Volkon (Guerreiros Starianos Vol. 1) romance Capítulo 15

O instinto do vínculo era algo surreal, dolorido e aterrorizante. Deviam ter estudado um pouco mais antes de entupir a vida de Volkon no meio de uma humana esquisita, com o melhor gosto que já provara. Estava socado de ódio por não tê-la em suas vistas, pois era como se uma parte sua retorcesse em gana precisando vê-la para deixá-lo bem. Era um maldito inferno Stariano! Uma dependência que estava odiando sentir.

— Ahhh! — gritou batendo a ponta de seu machado no rastro do cheiro, rompendo a parede de saída do laboratório pessoal de Elaine.

Áries bateu no ombro do gigante azul quando o linho de metal fino rompeu a estrutura rochosa, enquanto seus companheiros capitães assistiam a fúria azul acometer o Paladimus. O Vínculo se fazia muito mais forte do que preso à uma Stariana, e isso estava mais do que visível aos olhos de Galak.

— Korbius será sentenciado à uma morte formal. Terá o direito de executá-lo…

Volkon não permitiu que Galak concluísse sua fala, urrou cego, puxou o cabo comprido de entornos prateados, girou o machado duplo com graça e o desferiu cegamente contra o seu próprio general. Áries precisou se desviar do filete do corte, enquanto este atravessava o ar, e para a ira de Volkon, Galak era seu general. Este apenas elevou a mão, segurou o corte desferido contra si com sua palma, fechou os dedos contra o ferro e sentiu um leve corte aquecer o sangue escuro e escorrer uma mísera gota de sua pele. Se fosse outro, Volkon teria conseguido desmembrar o oponente.

— Me submeteu a esta merda! Consegue entender a droga que estou sentindo? — gritou, enquanto Galak mantinha o olhar frio e sério para o capitão — Eu não vou levar Korbius às formalidades de uma cerimônia, eu preciso afundar a vida dele, de imediato, nas minhas mãos! Maldita dependência! — Volkon rosnava grosso, mal conseguia conter sua ira e sem esforço nenhum Galak empurrou o machado de sua mão, fazendo Volkon bater o filete do corte no chão. — Esta droga de experimento, agora, vai nos fazer matar uns aos outros! — Gritou Volkon, sabendo que estava atiçando ideias errôneas sobre o assunto.

Galak ouviu o suficiente, era hora de deixar de ser o amigo de Volkon para vestir a manta do general. Ele afastou a capa vermelha que lhe cobria o corpo, apontou a mão em linha reta contra Volkon, desembainhou a espada com graça e quando ensinuou um golpe, Volkon tentou coletar seu machado para sua defesa, mas tudo o que deu tempo de ver foi os cabelos negros de Galak balançar contra o vento, enquanto o Filete da sua espada lhe fazia um risto no rosto e antes que seu machado chegasse as proximidades do general, ele desceu a mão em guarda e trincou o corte do metal, fazendo o objeto de honra de Volkon torna-se meros cacos caídos ao chão.

O azulado bateu as costas na estrutura da parede, rachou sua pilastra e sentiu a força do choque enquanto o rosto pingava o risco marcado em sua bochecha. Galak o sangrou, com graça e precisão. Silênciosamente o general guardou a espada, arrumou a longa capa vermelha e viu os cabelos negros se assentar como se este nada tivesse feito.

— Proteger a sua humana, não é matar um ao outro. É cuidar daquela à quem pertence. Korbius desferiu contra você e contra Starian. Não é uma guerra interna e pessoal com seu orgulho, Volkon.

— Nunca desejei me vincular! — cuspiu, ainda com raiva.

— Nunca desejamos morrer escassos. — Interferiu Áries — Foi por isso que nos tornamos capitães. Por Starian, acima de tudo!

— Por Starian, acima de tudo! — gritou os amigos, dentro do cubículo vendo o azulado se levantar, depois de tomar um golpe de Galak.

— Isso significa matar Korbius. — contou Galak, sério e altivo — Ele não é mais um de nós quando passou a ser um traidor, e quanto aos sentimento que odeia estar vinculado, os engula! É por Starian, não por você.

Áries apontou seu desgosto fazendo uma negativa e resolveu que precisava deixar o amigo sozinho. Por um segundo achou que Volkon estava se adaptando com a humana e até olhou o pacote de comida sobre o balcão quando estava saindo, ao qual foi com o amigo buscar, mas se enganou. No fim, o amigo era só mais um típico Paladimus orgulhoso demais.

Salvar Elaine não era uma questão de desencadear uma guerra interna, era uma questão de salvar a esperança de Starian. Mas, o amigo estava tão cego que nem mesmo ponderava a hipótese de haver uma cria no ventre da humana. Estava apenas preocupado em não se fazer submisso aos sentimentos do vínculo. Sim, estavam visivelmente forte demais, mas o que havia de errado com o Paladimus que não lhe bastava ceder?

(...)

— General, eu sugiro uma invasão. — um capitão soprava ao seu lado, caminhando e seguindo seu superior nos corredores da torre principal.

O espaço dava à vista ao sol Stariano, cercado de uma visão aberta da parede envidraçada. O espaço ainda seria muito maior e estava sendo providenciado construções entre os picos altos das montanhas, o projeto ocuparia Starian por anos e cada macho da espécie. no entanto, teriam de ser machos disposto e Galak, começava a pensar se errou quando escolheu o Paladimus.

— Sugiro táticas de bombardeio, comando aéreo. — tentou outro capitão, fazendo o general voltar a sua realidade.

— Infiltração. — sugeriu Darius — Poucos Starianos, poucas mortes, menos riscos e mais sucesso. — Galak parou de andar, se viu em meio ao corredor sendo observados por um outro da espécie e olhou para o escamoso dourado à sua frente. — Minha espécie possui o dom de andar sem ser visto. Comandar um ataque contra a base da Rebelião de um modo precoce pode nos dar desvantagens.

— Darius tem razão. — Áries se colocou ao dispor — Teríamos que recomeçar uma nova busca, nos levaria tempo para conseguir infiltrados e gente de confiança para obter informações. Manter o inimigo perto, é mais inteligente.

— Porque não detonar todo mundo de uma vez? — Rexor, um arroxeado da espécie, pensava em algo bem mais agressivo.

— Porque é a nossa espécie. Cega, mas é. Lorde Stariano acredita que, com a confirmação do nascimento do filho de Volkon, a esperança pode ser uma arma melhor do que a guerra. — Galak contou fazendo os arredores em silêncio — Estamos tentando viver, não nos matar.

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