Entrar Via

A filha do meu padrasto romance Capítulo 211

Eu entrei no meu carro com o corpo inteiro tremendo, como se cada fibra da minha pele estivesse em um frenesi que eu não conseguia controlar.

As mãos mal conseguiam segurar o volante, elas tremiam tanto que parecia que o carro inteiro estava se movendo dentro de mim.

Meu coração batia descompassado, martelando contra as costelas como se quisesse escapar do meu peito. Eu me sentei ali, paralisada por uma mistura de desespero e culpa, e, de repente, comecei a golpear o volante com força, cada batida uma explosão da angústia que me consumia.

— Burra, burra, burra... Você é uma burra, Yanka.

As palavras saíam ásperas, repetidas como um mantra autodestrutivo, tentando de alguma forma, eu não sabia como, aliviar a dor esmagadora que me sufocava. Mas, ao invés de aliviar, só fazia o desespero crescer.

Eu sabia, no fundo, que não tinha nenhuma condição de dirigir naquele estado. Minha cabeça estava tão nublada que eu não conseguia pensar direito. Pensei em pedir ajuda ao meu pai, alguém que sempre esteve ali para mim, mas o medo de preocupá-lo me travou. Além disso, eu não queria que ele culpasse o Rodrigo pelo que estava acontecendo comigo. Afinal, aquilo era tudo culpa minha. Eu havia buscado aquela dor. Eu tomei decisões ruins, e agora eu tinha que arcar com as consequências.

Eu devia ter aceitado o amor que o Rodrigo queria me dar. Deveria ter confiado, ter deixado que ele me mostrasse, dia após dia, que realmente havia mudado. Eu não deveria ter procurado a Melissa, muito menos usado o Matheus como um escape barato para a minha desconfiança. Eu devia ter vivido o momento, me entregado ao recomeço que Rodrigo tentava me oferecer com tanto esforço. Mas fui teimosa demais, burra demais.

Enquanto esses pensamentos me dilaceravam, as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto, quente e salgada, como uma chuva interminável. Cada gota parecia carregar uma fração do meu sofrimento, escorrendo sem controle, se misturando ao suor da ansiedade e da dor. Cheguei a sentir pena de mim mesma, um aperto sufocante no peito, como se algo dentro de mim estivesse se partindo em pedaços. Eu estava completamente perdida, navegando num mar revolto onde não havia farol, não havia porto.

Sem pensar, liguei o carro. Coloquei o motor para funcionar, mas minha mente continuava presa naquele turbilhão de sentimentos. Sem prestar atenção no trânsito, nas placas, nas ruas, segui com o carro rumo ao meu apartamento, como se estivesse em piloto automático. Tudo ao redor se tornou um borrão indistinto, as luzes das ruas, os prédios que passavam rápido demais, as sombras das árvores. O mundo parecia se dissolver, e o que eu conseguia enxergar eram apenas as lágrimas que inundavam meus olhos, fazendo tudo parecer mais confuso e distante.

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: A filha do meu padrasto