Júlia
— O papai te ama muito!
Suspiro.
Então ele encosta o seu ouvido na minha barriga e com um ar brincalhão ele me olha e leva um indicador a sua boca, pedindo o meu silêncio.
— Acho que consegui acalmá-la.
— Você vai ser o melhor pai desse mundo, sabia? — sibilo docemente, completamente maravilhada.
— A culpa é sua, Júlia Ricci! — David me acusa com um sussurro quando fica de pé. — Você sempre consegue arrancar o melhor de mim.
— Eu te amo! — declaro quando ele me beija. Entretanto, deixo os meus ombros caírem em frustração quando penso que preciso ir.
— Também te amo! Loucamente!
— Eu… quero te pedir uma coisa. Você pode ficar com o Alex enquanto resolvo uma coisa na empresa?
— Pensei que íamos passar o dia juntos?
— E vamos. Eu prometo que serei rápida! Tudo bem?
— Tem alguma coisa te incomodando?
— Ah… não.
Eu realmente espero que não.
— Vou levá-lo para tomar um banho de piscina e quando estiver pronta, é só me avisar que eu te busco, ok?
— Combinado!
***
Enquanto o táxi corre pela cidade, me perco em momentos lindos nós dois e dessa vez não tenho sombra de dúvidas. David me ama e ele mudou em nome desse amor. O CEO prepotente e arrogante que conheci já não existe mais. Nem mesmo quando bati de frente com sua sócia ridícula esse se sobressaltou. David está mantendo o seu foco o tempo todo em seus sentimentos e devo admitir que fiz um ótimo trabalho tirando todo aquele medo e insegurança que lhe sobrecarregava. Desperto dos meus devaneios quando o táxi para em frente à minha casa e me sentindo um tanto apreensiva, pago a corrida e adentro da R&J logo em seguida. Já dentro do hall encontro um homem em pé diante de uma parede, fitando alguns quadros decorativos com imagens da cidade e logo ele para em frente para um quadro em especial que tem algumas informações sobre o prêmio da Bolt Vitton, além do meu diploma e algumas imagens de pequenas obras e decorações que fizemos.
Intrigada, dou alguns passos receosos na sua direção, enquanto observo o terno caro que cai com harmonia e elegância sobre o corpo másculo e tão imponente quanto do seu filho. Contudo, ao aproximar-me limpo a minha garganta apenas para chamar a sua atenção e um par de olhos imponentes me encaram.
— Senhor Bennett?
— Júlia!
— Em que posso ajudá-lo? — digo parando a centímetros dele, mas ele dá de ombros.
— Eu quase não acredite quando Lina me falou sobre esse lugar. — Bennett fala, quando os seus olhos percorrem o teto branco e para brevemente em cima de um lustre, e depois eles voltam para mim outra vez. — Meus parabéns, Júlia! — Seu tom firme me faz erguer as minhas armas e apontá-las imediatamente em sua direção.
— Se você veio até aqui me acusar de usar o dinheiro do seu filho, eu quero que saiba que cada detalhe dessa empresa foi erguido com meus próprios esforços e com o apoio de uma amiga muito querida, que se tornou a minha sócia nesse projeto — rebato firmemente.
— Eu sei. — Uno as sobrancelhas, completamente surpresa.
— O Senhor sabe? Como? — Ele respira fundo, parece desarmado mesmo com o meu ataque,
— Júlia, eu não vim até aqui para falar sobre as suas conquistas e nem a acusar de nada. — Me desarmo também.
— Então?
— Eu vim aqui para falar sobre o meu filho.
É claro que sim. Resmungo mentalmente e me preparo para o pior.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Proposta do Sr. Bennett