A Babá Perfeita romance Capítulo 37

- Eu não acredito que você vai pagar duzentos mil dólares para esse cara - eu digo, entre os dentes. - Você perdeu o juízo? Max! Eu estou falando com você.

Max sequer me olha. Está ocupado preenchendo uma folha do talão de cheques, apoiado contra a mesinha de centro.

Agoniada do seu lado, eu aguardo Dixxie retornar lá de dentro.

Ele não disse o que ia fazer, mas vindo de alguém com a sua péssima índole, tenho receio de que apareça com uma arma e algumas cordas, e isso acabe se tornando um sequestro.

- O que esse cara tem contra você? E qual é a garantia de que ele não vai abrir a boca mesmo depois de receber o dinheiro? - eu tento ser a voz da razão, trazendo Max de volta a lucidez.

Para o meu desespero, ele me encara como se já tivesse considerado tudo isso e estivesse disposto a assumir os riscos.

- Ele não tem nada. E não se preocupe, Chloe. Tudo vai ficar bem.

Eu me viro para ele com os olhos arregalados.

O auto controle de Max me faz ter vontade de gritar.

- Nada? Ninguém paga duzentos mil dólares para alguém ficar de boca fechada por nada.

- Não ofereci dinheiro a ele para ficar de boca fechada, Srta Henderson. Ofereci dinheiro a ele para se afastar das pessoas que eu amo. Isso parece pouco para você?

Suas palavras, em vez de me tranquilizar, deixam um nó na minha garganta.

- Evie e Maisy? - balbucio, atordoada -  O que ele pode querer com elas, afinal?

Max balança a cabeça. Um pequeno gemido escapa da sua boca com um som estrangulado.

- Ele, não, Chloe.

Dixxie volta lá de dentro com um sorriso sarcástico no rosto.

Tudo nele me dá asco. Desde a expressão debochada até o excesso de auto confiança. As tatuagens dão a impressão de que é membro de alguma gangue, o que eu não estranharia se fosse mesmo verdade.

Lembro dos homens lá fora e estremeço. Seriam amigos de Dixxie ou estariam apenas protegendo o território?

E se estiverem nos aguardando na saída?

- Está feito - Max estende o cheque, mas quando Dixxie vai agarrá-lo com suas mãos ansiosas, ele o impede com um olhar de sobreaviso. - Se eu pegar você rondando minha casa outra vez, seu porco miserável, não teremos mais uma negociação amigável.

- Já sei, já sei. Vai me mandar direto em cana...

- Não - Max nega, entregando o cheque. - Para onde vou mandar você, a prisão vai parecer um paraíso.

Dixxie e Max se encaram brevemente, e ele parece crer nas palavras do empresário porque se cala subitamente.

Por fim, se vira para mim e seus olhos passeiam pelo meu corpo de cima a baixo como se estivesse avaliando uma mercadoria em exposição na vitrine.

Sua boca se curva em um sorriso de aprovação.

- Você não ficou chateada, né, gata? Aquele lance com o carro - ele dá de ombros, casualmente.  - Foram apenas negócios.

Max rosna ao meu lado antes que eu tenha qualquer reação.

- De agora em diante, espero que não se dirija mais a Srta Henderson também. Fui claro?

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