A Babá Perfeita romance Capítulo 46

Os braços de Max me envolvem e ele me puxa para perto. Eu me aninho o mais perto que consigo, o lençol preso ao redor do corpo, a cabeça recostada contra o seu peito. Tão perto que sou capaz de ouvir as batidas do seu coração. 

Ele acaricia as minhas costas com pequenos movimentos dos dedos, lentos e circulares, e Deus... isso é tão bom.

Não sou tão ingênua. Sei que essa coisa entre nós não tem chance de durar. Mas essa noite, não quero pensar em mais nada, apenas no calor que se desprende do seu corpo e na forma como a sua respiração ritmada faz o peito subir e descer lentamente. Esses pequenos detalhes, fragmentos, ficarão presos em minha memória para sempre. Até quando não houver mais nada.

- Chloe? - sua voz grave invade os meus pensamentos. Soa satisfeita e preguiçosa, do mesmo jeito que eu me sinto agora, depois da nossa pequena maratona.

A segunda vez foi ainda melhor, sem toda aquela pressão da primeira. Nenhuma dor e, até mesmo o incômodo, pouco a pouco, foi desaparecendo, substituído por uma fonte de prazer inesperada. 

Mas a terceira... Jesus!

Eu mal podia esperar pela quarta.

Só que minhas pernas não parecem compartilhar da mesma ansiedade. Elas permanecem lá, inertes sobre o colchão, se recusando totalmente a colaborar. Eu sorrio, sentindo o meu corpo estranhamente fraco e lânguido, mas plenamente satisfeito.

Fecho os olhos, inalando fundo. O cheiro delicioso e pós sexo de Max chega até mim, me deixando tonta.

- O que foi, meu bem? O gato comeu sua língua? Você nunca fica calada, isso é novidade para mim - seus olhos brilham. Ele está me provocando, é claro. -  No que você está pensando, doce Chloe?

Eu ergo o rosto um pouquinho para ele, só o suficiente para ver a ruguinha adorável entre as suas sobrancelhas.

- Na Sra Hayes.

Há um silêncio repentino e, então, Max solta uma risada gostosa. Eu rio junto, incapaz de resistir.

- Seus pensamentos são peculiares, Srta Henderson.

- Eu sei. Mas não posso evitar, Sr Lancaster. Você sabe que ela ameaçou me demitir se eu dormisse com você?

Os corpo dele todo enrijece. Ah, merda.

Eu fecho os olhos, percebendo que acabo de deixar escapar uma questão que deveria ter mantido guardada só para mim. Estou aprendendo, depressa demais, que manter minha boca fechada perto de Max é algo bastante difícil. 

Ele tem alguma coisa que desperta o meu lado tagarela.

- O que foi que você disse?

- Merda - eu suspiro, com arrependimento. - Não estou tentando fazer fofoca. E também não dei motivos para ela pensar que havia... qualquer coisa entre nós. Não era a minha intenção. Não sei como ela percebeu.

- Não importa. Abigail não tem que se meter nas nossas vidas.

Ok, isso me deixa um pouco surpresa. Achei que ele fosse chegar perto de ter um enfarte, mas sua reação foi mais para indignada do que para aterrorizada. 

Eu balanço a cabeça, voltando a descansar a cabeça em seu peito e evitando seu olhar a todo custo, antes de dizer as próximas palavras.

- Sei que você prefere manter isso em sigilo e eu entendo.

Há um breve silêncio. Então Max me segura pelos ombros e me afasta, delicadamente, antes de fixar seus olhos nos meus. Tao intensos e azuis que eu poderia me perder para sempre neles. 

- Por que acha que eu prefiro isso, Chloe?

- Você disse. Aquele dia, no hotel - eu respondo sem titubear. Arrumo melhor o lençol sobre os seios, enquanto me ajeito ao seu lado, me encostando na cabeceira da cama.

Ele suspira, fechando os olhos. Um movimento seu ao se ajeitar faz meus olhos se voltarem para o abdômen definido, com músculos rígidos em forma de tanquinho. Ao contrário de mim, Max parece não fazer a menor questão de se esconder, e suas pernas longas e musculosas se projetam onde o lençol não cobre.

- Isso não é justo. No hotel, eu não sabia de tudo o que eu sei agora.

Não consigo evitar meu choque.

- Então agora você me quer porque tirou minha virgindade? - que idiotice.

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