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A LUNA HUMANA VENDIDA AO ALFA SUPREMO romance Capítulo 61

POV: AIRYS

Uma onda de calor subiu pelo meu rosto. O sangue latejava em minhas têmporas, e meu corpo reagia àquela afirmação com uma mistura de raiva e desconforto.

— Eu o seduzi! — gritei, indignada, sentindo a pele incendiar.

Symon apenas me observou, o humor em seu rosto se dissipando rapidamente. Seu semblante assumiu um tom sério, os braços se cruzaram, e sua postura ficou rígida.

— Humana, ainda não percebeu que o Supremo está testando você? Avaliando cada detalhe seu, observando cada reação? — Sua voz se aprofundou, misteriosa. — Assim como foi no julgamento.

Meu coração falhou uma batida. O peso daquelas palavras reverberou dentro de mim, como um trovão distante se aproximando rapidamente.

— No julgamento? — Minha voz vacilou, meus punhos se afrouxaram ao lado do corpo. Um arrepio percorreu minha espinha, e estremeci involuntariamente. — Não... Ele só queria me punir. Ele queria me mostrar sua crueldade.

Symon permaneceu imóvel, os olhos perfurando os meus com uma intensidade como se soubesse segredos que eu ainda desconhecia.

“E provavelmente, esta era a questão”

— Será mesmo? — Sua voz desceu para um tom quase sussurrado, carregado de insinuações. — Eu estava lá, humana. Sei o que vi.

— E eu também. — Retruquei, cruzando os braços e apoiando a mão sobre o quadril, o cenho franzido em pura desconfiança. — O que acha que viu?

O olhar de Symon era firme, penetrante. Não havia hesitação em sua postura, apenas convicção.

— Vi um líder que soube que uma humana foi torturada, maltratada e ferida por um dos seus. Que foi deixada como um animal sem valor, sangrando, e foi vendida sem piedade após ser traída. — Sua voz era fria, implacável. — E os responsáveis estavam soltos, vivendo suas vidas, bebendo, se divertindo, enquanto você sofria. Eles não se importaram. Nem por um segundo.

Meu estômago revirou. Cada palavra era um lembrete incômodo da minha própria insignificância naquele mundo. Mas ao invés de me deixar abalar, ergui o queixo em desafio, mantendo o desgosto evidente na minha expressão.

— E daí? — Minha voz saiu cortante, carregada de desprezo. — Vocês Lupinos nunca se importaram comigo. Por que fariam isso agora?

Symon estreitou os olhos, um rosnado baixo vibrando em seu peito. A irritação em sua voz era palpável.

— O Alfa Supremo lidera de forma justa, Airys. Disso você já deve ter percebido. — Sua presença parecia crescer, tornando-se sufocante. — Por isso há leis mais rigorosas. Lobisomens mais fortes não podem ferir os mais fracos, humanos, apenas por benefício próprio. A menos que seja em proteção.

Dei uma risada seca, amarga.

— Sentir na pele essa tal proteção. — Revirei os olhos, balançando a cabeça. — Se eu estava sendo testada no julgamento, o que ele queria testar em mim?

Symon sorriu de lado, mas não havia gentileza em sua expressão. Era um sorriso calculado, avaliatório.

— Seu senso de justiça.

Meus lábios se entreabriram, mas nenhuma palavra saiu.

— Você odeia aqueles homens que a machucaram. Isso era evidente, estava estampado nos seus olhos. Mas, mesmo assim, não desejou a morte deles. Não por eles. — Ele inclinou levemente a cabeça, como se analisasse minhas reações. — Mas por sua irmã. Porque você sabe como é difícil ser mulher em qualquer alcateia ou cidade. E sendo mãe solo... as coisas ficariam ainda piores para ela.

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