Depois de ligar para a diretora do colégio de Evie e Maisy, que se mostrou bastante solícita ao ouvir o nome Lancaster, me vejo diante de uma dúzia de números de telefone anotados em uma folha de papel.
Feliz porque as coisas, finalmente, estão dando tão certo, começo a ligar para um e para outro. Quase não posso me conter! Estou super animada com as expectativas para o domingo.
Mais cedo, até consultei a previsão do tempo. Teremos mais um dia sem neve pela frente, com sol fraquinho, o clima ideal para uma festa de aniversário ao ar livre, pelo menos no inverno.
Tudo vai ocorrer bem e o evento vai ser um sucesso!
Eu mal posso esperar para ver a cara de Maisy. Aquele seu sorriso ingênuo, fofo e cheio de energia que se expande sempre no rosto, toda vez que ela vê algo de que gosta muito. O seu sorriso é do tipo que aquece corações, que faz tudo valer a pena.
Desde a primeira vez que nos vimos, sinto que nasceu uma conexão mágica. E, embora com Evie, as coisas sejam um pouco mais difíceis, não posso negar o imenso carinho que eu sinto por ela.
Essas meninas são realmente especiais! Passaram por muita coisa com a perda da mãe e o distanciamento do pai. Elas merecem toda a felicidade que eu puder oferecer a elas.
Os pais para os quais eu ligo se mostram bastante gentis, educados e atenciosos. Eu aviso que a festa será na parte da tarde e oriento que eles podem deixar as crianças para depois buscá-las ou, se acharam melhor, Javier poderá levá-las de volta sem problemas. Acrescento ainda que, se desejarem, poderão também ficar e participar da festinha, porque há espaço para todos.
Mas, quando encerro as ligações, o meu entusiasmo se resume a uma pilha de stress e ansiedade.
E raiva.
Por que a vida tem que ser tão injusta? De todas as famílias que eu contatei, apenas duas se interessaram em trazer os filhos no domingo.
Ao falar com Judith e Abigail, ambas não demonstram qualquer surpresa. Para o meu desgosto, elas explicam que as meninas não são muito populares no colégio. Maisy, com seu problema, é introvertida, bastante quieta, e Evie tem um comportamento, muitas vezes, arredio com as outras crianças.
Arrasada, vejo todos os meus planos caírem por terra. Tanto trabalho para nada! Passei as últimas horas mergulhada em buffets de festa e recreação e, no final das contas, a comemoração vai ser um fiasco.
Mas o pior de tudo vai ser ver a carinha de Maisy, quando se der conta de que apenas duas crianças se deram ao trabalho de comparecer a sua festinha.
- Se eu fosse você, desistia disso - Judith opina, com os olhos lacrimejando ao cortar cebolas para o jantar. - Desista enquanto há tempo. Você nem sabe se essas crianças irão aparecer de verdade.
- Você acha isso? - pergunto, ainda mais arrasada com essa nova possibilidade. Isso nem ao menos havia se passado pela minha cabeça. Se isso acontecer, aí sim será uma tragédia.
- O que eu sei é que não se faz festa contando com dois convidados. Esquece isso - ela repete.
Passo as mãos pelo rosto, frustrada. Sentada a mesa da cozinha, assistindo Judith preparar o jantar, me dou conta de que perdi o dia todo naquela tarefa, enquanto as crianças brincavam no quarto completamente sozinhas.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Babá Perfeita
Amei a história! Vale a pena a leitura! Pena que não achei a continuação!...
Parabéns @RebecaSantiago! Além de um ótimo enredo, escreve muito bem e tem um português muito bom, o que torna a leitura melhor ainda. Depois deste, vou ler seus outros romances. Vc é admirável. Virei fã....
Ameiiiiiiii❤️❤️❤️❤️❤️❤️🥰...
Qual é a plataforma que está o seu livro: A ESPOSA PERFEITA??...
tirando o uso desnecessário de tantos palavrões é uma ótima historia...
Muito bom estou curtindo muito esta historia <3...