Volkon (Guerreiros Starianos Vol. 1) romance Capítulo 19

— Dionísio! — gritou Elaine, puxando o goma pela escama do rabo enquanto o mesmo se negava a ir até ela. — Dionísio, eu sei que mudanças são terríveis mas é para a nossa própria segurança! Nós vamos morar na casa do papai!

Elaine saiu debaixo da cama com o animal no braços, levantou-se de um jeito desengonçado e viu as feições endurecidas de Volkon olhando para o goma. O azulado coletou um amontoado de malas como se estas nada pesassem e Áries sorriu enquanto fazia o mesmo, ajudando o amigo na mudança com os pertences de sua humana.

— Cara, eu não sei como você não gosta dela. Ela é uma graça! — Áries soou natural com aquilo e Elaine, que fazia carinho na cabeça achatada do animal, levantou o rosto, viu Volkon rosnar com desgosto e Áries empilhar um amontoado de malas.

Como assim Volkon não gostava dela? Estavam vinculados e ninguém melhor do que ela sabia o quanto ele se entregava ao vínculo, o quanto ele se entregava a ela quando estavam a sós. Enfim, ela tentou não dar importância ao comentário, mesmo que aquilo tivesse mexido com sua intuição feminina.

Devido aos acontecimentos, Volkon fora designado a guardar o bem estar de sua humana por tempo indeterminado, uma vez que não desejavam colocar em risco o futuro de Starian. Cientificamente falando, a reprodução tinha tudo para dar certo, mas ainda tratava-se apenas de esperança e hipótese. E Elaine, mais do que ninguém, estava empolgada com a situação. Isso podia elevar seu relacionamento com o Paladimus, já que ela iria permanecer na torre de comando dos capitães.

Starian tinha um pico montanhoso, com uma vegetação colorida e a formação natural mais alta de todo o planeta, e aquela região fora usada como um centro importante para a vida de Starian. Lá existiu os primeiros testes para o futuro de todos, mas isso foi um fato de muito tempo atrás. O Lorde Stariano abrigava o centro de tudo, ele tinha ao seu dispor todo o complexo que formava os principais laços do planeta ao seu redor, isso inclui a base de alojamento dos capitães.

Elaine desceu o elevador na presença de Volkon e o observou silencioso, conversou com Dionísio e tomou os ares de Starian quando subiu a um topo de pouso aéreo. O Prédio de forma arredondada e extensa dava visão a muitas outras bases adiante construída entremeio as formações rochosas e florida de Starian, enquanto se misturavam com o céu iluminado pelos raios da estrela solar e as nuvens de pigmentação rosadas, quase formando um quadro perfeito de pintura a mão. Áries veio logo atrás, carregando um amontoado de malas, o que parecia não pesar nada aos dois.

Havia vários veículos estacionados ao beiral da pista de pouso, a maioria com formatos pontiagudos, com planadores e hélices de contenção. Mas, o que roubou a atenção de Elaine foi ver seus fios de cabelos pequenos voar enquanto surgia acima de suas cabeças um aeroplano de formato arredondado, pairando cuidadosamente no ar. O veículo aéreo abriu uma comporta metalizada, que a desceu mostrando uma rampa e Darius, vestido dentro de seu uniforme negro exaltando sua beleza dourada na entrada.

— Alguém pediu uma carona? — soou com bom humor.

— Eu adoro caronas! — Elaine gritou empolgada, dando saltinhos de felicidade e subiu a rampa mostrando todos os dentes de seu sorriso para Darius.

Não havia muito o que dizer, havia cinco bancos no campo da frente, bagageiro atrás e um acesso fechado. O complexo montanhoso também era extenso, podia-se se dizer que a região era do tamanho de um país grande, comparado ao planeta terra, e o alojamento dos combatentes capitães estava bem distante. E quando adentrou, recebeu um sorriso e um cumprimento de Midgard, a quem estava no comando da direção.

— Como vai a nossa humana favorita? — ele olhou para trás, ouviu Volkon rosnar, fechou o sorriso e olhou para frente.

— Que falta de educação, querido. — Elaine cochichou, mas teve certeza que Áries e Darius ouviu, o que custou algumas risadinhas em cima do azulado.

O aeroplano teve a comporta fechada, as malas foram depositadas ao canto e Elaine sentou-se ao banco enquanto Volkon fazia as honras de prendê-la no cinto de segurança. Ela abriu um sorriso insinuante, olhou o rosto do azulado perto demais e cochichou de novo.

— Você tem um locomotor desses? — ele arqueou uma sobrancelha, elevou a face e olhou em seus olhos tentando adivinhar qual era nova sugestão dela. — Dá pra gente fazer sexo num lugar assim, vai ser interessante…

— Interessantíssimo! — Áries se empolgou ouvindo a conversa alheia, Elaine olhou pra ele enquanto o avermelhado também se sentava e ouviu Darius rir. — E então, porque a gente não aproveita pra se familiarizar com o processo?

— Eu vou te arrebentar a cara. — rosnou Volkon, sem nem mesmo pensar duas vezes e puxando o cinto da humana com força, o que fez Elaine soltar um gemidinho e tomar a atenção de Volkon novamente.

— Oh, querido… Dá uma seguradinha até que possamos ficar sozinhos... — ele olhou pra amarra na cintura apertada e sugeriu que, no mínimo, sua humana era uma maníaca reprodutora. Incrível, mas louca. Principalmente quando ela alisou a musculatura enrijecida no peito do azulado, que para sua sorte tinha o tecido grosso das fivelas do uniforme. — E não precisa ser territorialista com Áries, ele só quer entender o processo. Assim como eu vou orientar os novos humanos quando vierem, você devia estar orientando seus amigos.

— A humana, devia ser um capitão, não você. — Darius completou.

Volkon engoliu a droga das brincadeiras, se sentou de um jeito bicudo ao lado da terráquea miúda e ouviu os comandos de Midgard sobre levantar voo. Chegariam rápido, mas o Paladimus tinha a leve impressão de que o processo seria fatidicamente longo para seus ouvidos.

— Eu comprei um presente para a minha humana. — Áries se empolgou, tirou um frasco pontudo do bolso e o chacoalhou no ar. — Volkon me disse que podia dar uma olhada.

— Oh, é claro! — ela pegou o objeto e questionou — Feitiço em pote?

— Isso! — respondeu o vermelho mostrando todos os dentes.

— Químicos entorpecentes. — rosnou Volkon, tentando corrigi-los — Porcarias para deixar a espécie sem noção e sem sentido.

— Eu vou dar uma olhada. — Elaine ignorou o rosnado de Volkon e sorriu incentivadora para Áries. — Então, qual de vocês será o próximo?

— Darius — apontou Áries indicando o Goldarx à sua frente —, parece que eu fiquei pra depois.

— Ah, não fique triste. — incentivou Elaine — Acho até que tenho culpa nisso, o Goldarx tem números ótimos. Nós associamos as espécies com alguns fatores genéticos dos humanos e os resultados foram quase comparados ao de um Paladimus. Mas não se preocupe, sua raça também tem bons números.

— Quais os critérios para separar a minha humana? — Darius olhou pra trás, parecendo mesmo curioso.

— Não tem um critério em específico, para que seja o mais natural possível a humana tem que estar a disposição.

— Ah, li algo sobre conquistar, certo? — perguntou o Goldarx.

— Isso, conquistar. — incentivou Elaine.

— É meio injusto, Volkon não teve esse trabalho — interferiu Áries.

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