Júlia
No dia seguinte…
— Essa reunião foi ridícula, Álvaro! — Escuto a voz brava e imponente do Senhor Bennett invadir o seu escritório nas primeiras horas do dia, quando poucos funcionários se arriscam a vir trabalhar e automaticamente fico de pé. Nossos olhos se encontram e eu prendo a respiração. — Eu te ligo depois. — Ele avisa, encerrando a ligação. E à medida que coloca o aparelho dentro do bolso lateral da sua calça social, ele caminha lento, porém, firme na minha direção. — Senhorita Ricci?
— Eu aceito! — digo repentina. Ele une as sobrancelhas. — A sua proposta, Senhor Bennett. Eu aceito!
— Ah, que ótimo!
Bennett aponta uma cadeira atrás de mim e dá alguns passos para atrás da sua mesa, sentando-se em seguida. Os seus olhos vorazes me analisam. Então, ele abre uma gaveta da mesa e puxa um papel de dentro dela.
— Eu fiz um contrato, Senhorita Ricci — Bennett fala com secura na voz, arrastando o papel na minha direção. Entretanto, não desvio os meus olhos dos seus e me forço a engolir o nó em minha garganta. — Caso queira garantir que não será passada para trás. — Ele explica.
— Eu tenho certeza de que o Senhor cumprirá com a sua palavra.
— Você está certa disso?
Respiro fundo.
— O Senhor não? — rebato. Um riso presunçoso se aloja no canto dos seus lábios e ele recolhe o papel de volta.
— Ok! Esse final de semana está bom para você?
— Precisa ser essa noite, Senhor Bennett. — Imponho. Outra vez as suas sobrancelhas se erguem para mim.
— Quanta pressa!
— Só me diga quando e onde, e eu estarei lá.
— Vamos fazer as coisas por parte, Ricci. Como quer o seu dinheiro?
— Em notas. Nada de cheques ou contas bancárias.
— Ok, em dinheiro então.
— O pagamento precisa ser feito assim que a noite se encerrar.
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