POV: AIRYS
Pulsei.
Não entre as pernas. Era pior. Pulsei em pontos que não deveriam reagir só com um pensamento. Um pensamento idiota e ousado demais: Como seria a fome de Daimon Fenrir?
Merda. Bastou isso para meu cheiro mudar. Eu soube. Ele soube.
O olhar dele ficou mais denso, mais selvagem. Terroso. Lupino. Feroz.
Ele me fitava como se já estivesse me despindo, sem mover um músculo. Sem dizer nada. Só com aquele maldito olhar.
"Predatório."
Engoli em seco. A garganta secou.
Se ele ao menos fosse feio. Se tivesse um defeito. Mas não, ele era aquele tipo cruel de bonito, com o charme bruto dos que sabem o que são e o que fazem. E fazem bem.
Limpei a garganta, tentando recobrar alguma dignidade, ajustando a costura da camisa nos ombros dele. Os braços estavam ali firmes. Quentes. Tensos.
E a minha vontade? Apertar. Morder. Marcar.
Passar a língua por cada centímetro largo de ombro. Subir pelo pescoço até o maxilar... E afundar os dentes ali, só para ouvir o som que ele faria.
— Não tenho interesse em despertar nada em vocês. — falei, seca, segurando o tom. Mas a mentira pesou. Até em mim.
Seus músculos reagiram sob meus dedos. Contraíram.
— Isso é o que você diz, pequena. — A voz desceu um oitavo baixa. Grossa. Arrastada, provocante. — Mas o seu cheiro me conta outra história.
Arfei.
Fenrir se agitava em seus olhos mesclando tons vermelhos dentro de sua íris. Eu sentia. Aquela presença quente, feroz, irritada. Quase impaciente, como se dissesse: "Chega de enrolar. A devore."
Meu corpo respondeu. Estremeci.
— Não fique se vangloriando, alfa. — bufei, irritada. Não com ele. Comigo. — Humanos também têm desejos. E necessidades.
— Então... você me deseja? — O timbre dele veio baixo, carregado de um rosnado que vibrou em seu peito. O som reverberou até a ponta dos meus dedos. Era quente. Tão quente que me fez ofegar.
“Ele deve ser muito quente. Muito forte. Muito...”
Droga.
Alguém manda minha mente calar a boca antes que a alcateia inteira sinta o cheiro do que esse maldito Alfa provoca em mim.
— Airys. — Seu timbre veio rouco e grave, arrastado como um aviso real. — Se controle... ou a jogarei sobre meus ombros e a levarei direto para os meus aposentos.
Ele enrolava uma mecha do meu cabelo no dedo, devagar, como se me marcasse ali, sem pressa.
“É uma promessa?” Minha mente gritou, tão alto que podia jurar que ele havia escutado pela forma como suas pupilas dilataram.
Arregalei os olhos. Travei a respiração.
Não. Ele não estava brincando. O seu olhar era sério, predatório, caloroso. Perigoso.
Dei dois passos para trás. Depois mais dois.
E então, fugi.
Sim, eu fugi. Como uma idiota desesperada, que sabe que está prestes a ser devorada. E não de um jeito figurado. Não mesmo.
Daimon não era do tipo que esperava chegar até um quarto.
E sinceramente?
“Talvez nós não tenhamos paciência para isso.”

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