela supôs ser um campo de força. Bem, apenas supôs. Devagar ela tentou se levantar, manteve-se de pé e se aproximou da beirada de sua prisão e, como supôs, recebeu uma onda de choque considerável para quem se aproximara apenas com a ponta do indicador. Ela retesou o braço, recuou um pouco e engoliu devagar.

Vestindo suas pantufas caseiras, sua camisola de babados e o jaleco do trabalho, Elaine era a prisioneira mais esquisita que eles mantinham na forja da rebelião. Uma vez que a grande maioria ali eram espécies Starianas, pois quando olhou para o lado, se deu com uma infinidade de prisioneiros.

— Terráquea Elaine? — a voz do campo à sua esquerda chamou sua atenção. Se tratava de um Ellidium, uma raça muito parecida com elfos, geralmente inteligentes, mas a maioria possuía antenas. Era o mais próximo da aparência humana que existia, ainda assim eram grandes, mas costumam ser mais dóceis e bem menos geniosos do que Volkon. — Eu sinto muito.

— Ei, o que aconteceu e onde é que eu estou? — perguntou curiosa.

— Na base da rebelião. Ela existe a muito tempo, foi criada exatamente quando os primeiros projetos para tentar salvar Starian aconteceu e acredite, eles são muito fortes. — O Stariano estava sentado, não usava a parte de cima das roupas, tinha uma estrutura física firme, mas menor que Volkon e as antenas eram pequenas. — A propósito, é uma honra te conhecer pessoalmente. Meu nome é Midgard. Conseguiram mesmo seguir com o experimento?

— Oi Midgard. Você está aqui há muito tempo?

— Há alguns anos. Tudo o que consigo saber de novo, vem dos prisioneiros novos, ou quando precisam de mim para alguma coisa. E assim tem sido, vendo Starianos que vem e que vão…

— Vem e vão? — ele confirmou — Isso significa que…?