Volkon (Guerreiros Starianos Vol. 1) romance Capítulo 23

— É uma Paladimus fêmea. — Elaine engoliu devagar, sentiu as vibrações grossas de Volkon tomar seus ouvidos e virou a musculatura do pescoço sob sua mão grande, tão devagar quando conseguiu associar o comunicado do azul. Ela viu seu rosto de perto, ela sentiu os dedos grandes passear pelo baixo de seu umbigo e sentiu os olhos cheios de água.

O momento lhe trouxe um gosto adocicado na boca, uma sensação diferente e uma beleza nas palavras dele. E mesmo com a tristeza guardada dentro do peito, Elaine piscou devagar e viu o rosto azulado de perto, olhou seus lábios tentadores e ao invés de uma música romântica, ela viu luzes vermelhas, holofotes piscantes e uma canção sexy sobrepor sua mente aberta. Ela podia ver ambos caminhando lado a lado, com ele segurando a sua mão enquanto uma tropa de Starianos lhe saudavam com palmas, e um letreiro colorido sobre si gritando: “Eles transam muito!” ”Viva a reprodução!” “Muito Pica!”

Essa nem foi a melhor parte de sua mente fértil, apesar de Volkon ter movido a boca de um jeito sério e pedido desculpas pelas palavras de ódio, ela não ouviu. Ela apenas via as luzes piscantes, a festa Stariana em sua cabeça e, mais uma vez, se esqueceu de toda a merda da situação; o problema de Starian, a situação de Volkon e o general olhando.

— Paladimus fêmea? — ela repetiu, no automático, enquanto Volkon arqueava a sobrancelha e suspirava. Ela não ouviu nada do que ele falou…

Quando ele menos imaginou, a louca miudinha de tênis converse, jardineira azul e camiseta escura empurrou os braços de Volkon, se colocou de pé no centro da cela, levantou os braços pra cima, arqueou as mãos para frente e desceu os braços com tudo, batendo a palma na xoxota e fazendo uma pose poderosa no final de sua apresentação.

— NÓS SALVAMOS STARIAN! — Elaine se esqueceu do Campo de contenção e simplesmente saiu correndo, tão rápido quanto o pensamento da humana foi o de Volkon, que se jogou como um animal feroz ao lado da eletricidade contida, sugou os raios para si e caiu para trás, soltando fumaça. Elaine nem mesmo viu isso, apenas passou imune pelo campo magnético e continuou gritando. — NÓS SALVAMOS STARIAN! NÓS SALVAMOS STARIAN!

Volkon respirava fundo, tossiu respondendo a dor que sentia enquanto tentava se apoiar nos cotovelos e olhou a cara de surpresa de Áries, Darius e até o gracioso general.

— Achei que ela estava triste… — comentou o general, respondendo a mesma confusão dos outros dois starianos presentes.

— Ela está. — respondeu Volkon, puxando a atenção de Galak para si. — Agora me tire da cela, eu cumpri o propósito. Não cumpri, general?

— Repeliu a fêmea, Volkon. A ordem de minha interferência veio do próprio lorde. — o Impérius o olhou em desafio.

— Você não tem o direito de sentir ciúmes dela. — retrucou o azul, confiante. O general afinou os olhos e moveu a capa, entendendo o recado.

— Fez isso de propósito? Manipulou a fêmea para ela gritar aos ventos do planeta sobre o bebê, conseguir a liberdade e me impedir de estar entre ambos?

— Cada maldito filho da puta joga com as armas que tem. — Volkon sorriu, Darius desligou o campo de força e ele deu um passo à frente, mirando Galak na mesma altura do olhar. — Eu cumpri o propósito, não cumpri, general?

(...)

Elaine estava sentada no trono de Starian, uma cadeira dourada de pedras brancas e entalhes vermelhos. Era grande, afinal, Gael é um Stariano grande e bonito, assim como Galak. Em sua frente havia uma mesa oval e cumprida, com Vários espécimes grandes, vestidos de várias formas, coloridos, com brincos, acessórios, cortes diferentes e cores exorbitantes. Havia pelo menos dez Starianos ali e ao seu lado, Galak à esquerda e Gael do lado Direita. E na na última ponta, Volkon, com as mãos contidas; como se este fosse um prisioneiro.

Ao fundo o céu de Starian, onde estavam em uma torre aberta, onde o vento os tocava e a visão da estrela Stariana se fazia como paisagem de fundo, podia se ver até algumas nuvens e a visão do solo entremeia as nuvens grossas e distantes. Era lindo, mas a situação não. Ela saiu gritando ao mundo que Starian estava salva, agora, interviam em sua situação com Volkon. Aparentemente ela não tinha muito como opinar.

— Não deve separar a cria de deus criadores! — argumentou uma Stariana, que entre dez espécimes, só havia duas fêmeas.

— Os costumes humanos são demasiadamente diferentes. — interveio Galak.

— Mudaremos todos por causa de um? — comentou outro Stariano.

— Peço que se lembre que este um, nos trouxe a vida. — insistiu Galak.

— E ela trouxe a vida sozinha? — insistiu outro Stariano.

— Elaine da terra — questionou um macho grande, diretamente com a humana. — O que a fez repelir o Paladimus?

Ela se moveu, olhou para Volkon, mas este não parecia se importar com o que ela tinha para dizer. Ela olhou para Galak, mas ele se mantinha olhando para frente e sério, e depois tentou buscar uma saída olhando para Gael, este se virou para ela e sorriu.

— Diga, humana Elaine. Evite mentiras. — orientou calmo.

— Volkon mencionou o desgosto dele por ter sido obrigado a praticar o experimento, eu me senti magoada e resolvi que devia deixar de estar com o espécime, para lhe dar a liberdade. — contou, olhando para o dono da pergunta.

— Foi um ferimento sentimental? — insistiu o mesmo Stariano.

— Sim. — respondeu, um pouco desconfortável.

— É assim que os humanos fazem quando se ferem? Eles não procuram soluções para seus problemas?

— É claro que procuram. — respondeu, se sentindo um tanto ofendida.

— E qual foi o método adotado entre a humana e Volkon? — Elaine se calou — Aprisionar um dos nossos para acalentar a mágoa de um humano foi o seu melhor método, lorde Stariano?

Elaine olhou para Gael, mas não viu desconforto no Lorde para responder.

— Tomamos medidas imediatas para impedir qualquer risco para com o nosso futuro. Todos os procedimentos tiveram a participação dos capitães que fariam parte da seleção, inclusive Volkon. Ele não foi preso alheio a situação.

— Ótimo, isso é perfeito. — acrescentou outro Stariano — Isso mostra o quanto sua graça se importou com os nossos, mas isso não responde a pergunta. — Gael franziu o cenho — A humana não estava em perigo, estava?

— Estava, milorde. — Galak se colocou em frente. — Presenciei Volkon pessoalmente quando o alarme soou e uma tropa de Starianos precisou contê-lo quando este tentou forçar a humana para ficar consigo.

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