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A Proposta do Sr. Bennett romance Capítulo 105

Bennett

— Você só precisa mexer os seus braços e pernas desse jeito, Alex — falo, fazendo uma demonstração para o garoto que me olha atento e empolgado com as aulas de natação.

— Assim? — Ele indaga, mexendo-se de maneira desengonçada sobre a água.

— Isso, rapazinho! Você é um ótimo aluno, mas se quiser mesmo construir aquele lago nos fundos da nossa casa, terá que fazer melhor que isso.

— David, por que a mamãe não pode saber sobre a casa nova? — O garoto me lança um olhar interrogativo, enquanto o seguro para dar algumas braçadas.

— Porque é uma surpresa, garotão. Assim como a festa de aniversário dela.

— Ah, entendi. — Mais animado, ele começa a mexer os seus braços e pernas, e sorrio ao ver o seu desempenho.

— Muito bom, Alex! — O parabenizo quando ele atravessa de uma lateral para a outra da piscina. — Que tal praticar o comprimento dela agora? — O menino analisa a distância das extremidades, porém, ele se sente desafiado.

— Eu consigo! — Arqueio as sobrancelhas.

— Então manda ver, garotão!

Decido me sentar na beirada da piscina para observá-lo e para eternizar esse momento só seu, seguro a câmera que deixei disposta em cima de uma mesa e começo a tirar uma sequência de fotos dele. E enquanto faço isso, começo a divagar em alguns sonhos que insistem em preencher a minha cabeça desde que me declarei para a minha namorada. Júlia, entrando na igreja, vestida de noiva e bem na frente dela, vem o Alex carregando as nossas alianças.

Eu preciso adiantar esse processo. Ir devagar está me enlouquecendo.

— Olha, David! — Alex grita, atraindo a minha atenção. Contudo, continuo o fotografando. — Eu consegui! — O menino grita animado e bravamente ele esmurra a água. — Yes! — Seus festejos arrancam alguns risos meus.

— Meus, parabéns, garotão, você conseguiu! — falo igualmente empolgado. — Agora vamos sair dessa água porque precisamos ir buscar a sua mãe. — Lhe estendo a minha mão para ajudá-lo a sair. Contudo, Alex faz uma travessura que me faz desequilibrar e eu caio na água outra vez. O som da risada do menino reverbera, preenchendo os meus ouvidos e aquece o meu coração. Entretanto, inesperadamente ele inicia uma guerra de águas e a nossa bagunça está garantida.

— Ok, Senhor Ricci, precisamos ir agora, ou a sua mãe vai me pôr de castigo — resmungo o levando para a pequena escada de metal. Mas o fato de Alex fixar um par de olhos cheios de curiosidade na entrada da casa e ficar sério na sequência, me faz olhar na mesma direção.

— Me desculpe, Senhor Bennett! — Minha governanta diz um tanto exasperada, adentrando a área da piscina. — Eu juro que tentei impedi-lo, mas ele não me escutou e já foi invadindo...

De repente é como se a sua voz tivesse se calado para mim. Tudo ao meu parece estar paralisado, completamente estagnado e no mais completo silêncio, quando encontro o olhar dolorido do meu pai.

Ele as viu! Constato, sem saber como reagir a isso. John Bennett parece perdido, atordoado e doído. E eu sei que é por causa das minhas cicatrizes.

Engulo em seco.

— Lucy, você pode cuidar do Alex para mim por alguns minutos? — peço no automático e sem olhá-la realmente.

— É claro, Senhor Bennett! Com licença! Alex, venham comigo, querido!

— Não, eu quero ficar aqui com o David! — O garoto reclama firmemente, mas consigo sentir o tremor em sua voz. Ele se livra do toque da minha funcionária e percebo o quão está apreensivo com a presença do meu pai aqui, ou talvez da situação que ele sequer faz ideia do que se trata. Portanto, como um pai cuidadoso me agacho para ficar da sua altura, olho dentro dos seus olhos e ajeito alguns fios dos seus cabelos colados em sua testa.

— Ei, está tudo bem, garotão! — garanto calmo e sereno, mas dentro de mim eu sei que não. Que nada está bem.

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