RODRIGO
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Deveria ser fácil. Perdoar e ser perdoado, amar e ser amado, viver intensamente, aproveitar as oportunidades que a vida esfregava na nossa cara de ser feliz. Mas não era. Não para mim.
Eu estava descendo a escada pra deixar o prato e o copo do lanche na cozinha, quando, de repente, vi o Pyter e minha mãe passando correndo, com um desespero que me cortou o peito.
— O que foi? O que aconteceu? Perguntei, quase sem voz, tentando alcançar eles.
Minha mãe, sem conseguir disfarçar o pânico, falou apressada...
Mãe: Acabaram de ligar para o Pyter, avisando que um carro no nome dele se envolveu em um acidente e que...
Antes que ela terminasse, minha voz ecoou em um grito desesperado.
— YANKA...
Foi como um choque. Um choque que fez meu coração quase parar. A respiração ficou presa, o mundo girou, e um frio me atravessou da cabeça aos pés.
Mãe: Rodrigo, você vem?
Minha mãe gritou, me tirando do impacto que aquilo havia causado.
Eu não pensei duas vezes. Corri para o carro atrás deles, sentindo as lágrimas queimarem meus olhos.
Pyter: Meu Deus, que não tenha acontecido nada com a minha menina. Senhor, eu te imploro.
Minha mãe tentou acalmar ele...
Mãe: Calma, meu amor. Talvez tenha sido só uma batida.
Mas Pyter balançava a cabeça, preocupado...
Pyter: Ele foi bem claro, Laura. Foi um acidente. Não quis me dizer detalhes, só mandou eu ir para o local.
Eu estava em choque, como se estivesse vivendo um pesadelo do qual não podia acordar.
Quando chegamos, o cenário diante dos meus olhos me congelou. O carro estava destruído, o teto amassado, o vidro estilhaçado espalhado pelo chão. As luzes dos carros dos paramédicos e da polícia iluminavam o começo da noite, quase me cegando. O ar estava carregado, pesado.


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