POV: DAIMON
Me inclinei, o obrigando a me encarar novamente. Seus olhos tremiam. Ele arfava de dor, os lábios rachados, pálidos.
— Se falhar... deixarei Fenrir brincar com sua carne até roer os seus ossos.
Soltei um rugido firme, liberando uma fração do meu poder Lycan. A pressão tomou conta do ambiente, densa, sufocante. A estrutura estremeceu. Os guardas ao redor gemeram, dobrando os joelhos, ofegantes, dominados pela força que escapava de mim sem esforço.
“Não vou colocar essa porcaria fraca em minha boca.” Bufou meu lobo, impaciente. A irritação dele queimava em mim como sempre. Ri por dentro, sentindo o desprezo na voz. “Devia ter matado logo.”
Sai do local sem olhar para trás, puxando o celular. Disquei para Symon.
— Por isso, Fenrir, eu cuido da burocracia... e você dá carnificina. — Estalei a língua com tédio no tom quando o beta atendeu. — Já localizou Stephano?
— Estamos seguindo algumas pistas. A última vez que foi visto foi nas terras dos errantes. — A voz dele estava firme, mas senti a hesitação. — O senhor tem certeza disso? Que ele é mesmo a melhor opção de alfa?
Meus olhos focaram mais à frente. Um sorriso se formou lentamente no canto da boca.
Lá estava ele. Caminhava com calma, os ombros relaxados, mas os olhos atentos, famintos por desafio. Arrastava dois guardas desacordados presos em suas garras. Os corpos foram jogados aos meus pés como troféus.
— Sim. — Desliguei sem dar chance para réplica, tombando levemente a cabeça enquanto encarava o olhar arrogante à minha frente. — Stephano... já matei por bem menos.
— Perdão, meu rei. — Ele se inclinou levemente, sem tirar os olhos dos meus. A submissão estava nos gestos, mas o orgulho ainda escorria na voz. — Soube que me procurava... seus guardas não queriam me deixar entrar. Precisei... abrir caminho.
Fenrir se agitou dentro de mim. Farejou o ar, impaciente, atento.
“Astuto... já sabia que o procurávamos.” Ele rosnou baixinho. “Hunf... compreendo seu interesse nele.”
Dei de ombros, voltando a andar sem pressa. Senti Stephano se mover atrás de mim, me seguindo, sorrindo como se aquilo fosse apenas um jogo divertido.
— Sei que esteve rondando Umbra, jogando migalhas para despistar nossos rastreadores. — Minha voz era neutra, mas carregada de aviso. — Detesto perder tempo.
Senti o ar ao meu redor pesar. Ele arfou discretamente ao captar a mudança. Meus olhos estavam sobre ele, frios, duros, sem espaço para vacilo.
Ele tremeu por um segundo.
— Supremo, você precisava ver o estado dessa alcateia com seus próprios olhos. — Ele deu de ombros, sem vergonha. — Eu avisei que meu tio e meu primo não eram dignos de liderança.

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