A Babá Perfeita romance Capítulo 45

Max continua me observando, a espera de alguma resposta. Deus, eu poderia morrer agora, por favor? Acho que já vivi tempo demais.

Espero ele dizer mais alguma coisa, mas tudo o que tenho agora dele é o silêncio. Não um silêncio bom e agradável. Mas aquele tipo de silêncio que me faz querer sumir. 

Eu respiro fundo e, quando balanço a cabeça, concordando, um suspiro pesado escapa dos lábios entreabertos de Max. Ele corre os dedos através do cabelo castanho, com uma expressão que faria a pena a um executor da santa inquisição. 

Um nó se instala bem no meio da minha garganta. Eu tento engolir a todo custo, mas simplesmente não consigo. Minha virgindade nunca foi um tabu antes para mim, mas agora sinto como se fosse algo do qual eu devesse ter me livrado antes.

Max rola até estar deitado ao meu lado no colchão. Ele se apoia sobre um cotovelo e me encara com um ligeiro vinco entre as sobrancelhas grossas e escuras.

- Você quer que eu saia? - eu torço os dedos, as mãos sobre o abdômen, sem a menor intenção de disfarçar o meu constrangimento. Não é como se eu pudesse esconder algo que encontra-se estampado em meu rosto agora.

Ele me olha, se possível, mais perplexo do que antes.

- O que? Não! Por que?

Eu não havia percebido que estava segurando a respiração. Minha humilhação, rapidamente, está se transformando em uma frustração imensa. O que Max quer de mim, afinal? Por que não diz, simplesmente?

- É pena que eu não tenha um espelho agora - murmuro, contrafeita. 

- O que?

Eu bufo.

- Olha só, dá para ver na sua cara que você não está muito bem com isso. E eu... não culpo você. Não mesmo. Quer dizer, talvez um pouco - pigarreio, olhando para longe daqueles brilhantes olhos azuis. - Não é todo mundo que está disposto a dormir com uma virgem. Enfim, isso não importa.

- É claro que importa - Max discorda para o meu desgosto.

Eu viro meus olhos para ele como duas metralhadoras carregadas. Talvez ele tenha um pouquinho de razão. Talvez eu devesse ter contado aquilo antes. Mas não é como se eu fosse, agora, ficar me desculpando por não ser uma estrela pornô.

- Me desculpe. Odeio que seja um problema para você ter transado com uma virgem.

A surpresa em seu rosto caminha, lentamente, para o choque. E então, algo em seus olhos se anuvia e ele explode em uma sonora gargalhada.

Desgraçado.

Eu cerro os dentes, disposta a socar a sua linda cara. Mas o sorriso que surge em seus lábios faz o meu coração se contrair e parte do meu mau humor desaparece.

- Chloe, minha doce Chloe. Me perdoe se eu estou admirado. É que você é tão linda, sexy e petulante que eu não pensei que ainda fosse inexperiente. Mas não se preocupe, isso não é um problema para mim. Nunca foi - ele segura o meu queixo com a ponta dos dedos e me obriga a olhar para ele. Eu encaro a sinceridade nos seus olhos e minha irritação se esvai, lentamente. - Além disso, nós podemos dar um jeito nisso - sorri, safado, e o meu coração palpita em desespero.

- Acho que já demos - eu rio de puro nervosismo.

O sorriso em seu rosto se alarga.

- Verdade. Mas, na minha opinião, não conta se você não guardar uma boa lembrança - ele pisca e o carinho que eu vejo refletido em seus olhos me destrói.

Puta que pariu. Por que Max tem que ser tão lindo e tão doce, quando não está agindo como um babaca mal amado?

Eu me viro de lado, também, e ele aproxima o rosto, pressionando a testa contra a minha. Estamos tão perto que eu quase posso sentir as batidas do seu coração contra o meu. Ele entrelaça nossas mãos livres, dedo por dedo, e a conexão que eu sinto com ele, nesse momento, ultrapassa qualquer limite.

- Não sei como você pensou que isso poderia ser algum obstáculo para mim - ele roça o nariz contra o meu, deixando um beijo delicado na minha boca.

- Sei lá. Achei que você poderia pensar que eu... que eu acabaria me agarrando a você como um chiclete grudento.

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