A Babá Perfeita romance Capítulo 33

Os dias se passam sem que eu consiga tirar o maldito beijo da cabeça. Porque ele tinha que ser tão gostoso? A boca molhada de Max, a sua língua voraz, suas mãos fortes apertando minha bunda... porra! Impossível arrancar isso da minha mente. E da minha pele então? É como se estivesse gravado em brasa.

Quero sentir tudo isso de novo. Quero ter cada parte dele em mim. E ainda assim duvido que será o bastante. Mas isso parece cada vez mais difícil. Desde o beijo, Max parece ter voltado ao seu eu anterior. O eu decidido a me tratar como a portadora uma doença com altíssimo risco de contágio. Isso significa que também voltou a se trancar o no escritório, o que só me deixa ainda mais furiosa!

Na véspera do ano novo, todos parecem determinados a aproveitar a festa.

Judith se empenha no preparo da comida, Abigail está envolvida com a organização da casa, enquanto eu... bom, eu decido passar meu tempo livre com algo que realmente valha a pena.

Perscrutar o passado sombrio dos membros da família Lancaster.

A internet ainda parece ser minha melhor opção, mesmo que a última vez não tenha me trazido resultados tão satisfatórios. De jeito nenhum eu vou embarcar numa daquelas investigações de filme de suspense feito para tv, onde a garota se tranca na biblioteca da cidade lendo manchetes de vinte anos atrás.

Além disso, estamos no século 21. Tudo o que existe para ser encontrado está online. Você só precisa saber onde procurar.

Faço uma busca por "Liv Lancaster" e, enquanto vasculho sites de todos os tipos, penso em Maisy e no seu sorriso travesso quando me encontrou aos beijos com o seu pai, dias antes.

A pestinha é uma doçura mesmo. E o melhor de tudo, foi ver o Max todo sem jeito ajudando a menina a descer do carro, fingindo que nada havia acontecido. Eu precisei me segurar para não rir. Menos quando Maisy me lançou aquele seu olhar de cumplicidade... aí foi a minha vez de ficar vermelha como um pimentão.

Felizmente, ela parece ter esquecido o assunto.

Bem, pelo menos é o que eu acho.

Quanto a Evie... não sei o que ela acharia se tivesse nos pego no flagra. A baixinha parece cada vez mais  amigável em relação a mim, mas tem uma enorme necessidade de atenção.

Isso é um problema.

Além disso, posso apostar que morre de ciúmes do pai pela forma que o idolatra quando está por perto. E também como fica brava e mau humorada, quando ele se distancia.

Uma manchete de dois anos antes sobre Liv rouba minha atenção. Eu abro o site e, curiosa, corro os olhos rapidamente pela matéria. Abro a boca, em choque, incapaz de fechá-la outra vez. Inconformada, repito a leitura, dessa vez com a devida atenção. 

Não, não é possível. Max não teria mentido a este respeito. Teria?

Enquanto leio as linhas dedicadas a morte prematura de Olivia Donovan Lancaster,  incompreensão, choque e horror se fundem dentro de mim.

Morre Olivia Lancaster, a herdeira do império Donovan, aos 33 anos. A filha de Henry Donovan,  das Indústrias Automobilísticas Donovan, deixa marido e duas filhas, de  5 e 7 anos. As circunstâncias da morte não foram reveladas. No entanto, como divulgado há cerca de uma semana, Olivia havia sofrido um acidente de carro, o que pode ter conduzido a um óbito tão prematuro.

Uma batida na porta do quarto me faz pular na cama. De repente tenho oito anos e fui flagrada pelo meu pai vendo filmes de terror antes de dormir. Ainda assim, mesmo naquela época, o meu coração não estaria tão descontrolado quanto agora.

- Entre.

Tenho certeza que é Abigail para saber se vou ou não comparecer a maldita sessão de fisioterapia no dia seguinte. Então, quando a porta se abre, e vejo o rosto de Max Lancaster surgir, eu quase me engasgo.

- O que você veio fazer aqui?

Ele me olha, parecendo constrangido. Pela expressão em seu rosto, aquela não deve ter sido uma decisão fácil.

Já passa das onze da noite. As crianças estão dormindo e, provavelmente, os empregados também. Mas em vez de esfregando os olhos, sonolenta, agora estou inteiramente ligada.

Ligada nele.

E na aura de mistério que parece se desprender de Max, enquanto caminha lentamente da porta até o centro do quarto de empregados.

Ele suspira, exausto.

Corre as mãos pelos cabelos lisos e fartos, e parece sondar a melhor maneira de começar a falar. Quando, por fim, se decide, não escolhe as melhores palavras, o que não é surpresa para ninguém:

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