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A Proposta do Sr. Bennett romance Capítulo 5

Júlia

No dia seguinte…

— Essa reunião foi ridícula, Álvaro! — Escuto a voz brava e imponente do Senhor Bennett invadir o seu escritório nas primeiras horas do dia, quando poucos funcionários se arriscam a vir trabalhar e automaticamente fico de pé. Nossos olhos se encontram e eu prendo a respiração. — Eu te ligo depois. — Ele avisa, encerrando a ligação. E à medida que coloca o aparelho dentro do bolso lateral da sua calça social, ele caminha lento, porém, firme na minha direção. — Senhorita Ricci?

— Eu aceito! — digo repentina. Ele une as sobrancelhas. — A sua proposta, Senhor Bennett. Eu aceito!

— Ah, que ótimo!

Bennett aponta uma cadeira atrás de mim e dá alguns passos para atrás da sua mesa, sentando-se em seguida. Os seus olhos vorazes me analisam. Então, ele abre uma gaveta da mesa e puxa um papel de dentro dela.

— Eu fiz um contrato, Senhorita Ricci — Bennett fala com secura na voz, arrastando o papel na minha direção. Entretanto, não desvio os meus olhos dos seus e me forço a engolir o nó em minha garganta. — Caso queira garantir que não será passada para trás. — Ele explica.

— Eu tenho certeza de que o Senhor cumprirá com a sua palavra.

— Você está certa disso?

Respiro fundo.

— O Senhor não? — rebato. Um riso presunçoso se aloja no canto dos seus lábios e ele recolhe o papel de volta.

— Ok! Esse final de semana está bom para você?

— Precisa ser essa noite, Senhor Bennett. — Imponho. Outra vez as suas sobrancelhas se erguem para mim.

— Quanta pressa!

— Só me diga quando e onde, e eu estarei lá.

— Vamos fazer as coisas por parte, Ricci. Como quer o seu dinheiro?

— Em notas. Nada de cheques ou contas bancárias.

— Ok, em dinheiro então.

— O pagamento precisa ser feito assim que a noite se encerrar.

Respiro fundo e me forço a entrar ainda mais o local.

O silêncio é estarrecedor. A quietude me faz estremece por dentro. Contudo, continuo andando até encontrar a escadaria e começo a subir os degraus, entrando em um corredor no segundo seguinte. Depois, aproximo-me da primeira porta, a abro cautelosa e um quarto amplo entra no meu campo de visão. No entanto, não vejo Bennett em lugar nenhum.

Melhor assim. Penso.

Dessa forma ganho tempo para me acostumar com essa… situação. Portanto, me livro da minha bolsa e aproveito para observar ao meu redor. As cortinas estão fechadas, escondendo a escuridão da noite e as luzes ofuscantes da cidade. E algumas velas iluminam o cômodo, deixando-o um tanto obscuro e misterioso. Entretanto, aporta se abre e eu congelo no meu lugar.

— Eu não sabia se deveria ter entrado… — Começo a falar, quando encontro o seu olhar avaliativo que sobe e desce pelo meu corpo, como se quisesse escanear cada parte dele. — Eu não o encontrei em lugar nenhum, então…

Bennett começa a abrir os botões da sua camisa e o meu nervosismo me faz engasgar com as palavras.

— Eu tenho um pedido para fazer. — Continuo falando, impondo firmeza na minha voz. — Eu não quero que me beije na boca, Senhor Bennett. — Esse seu maldito silêncio está me incomodando. Contudo, não paro de falar. — Esse é um ato muito íntimo e ele envolve sentimentos, que não é o caso nessa noite…

— Eu preciso que saiba três coisas sobre mim essa noite, Júlia. — Bennett me interrompe bruscamente. É a primeira vez que ele usa o meu primeiro nome e a imperatividade de suas palavras me diz que esse não é um ato de carinho. — Um, eu estou pagando um valor muito alto por essa noite. Então eu quero tudo que tenho direito com você. Inclusive, a porra do beijo na boca. Dois, nunca diga não para mim, Júlia. Essa palavra não existe no meu dicionário. Portanto, quando eu quero, mesmo que você me diga que não, eu vou lá e pego. E três, nunca me toque sem a minha permissão. Na cama sou eu quem manda e desmanda e você apenas me obedece. Alguma dúvida?

Engulo em seco. No entanto, não tenho tempo de responder-lhe, pois logo as suas mãos possessivas estão em cima de mim e a sua boca parece querer me devorar inteira.

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