— A fêmea visivelmente o perdoou. — contou Galak em suas acomodações pessoais, mais precisamente em sua casa com os pés sobre a mesa do escritório, o peito nu e o mordomo lhe trazendo uma bebida quente.
— Aqui está, senhor. — o alien pequeno, de antenas na testa, deixou a bebida ao seu lado e se retirou.
— Então ela estava propícia. Devo acreditar nos instintos realmente elevados da espécie? — perguntou Gael, seu irmão.
— Foi mais do que evidente, separá-lo o deixou louco e a fêmea estava corajosamente se voltando contra mim. — Galak pegou sua bebida, sorveu um gole e se levantou — Precisa acabar com este plano de me colocar no caminho, acho que ele já foi castigados o suficiente. Se o impedir de continuar, pode ser que ao invés de uma lição, Volkon faça outra besteira.
— Entendo… — comentou Gael através do comunicador — Sabe que estamos louco para que isso dê certo, não sabe? Mesmo que não seja você Galak, há uma trupe de Starianos predispostos. Deixe isso bem claro.
— A comunicação foi encerrada. — anunciou a voz grossa e robótica da inteligência que comandava sua casa — A humana está acordada.
Galak se endireitou imediatamente, andou com os pés no chão segurando sua bebida quente e antes mesmo de se aproximar das acomodações que deixou a fêmea, a encontrou no corredor de acesso, admirando sua parede de vidro, onde havia um amontoado de animais marinhos acoplado no grande aquário. Ela olhou para o lado, sentiu-se um pouco envergonhada e fechou os botões do alto da camisola de um jeito sem graça.
— Desculpe eu… acho que bebi um pouco.
— Devo deduzir que o machado de Volkon não lhe seja mais problemas? — perguntou de forma direta.
Ela abaixou os olhos, se sentiu um pouco constrangida e massageou a cabeça com o movimento. Educadamente Galak se colocou a frente, aproximou-se da miúda e ofertou-lhe a bebida quente.
— O que é isso?
Algo que pode aliviar suas dores. — ela aceitou, manteve as mãos protegendo os botões rebeldes e encostou a bebida na boca — Eu sugiro que tome um banho, para que eu possa mandar uma escolta levá-la de volta ao seu alojamento. Elaine da Terra, eu preciso que entenda que não somos como os humanos. Nossos sentidos são demasiadamente aguçados, havia starianos se quebrando apenas porque o sentiram o que estavam fazendo naquele lugar.
— Então era isso… — comentou pensativa e bebericando o líquido gostoso — O que é isso que estou tomando?
— Fezes secas de um Goma. Pode coletar as pelotas de seu goma e ferver em um bom chá, tem um grande resultado medicinal.
Elaine cuspiu o líquido que estava na boca e devolveu ao copo, entregou o objeto para o general e se virou para o lado, vomitando aos pés de Galak. Se o desastre e a vergonha tivessem sobrenomes, com certeza seria “Elaine”. O general apenas observou o resultado do chão manchado, suspirou e deu a mão para a moça quando a mesma achou que ia cair.
— Não estou bem, me desculpe. — se justificou, sentindo que a tontura não queria passar.
(...)
Elaine foi liberada do centro de ajuda, já sentia a cabeça melhor e parou de vomitar. Precisava agora fazer algo quente e caldoso para se alimentar, não viu o general novamente para pedir informações sobre a estadia de Volkon e não conseguiu pensar mais nisso quando entrou no seu alojamento. Suas coisas estavam quebradas, o sistema de inteligência de Pryor estava danificado e o gigante que viu só se recordava de tê-lo visto ontem, enquanto ele a segurava por seu surto de bêbada.
— Quem é você? — perguntou com cuidado.
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