A Babá Perfeita romance Capítulo 12

Eu bato no escritório do Sr Lancaster. Como ninguém responde, empurro a porta devagar, entrando em seguida.

A decoração é elegante, em tons escuros. Um tapete marrom e felpudo cobre o chão. Na parede da direita, há uma estante enorme preenchida de livros e eu resisto ao ímpeto de me aproximar e correr os dedos pelos volumes. A mesa do Sr Lancaster ocupa a posição de maior destaque, não muito grande, em madeira polida e coberta por documentos, além de um laptop e fotografias em porta retratos. Atrás dela, as janelas são cobertas por uma persiana também escura como todo o resto.

Sentado sobre a mesa, Max Lancaster conversa ao telefone. Ao notar minha presença, ele ergue os olhos do papel que tem nas mãos. Seus olhos azuis nebulosos se fixam nos meus com um impacto que faz minhas pernas bambearem. Depois, descem lentamente pelo meu corpo, se detendo nas coxas parcialmente descobertas pelo vestido.

Para o meu alívio, o suéter "cinza devastador", como eu o batizei, desapareceu. No entanto, acho que devo me preocupar seriamente porque ele deu lugar a um que vou chamar de "preto destruição". E este, é claro, parece ter o mesmo efeito sobre mim. O de uma porra de bomba nuclear.

Quando torna a olhar no meu rosto, sua expressão é séria, impassível, mas a forma como prende a respiração trai os seus pensamentos impuros. Do seu lado, há uma fatia de pizza mordida dentro de um prato. Isso é tudo o que consigo captar antes que ele se despeça, rapidamente, de quem quer que esteja do outro lado da linha.

- O que você quer, Chloe? - pergunta, desligando o celular. Sua voz é exausta e não esconde o mau humor.

- Eu, ahn... - balbucio, ainda tonta pelo efeito do suéter preto, dos olhos e de todo o resto do pacote. - Você não desceu para jantar.

Seus olhos me examinam atentamente. Como se eu tivesse todas as respostas para as perguntas que ele andou se fazendo há muito tempo. Infelizmente, não sei se devo considerar isso bom ou ruim.

- Não - meu patrão confirma, com uma tranquilidade premeditada. - Não desci.

Algo dentro de mim diz para acatar o alerta escondido em sua calma aparente, mas, como a boa cabeça dura que sou, eu sigo em frente ignorando o perigo.

- Evie estava esperando o senhor. Maisy também.

O Sr Lancaster fecha os olhos, trincando o maxilar com força. Escorregando a bunda deliciosa para fora da mesa, ele se aproxima de mim. Anda com a precisão de um tigre, os olhos vorazes, determinados e dominantes. O jeito como olha para mim... meu Deus, eu quase não consigo suportar. Porque ele está me olhando como se quisesse me virar do avesso e arrancar coisas de mim que eu nunca dei a ninguém.

- O que você quer, Chloe?

- Evie estava...

- Eu perguntei o que você quer de verdade - ele me corrige, chegando tão perto que eu posso sentir as ondas de frustração que emanam do seu corpo bem na minha direção. - Você entra na minha casa, salva a vida da minha filha, encanta a minha família com seu ar de boa moça. E depois me enche de perguntas e cobranças, fica metendo a porra do bedelho onde não é da sua conta - rosna, franzindo a testa. Continua avançando, me obrigando a recuar um passo, tropeçando com meus saltos no tapete e quase caindo no assoalho.

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